No filme Oficina do Diabo, primeiro drama da Brasil Paralelo, uma grande batalha é travada: o demônio Fausto e seu aprendiz Natan lutam diariamente para perder a alma de Pedro em meio aos desafios da vida cotidiana.
Fausto não é qualquer um, sua carreira no inferno tem uma longa história. Natan ficou impressionado quando Fausto foi alocado para ser seu mestre, mas também ficou desconfiado com seus interesses e métodos de trabalho.
Para interpretar um dos personagens mais icônicos do filme, o ator escolhido foi Roberto Mallet, ator, diretor e professor de teatro na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Em uma entrevista no set de filmagem, Mallet forneceu detalhes exclusivos sobre o filme e seu personagem para a equipe do Portal da Brasil Paralelo. Confira agora a entrevista com o ator de Fausto.
Um dos aspectos principais do filme e do seu personagem são as tentações negativas que cada pessoa tem de lidar em sua vida pessoal. No caso do seu personagem, uma ação de um ser sobrenatural. Como você enxerga os efeitos dessa história para o público moderno? Quais são os principais aspectos que o seu personagem busca representar?
O filme não apresenta uma chave de leitura limitante, são diversas camadas de significado representando diversas realidades. Os discursos manipuladores muitas vezes vem dos nossos desejos ocultos e desordenados, da mídia e de outros aspectos da vida. Mas também existem os aspectos sobrenaturais, os demônios.
O filme possui uma perspectiva semelhante a de Tolkien, criador do Senhor dos Anéis - são símbolos que apontam para diversas realidades e que não se fecham em apenas uma possibilidade. Creio que todos conseguirão extrair algo relevante do filme.
Existem vários momentos que trazem lições de vida junto com a arte, especialmente devido a estrutura fotográfica e as referências trazidas no filme.
Ultimamente, grande parte do cinema e dos streamings têm sido tomados por ideologias. Personalidades famosas como Quentin Tarantino e Clint Eastwood se levantaram contra isso. Olhando o filme Oficina do Diabo, você vê algum tipo de linha ideológica ou política?
Nenhuma, nada de ideologia. O filme possui algumas visões éticas, filosóficas, mas nada determinante, nada que comprometa os princípios poéticos/artísticos. O foco é puramente cultural.
E como foi a experiência de interpretar um demônio?
Eu não vejo o trabalho do ator como se identificar com o personagem. Muitas vezes as pessoas pensam que o ator precisa começar a viver conforme seu personagem, mas não é assim que eu vejo, especialmente devido ao que Stanislavsky e Aristóteles disseram sobre o tema.
Aristóteles distingue bem em suas categorias a substância e a ação. Não preciso me tornar o meu personagem, mas trazer à tona suas principais características. Viver o personagem pode até funcionar, mas isso pode levar a casos extremos como aconteceu com Heath Ledger ao se preparar para interpretar o Coringa.
O roteiro e a interação dramatúrgica conseguem construir aquele evento como se fosse um evento real. O jogo de imagens, os sons, as interações, tudo já aponta para um caminho. Eu fiquei impressionado com tudo o que foi feito nesse filme. Todos os profissionais são referência em suas áreas. Os figurinos, em especial, ficaram muito bons, as roupas e as locações trazem uma imersão muito forte no filme.
Por se tratar de uma obra profunda que aborda temas psicológicos e religiosos, a Brasil Paralelo irá realizar um evento de lançamento para melhorar ainda mais a sua experiência com o filme. Este evento será online e gratuito. Para ser avisado quando ele vai ao ar, clique no link abaixo e faça o seu cadastro:
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP