A cidade de São Paulo recebeu a cruz associada à primeira Missa celebrada no Brasil, em 26 de abril de 1500.
A peça histórica, trazida de Portugal, está em peregrinação por várias cidades brasileiras como parte das comemorações dos 525 anos do descobrimento.
Para iniciar a programação na capital paulista, a cruz foi levada ao programa Mais Você, de Ana Maria Braga.
Após o programa, a cruz seguiu para a Catedral Metropolitana da Sé, conduzida em cortejo pelos Arautos do Evangelho.
Então, foi celebrada uma missa presidida pelo cardeal Dom Odilo Scherer. Na sequência, a relíquia foi levada em procissão até o Pateo do Collegio, onde o padre Carlos Contieri dirigiu um breve sermão.
Em entrevista à Brasil Paralelo, o padre Contieri destacou o sentido da peregrinação:
“Essa peregrinação da cruz, diante da qual foi celebrada a primeira missa no Brasil há 525 anos atrás, parece-me que ela tem uma importância de reavivar o e ao mesmo tempo nos lembrar que no centro da nossa existência e antes mesmo que nós existíssemos como uma nação, e uma nação católica”.
A cruz foi trazida ao país com apoio do movimento Brasil com Fé. Segundo Marcos Felipe, responsável pela coordenação do evento, o processo envolveu negociações com a Igreja portuguesa e questões logísticas sensíveis.
“O maior desafio de trazer essa cruz foi a retirada do Tesouro Museu da Catedral de Braga. Tivemos algumas questões anteriores com os bispos anteriores daquela Sé e após uma interlocução interna, com algumas ajudas, conseguimos a liberação do bispo atual, Dom Cordeiro, para que a cruz da primeira missa fosse emprestada durante um período de menos de um mês para que fosse feita essa peregrinação aqui no Brasil”.
Além da liberação internacional, houve o desafio de garantir a segurança da comitiva e o diálogo com dioceses e instituições públicas por onde a cruz passará.
Além do valor simbólico e religioso, os organizadores apontam para um potencial de fomento ao turismo religioso no país. Marcos Felipe, que também representa o Instituto Redemptor, afirma:
“O Brasil está muito atrás nesse setor. Nossa ideia é que esse movimento ajude a estruturar rotas de peregrinação, envolvendo santuários e espaços religiosos, como Aparecida, Frei Galvão e Canção Nova.”
O evento também contou com a presença do deputado estadual Danilo Mascarenhas de Balas, que comentou sobre o acolhimento do ato pela Assembleia Legislativa:
“Embora o Estado seja laico, a maioria da população é cristã. A cruz representa o primeiro batismo da nossa terra. O batismo é o início de tudo.”
Ao final da procissão, no Pateo do Collegio, o padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor e responsável pela guarda da cruz no Brasil, falou sobre a proposta da peregrinação:
“Vivemos em uma sociedade marcada por polarizações. A cruz nos ajuda a lembrar do bem comum e, com isso, podemos desconstruir polarizações indevidas e correntes que, por vezes, relativizam a verdade. É uma oportunidade, ao olhar para a Cruz de Cristo, de posicionarmos bem o nosso coração em direção ao bem comum.”
A peregrinação da cruz segue por outras cidades brasileiras até o fim de abril. Para os organizadores, trata-se de um gesto que reconecta o Brasil contemporâneo às suas raízes históricas e espirituais.
A jornada da cruz começou em Portugal, passando por Braga, Fátima, Cascais e Lisboa entre os dias 12 e 14 de abril.
A peregrinação seguirá por outras cidades até o dia 26 de abril, culminando com a celebração dos 525 anos da primeira Missa em Santa Cruz Cabrália, na Bahia.
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