O Egito tenta resolver seus desafios urbanos com um plano ousado: construir mais de 40 cidades no deserto.
A nova capital, a 60 km do Cairo, já tem a torre mais alta da África e a maior catedral do Oriente Médio.
No entanto, quase ninguém mora lá.
Ruas de sete pistas estão sem carros, e entre prédios de arenito, somente funcionários públicos, faxineiros e seguranças aparecem.
O país tenta enfrentar um problema antigo: dos 107 milhões de habitantes, 97% se concentram em 4% do território, como o Cairo, que concentra mais de 20 milhões de pessoas.
Segundo o demógrafo Ayman Zohri,“o Cairo é uma das cidades mais densas do mundo”.
Lá, buzinas e gritos enchem o ar, enquanto a nova capital oferece silêncio e espaço. O presidente Abdel Fattah el-Sissi começou o projeto há 10 anos para aliviar essa pressão.
A nova capital tem vila olímpica para 2036, mas os apartamentos custam caro.
“Cerca de 80% da população não consegue pagar”.
Um segurança local diz: “Em cada prédio com 25 apartamentos, só três ou quatro têm moradores, como juízes.”
A ocupação não passa de 30%, deixando os centros como vitrines desertas. O fato lembrou a mudança para Brasília nos anos 1950, que buscou povoar o interior do Brasil.
A cereja do bolo: o projeto já consumiu US$58 bilhões, com US$10 bilhões em 2023 para acelerar obras. El-Sissi vê a alta natalidade como a raiz da crise econômica.
“Sem controle, será uma catástrofe”, alertou o presidente em 2024.
O Egito conta com um programa de controle familiar desde os anos 60. Segundo Zohri, o programa falhou.
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