As eleições municipais de 2024 chegam à reta final, com os candidatos intensificando suas campanhas em busca do voto decisivo.
Nas principais capitais do Brasil, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, o clima é de incerteza, e as últimas pesquisas revelam cenários de grande competitividade.
Os principais candidatos apostam em promessas ousadas, tentativas de alianças de última hora e estratégias de comunicação que podem definir a disputa até o próximo domingo.
Com pesquisas oscilantes e movimentações estratégicas de seus adversários, os atuais prefeitos dessas cidades enfrentam desafios para garantir a reeleição ou conquistar a confiança dos indecisos.
A eleição se aproxima como uma verdadeira batalha nas ruas, nas redes e nas urnas, com cada gesto, proposta ou aliança podendo ser determinante no resultado final.
Em algumas cidades, o favoritismo é testado pela crescente concorrência. Em outras, os candidatos veem suas campanhas ameaçadas por promessas polêmicas ou dificuldades em concretizar projetos.
Na capital carioca, de o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), estar na liderança, o pessedista aposta alto em uma medida polêmica para tentar vencer a disputa já no primeiro turno.
Em meio a promessas de continuidade de seus projetos, nesta semana, Paes anunciou que incluirá o medicamento Ozempic na rede pública de saúde, voltado para o tratamento de diabetes e que também promove a perda de peso.
“O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais ‘gordinho’, todo mundo vai tomar Ozempic nas clínicas da família", declarou o prefeito.
A promessa é vista como uma tentativa de solidificar seu apoio e garantir uma vitória direta, apelando para uma questão de saúde pública, que toca muitos eleitores.
Essa estratégia vem em um momento crucial, já que as últimas pesquisas indicam que o atual prefeito mantém uma vantagem considerável sobre seus concorrentes.
Segundo o último levantamento da Atlas Intel, Paes lidera com 49% das intenções de voto, seguido pelo candidato Alexandre Ramagem (PL), com 32,1%. Na última pesquisa Quaest, a liderança do atual prefeito é ainda mais expressiva, com 53%, enquanto o candidato do PL aparece com 20%. Já no Datafolha divulgado ontem, dia 3 de setembro, o pessedista registra 54% e o aliado de Bolsonaro marca 22%.
Alexandre Ramagem (PL), deputado federal, delegado da Polícia Federal e ex-diretor da Agência Nacional de Inteligência (Abin), busca reverter esse cenário nas últimas horas da campanha. Ele contará com a presença de Bolsonaro nos próximos dias, em uma tentativa de alavancar sua candidatura e garantir sua ida ao segundo turno. O ex-presidente, que tem forte apoio no Rio, fará campanha ao lado de Ramagem em pontos estratégicos, incluindo uma série de eventos e comícios entre sexta-feira e o domingo da votação.
Para conquistar sua vaga no segundo turno, além do apoio de Bolsonaro, Ramagem tenta também atrelar a imagem de Paes a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia o candidato à reeleição. O PL carioca aposta que a junção dessas duas estratégias será o suficiente para o prefeito desidratar e o policial federal enfrentá-lo nas urnas na segunda etapa do pleito eleitoral.
Enquanto isso, o terceiro colocado, Tarcísio Motta (PSOL), aparece distante na disputa, com apenas 8,1% das intenções de voto, no levantamento da Atlas Intel. O psolista registra também 6% e 4%, respectivamente, nas pesquisas da Quaest e do Datafolha.
A corrida pela prefeitura de Belo Horizonte se intensifica à medida que a eleição se aproxima, com três candidatos brigando voto a voto em um dos pleitos mais acirrados da capital mineira nos últimos anos.
Enquanto o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), tenta garantir a reeleição com o apoio de setores empresariais e apostando na continuidade de sua gestão, ele enfrenta a forte concorrência de Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos), ambos com bases eleitorais distintas e apoios poderosos.
A campanha ganhou ainda mais peso com o envolvimento direto de figuras nacionais. Engler, alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, busca se firmar como representante do conservadorismo na capital mineira, enquanto Tramonte recebe o apoio do governador Romeu Zema (Novo). Fuad, por outro lado, apesar de liderar a administração da cidade, luta para se manter competitivo em um cenário em que as pesquisas mostram uma divisão clara entre os três principais postulantes.
De acordo com a pesquisa Itatiaia/Doxa, as intenções de votos os mineiros são:
O cenário configura um empate técnico. Já o levantamento Veritá aponta:
Isso reforça o caráter imprevisível da disputa. Por fim, o instituto Datafolha apresenta números que também indicam uma disputa embolada:
O apoio de Bolsonaro a Engler tem sido uma das principais cartas da campanha do candidato do PL, com eventos e comícios marcados para os últimos dias que visam impulsioná-lo ainda mais. Além do ex-presidente, o postulante do Partido Liberal ao cargo de prefeito de BH também conta com o apoio de Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal mais votado do Brasil na última eleição com mais de 1,5 milhão de votos.
Por outro lado, Zema investe pesado em Mauro Tramonte, em uma tentativa de manter sua influência na capital mineira e desbancar o atual prefeito. Em uma disputa cada vez mais polarizada, Zema se coloca como o principal fiador da candidatura de Tramonte, consolidando o nome do apresentador como uma alternativa forte para o eleitorado insatisfeito.
O candidato do Republicanos, por sua vez, conseguiu reunir uma ampla coalizão de apoio, que inclui o ex-prefeito Alexandre Kalil, uma figura de peso na política local, que surpreendeu ao rejeitar o apoio ao seu ex-vice, Fuad Noman, e declarar apoio a Tramonte.
Nesse cenário, o pessedista busca resistir, mas se vê pressionado pelos apoios nacionais que fortalecem seus adversários. Ao mesmo tempo, Rogério Correia (PT), candidato apoiado pelo presidente Lula, luta para ganhar impulso nas pesquisas, patinando em uma posição desfavorável.
A campanha nutria a expectativa de que Lula se engajasse de maneira mais ativa na disputa para alavancar a candidatura do petista, mas essa mobilização não se concretizou, refletindo uma tendência observada em várias regiões do país, onde a presença e a influência do presidente não têm sido suficientes para garantir vitórias significativas para seus aliados.
A disputa pela prefeitura de Porto Alegre se intensifica à medida que as eleições se aproximam, refletindo um cenário polarizado e cheio de estratégias para conquistar os eleitores.
O atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), busca a reeleição em um contexto onde as pesquisas de intenção indicam ele na frente. Apesar de contar com um vice do PL em sua chapa, Melo não tem feito tanta questão da presença de Jair Bolsonaro em seus materiais de campanha. Aliados do emedebista argumentam que o eleitorado conservador já está propenso a apoiá-lo, e a estratégia do prefeito agora se concentra em atrair os indecisos, que podem decidir a eleição.
Para solidificar sua campanha, Melo apresentou uma proposta ousada: triplicar a compra de ônibus para a cidade em um prazo de 70 dias.
No entanto, essa promessa enfrenta desafios logísticos, visto que a prefeitura adquiriu apenas 331 ônibus durante todo o seu mandato. Para cumprir a nova meta, seria necessário adquirir 69 veículos adicionais em um espaço de tempo extremamente curto. A oposição critica essa proposta como uma estratégia eleitoreira, enquanto o prefeito defende que é uma necessidade urgente para o transporte público da capital gaúcha.
Apesar do favoritismo do atual prefeito, a campanha pode ganhar novos contornos em virtude do último debate promovido pela TV Globo na noite de quinta-feira (3). Nele, a candidata Juliana Brizola (PDT) destacou sua estratégia de apelo pelo voto útil, argumentando que, segundo as pesquisas, é a única capaz de derrotar o atual prefeito Sebastião Melo (MDB) no segundo turno. Em seu discurso, a pedetista criticou a gestão de Melo, chamando sua atuação no combate às cheias de negligente, e fez pelo menos cinco menções à necessidade de se concentrar em uma alternativa viável que possa confrontar a polarização entre Melo e Maria do Rosário (PT).
Juliana, que ocupa a terceira posição nas pesquisas, busca atrair eleitores insatisfeitos com a disputa acirrada entre Melo e Maria do Rosário, que polarizam a corrida pela prefeitura. Durante o debate, ela expressou sua frustração ao perceber que ambos os candidatos preferiram direcionar suas perguntas um ao outro, isolando-a do diálogo.
A gestão do atual prefeito foi amplamente criticada por ela e Maria do Rosário, que juntas apontaram a negligência de Melo em relação aos alertas técnicos sobre alagamentos e a desestruturação dos serviços públicos. O prefeito, por sua vez, respondeu às acusações, chamando-as de "chuva de acusações" e atribuindo parte da crise climática ao descaso do governo federal, apesar de a União ter destinado verbas ao Rio Grande do Sul.
Com o debate focado em temas como saúde, transporte público e moradia, os candidatos também apresentaram propostas concretas. Enquanto Maria do Rosário delineou um “plano desenvolvimentista” voltado para microempreendedores e Melo prometeu aumentar a frota elétrica de ônibus, Juliana se comprometeu a eliminar as filas nos hospitais em seis meses.
As últimas pesquisas corroboram a posição de Melo na corrida. A Real Time Big Data indica que ele lidera com 44% das intenções de voto, seguido por Maria do Rosário (PT), que possui 23%, e Juliana Brizola (PDT), com 19%.
Por sua vez, a pesquisa Quaest mostra um cenário semelhante, com Melo marcando 41%, enquanto Maria do Rosário e Juliana Brizola aparecem com 24% e 17%, respectivamente.
No levantamento da AtlasIntel, Melo apresenta 32,4% das intenções, com Maria do Rosário alcançando 28,9% e Juliana Brizola com 22,7%.
Com a eleição cada vez mais próxima, a expectativa é que a disputa em Porto Alegre se encaminhe para um segundo turno, uma vez que nenhum candidato até o momento conseguiu estabelecer uma vantagem confortável.
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