Com a morte do Papa Francisco aos 88 anos, o mundo se lembra de alguns dos momentos mais marcantes dos quase 12 anos que ficou à frente da Igreja Católica.
Desde sua eleição surpreendente até sua última aparição pública, seu pontificado foi repleto de gestos e viagens que repercutiram globalmente.
Após a renúncia histórica de Bento XVI, o mundo voltou os olhos para a Capela Sistina. De lá, emergiu Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, como o novo Papa.
Ele foi o primeiro latino americano e o primeiro membro da ordem dos Jesuítas a ocupar o Trono de Pedro.
Sua escolha de nome simbólica: Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, sinalizando um pontificado voltado à simplicidade, aos pobres e à paz.
Poucos meses após sua eleição, o Brasil foi o destino de sua primeira viagem internacional.
O motivo era a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro, um evento gigantesco que atraiu milhões de jovens à Praia de Copacabana e outras partes da cidade.
O evento reuniu mais de 3,5 milhões de fiéis, sendo uma das maiores celebrações já vistas no Brasil.
A visita ficou marcada pela energia contagiante e pela proximidade com o povo, incluindo uma ida à comunidade da Varginha, em Manguinhos, onde destacou a importância de saber acolher.
Foi nessa viagem que ele brincou, ao falar da rivalidade futebolística: "O papa é argentino e Deus é brasileiro".
Ainda durante a viagem ao Brasil para a JMJ, Francisco fez questão de visitar o Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo.
A visita à casa da padroeira do Brasil reforçou seus laços com a religiosidade popular latino-americana.
Curiosamente, ele já conhecia o local, pois esteve lá em 2007, ainda como cardeal, para a Conferência do Episcopado Latino-Americano.
O papa Francisco repetiu diversas vezes um gesto de profunda humildade durante a Semana Santa: lavar os pés de presidiários.
A cerimônia do lava pés recorda o gesto de Jesus com os apóstolos durante a última ceia.
Francisco realizou a cerimônia em diferentes centros de detenção, simbolizando o serviço aos mais marginalizados e esquecidos.
Em uma visita carregada de emoção à Polônia, Francisco percorreu o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau.
Diferente de seus predecessores, optou por um silêncio quase absoluto durante a visita.
Rezou por cerca de dez minutos na cela subterrânea onde São Maximiliano Kolbe foi morto e deixou uma mensagem escrita no Livro de Honra:
"Senhor, tenha piedade de seu povo. Senhor, perdão por tanta crueldade".
Uma das imagens mais icônicas e desoladoras do pontificado aconteceu no auge da primeira onda da pandemia de Covid-19.
Com o mundo isolado, Francisco surgiu sozinho na imensa Praça de São Pedro, sob chuva, para um momento extraordinário de oração.
Ele expôs o Santíssimo Sacramento e concedeu a bênção "Urbi et Orbi", pedindo o fim da pandemia e clamando: "Acorda, Senhor!".
Contrariando alertas de segurança e saúde, Francisco realizou uma visita histórica ao Iraque, tornando-se o primeiro Papa a pisar na terra de Abraão.
Em cidades marcadas pela guerra e pelo terrorismo, como Mosul e Qaraqosh, ele levou uma mensagem de paz, solidariedade às minorias cristãs perseguidas e diálogo inter-religioso, encontrando-se com o líder xiita aiatolá Ali al-Sistani.
"Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um coração religioso. Eles são traições da religião", discursou.
Em um evento inédito na história moderna da Igreja, Francisco presidiu e celebrou a missa de funeral de seu antecessor.
Na Praça de São Pedro, diante do caixão simples de Joseph Ratzinger, Francisco proferiu uma homilia discreta, encerrando com uma tocante despedida:
"Bento, amigo fiel do Noivo, que sua alegria seja completa ao ouvir a sua voz, agora e sempre!".
No Domingo de Páscoa , já visivelmente debilitado e em cadeira de rodas, o papa Francisco fez sua última aparição pública.
Da sacada da Basílica de São Pedro, concedeu a tradicional bênção Urbi et Orbi. Milhares de fiéis acompanharam o momento. Na madrugada seguinte, veio a notícia de seu falecimento.
Estes são apenas alguns momentos de um pontificado intenso, que buscou levar a Igreja às "periferias geográficas e existenciais".
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