Serviços como o IFood e Uber podem ter seu funcionamento interrompido até amanhã.
Os funcionários dos aplicativos de entrega e carona iniciaram uma greve nacional, prometendo cruzar os braços até 1º de abril para exigir melhores condições de trabalho e aumento na remuneração das plataformas.
A paralisação pode envolver parte dos 1,8 milhão de condutores do país, começou com força em São Paulo, onde 800 mil profissionais estão concentrados.
O sindicato local acusa as empresas de praticarem uma exploração sem limites, enquanto as plataformas afirmam que a renda dos entregadores subiu acima da inflação em 2024.
A mobilização, liderada por entidades como o Sindimotosp, que representa os trabalhadores paulistas, aponta que os valores pagos por entrega não aumentam há dez anos e, na verdade, diminuíram:
"Há 10 anos, não aumentam valor de entrega, pelo contrário, só diminuíram, causando um prejuízo enorme na renda salarial dos trabalhadores enquanto ficam milionárias", disse o sindicato em nota oficial.
Os grevistas reivindicam uma taxa mínima de R$10 por corrida, um aumento no valor por quilômetro rodado de R$1,50 para R$2,50, limite de 3 quilômetros para entregas por bicicleta e pagamento integral em pedidos agrupados.
Os trabalhadores destacam que a renda dos empregados registrados em CLT cresceu quase 99% em uma década, enquanto os entregadores de aplicativos viram uma redução de quase 72% no mesmo período.
A situação é agravada pelo aumento dos custos da gasolina e da documentação de veículos, o que torna o trabalho ainda mais penoso.
"A exploração sem limites ocorre mesmo com aportes bilionários de investimentos", afirmam os representantes da categoria.
Eles classificam a situação como a pior precarização trabalhista da história do motofrete no Brasil.
As empresas, representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, rebatem as críticas e dizem respeitar o direito de manifestação, mantendo canais abertos de diálogo com os entregadores.
Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, a renda média dos condutores subiu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, alcançando R$31,33 por hora trabalhada.
"As empresas associadas atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery", diz a entidade.
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