Na mensagem enviada na segunda-feira, o pontífice parabenizou Donald Trump pela posse como 47º presidente dos Estados Unidos. Enfatizou também que está rezando para que Deus "lhe conceda sabedoria, força e proteção no exercício de seus altos deveres".
No entanto, o pontífice não voltou atrás em suas críticas à proposta do presidente de deportar imigrantes ilegais.
Um dia antes da posse, o papa havia declarado que os planos de Trump para deportações em massa de imigrantes são uma "vergonha".
A fala contrasta com o aumento do rigor do Vaticano nas penalidades aplicadas a quem entra ilegalmente em seu território. No final do ano passado, a Santa Sé assinou um decreto que estabelece multas e penas de prisão para quem violar os padrões de segurança estabelecidos por eles.
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Ao ligar para o novo presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, o papa disse:
"Inspirado pelos ideais da sua nação de ser uma terra de oportunidades e acolhedora para todos, espero que, sob sua liderança, o povo americano prospere e sempre se esforce para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão."
Antes de enviar a mensagem, o líder máximo da igreja Católica já havia enfatizado que, se os planos em relação à imigração ilegal fossem implementados, Trump faria com que "os pobres coitados que não têm nada pagassem a conta".
Em entrevista a um programa de TV italiano, Francisco declarou sobre o plano de mimigração.
"Isso não está certo. Não é assim que se resolvem problemas".
Poucas horas depois de retornar à presidência, Trump assinou vários decretos, entre os quais um sobre imigração. Uma das ordens possibilita que a cidadania americana seja passada apenas aos filhos de imigrantes que residam legalmente no país. De acordo com o decreto, os filhos dos imigrantes ilegais perdem esse direito.
Entenda o caso de modo detalhado aqui.
Uma pesquisa realizada pelo Axios-Ipsos no domingo, 19 de janeiro, descobriu que a maioria dos adultos nos EUA diz apoiar as deportações em massa de imigrantes que vivem ilegalmente no país. No entanto, a aprovação diminui quando são sugeridos modos de realizar essas deportações.
Segundo o levantamento, apenas 38% dos americanos apoiam que militares da ativa estejam envolvidos na identificação e deportação de ilegais. Além disso, apenas 28% querem usar o dinheiro alocado para os militares para pagar por deportações.
A proteção aos imigrantes ilegais é uma das principais bandeiras defendidas pelo papa Francisco. No entanto, a determinação se opõe à atual mudança de regra no território do próprio Vaticano.
O recente decreto da Santa Sé foi assinado pelo cardeal Fernando Vérgez Alzaga em 19 de dezembro de 2024, e estabelece penas mais severas para violações de segurança na Cidade do Vaticano.
Caso pessoas entrem no território sem autorização, podem ter de pagar multas que variam entre R$6,1 mil e R$15,2 mil (entre € 10 mil e € 25 mil).
Além disso, os que respondem pela prática de violência, ameaça ou engano para driblar a vigilância de fronteira, podem ser penalizados com prisão de um a quatro anos.
Penalidades adicionais são previstas para casos que envolvam armas de fogo, substâncias corrosivas ou ações conjuntas feitas por várias pessoas ou disfarçadas.
Quem violar as normas utilizando um veículo pode enfrentar um aumento na pena de até dois terços.
Além das consequências para entrada ilegal, o decreto também inclui penas para quem sobrevoe o espaço aéreo do Vaticano sem autorização, incluindo drones. As penas são de prisão de seis meses a três anos e multas de até R$15,5 mil (ou € 25 mil).
Outra novidade imposta pelo decreto é a proibição de entrada no Vaticano pelo período de até 15 anos. Caso não seja cumprida, o infrator pode ser punido com uma pena de um a cinco anos de prisão.
O promotor de justiça local detém o poder de convocar imediatamente qualquer acusado para um tribunal, aumentando a vigilância sobre possíveis infrações.
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