Uma aluna da Universidade de São Paulo (USP) acusou um colega de estupro. O caso teria acontecido em 19 de agosto, no alojamento da instituição, onde os dois moravam. O, conjunto residencial da USP (CRUSP) é o prédio de apartamentos que serve de acomodação para quem não é de São Paulo.
Segundo a USP, o acusado foi expulso do imóvel, mas permanece estudando. O ocorrido gerou protestos nesta sexta-feira, 13 de setembro.
Yasmin Mendonça relatou que tudo aconteceu quando ela foi convidada para tomar um café na casa do colega. Ela tem 20 anos e cursa Letras na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Segundo ela, o abuso começou já na porta do apartamento.
“Eu tenho dificuldade de locomoção, pois sou deficiente. Quando fui entrar, demorei a passar. Foi quando ele se esfregou em mim”.
As investidas continuaram dentro do imóvel.
“Ele sentou ao meu lado e começou a me pedir um beijo. Eu falei que não queria, mas ele não respeitou minhas negativas. Ele é mais forte e mais alto, e eu estava com medo de reagir".
Logo após ele começou a apalpá-la e colocou a boca em um de seus seios. Ela disse que saiu correndo de volta para seu apartamento, trocou de roupa e saiu para respirar.
O caso de Yasmin foi revelado no dia 11 de setembro pela Folha de São Paulo.
A estudante também relatou que foi constrangida pela assistente social da instituição. Dias depois do ocorrido, ela foi à Pró-Reitoria de sua faculdade para relatar o que aconteceu, mas se surpreendeu com o que ouviu.
"A assistente social dele questionou o motivo de eu não ter reagido e disse que o menino não tinha noção do que estava fazendo. Me senti humilhada",
Segundo a reportagem, Yasmin tentou obter uma medida protetiva. Contudo, não teve sucesso. Ontem, 12 de setembro, em entrevista à Record TV, ela disse:
“Antes de depor, eu falei que eu precisava de uma medida protetiva para conseguir fazer com que a faculdade tomasse alguma providência. Quem me atendeu, disse que eu não tinha direito porque não moramos juntos nem tivemos relacionamento amoroso”.
Ela conta que tentou argumentar, mas ainda assim o pedido não foi aceito. A Delegacia de Defesa da Mulher já intimou o acusado para prestar depoimento.
No início da tarde de hoje, um grupo protestou no campus pedindo mais segurança e o fim da violência na instituição. Cartazes acusavam a Universidade de ser cúmplice da situação. Um deles dizia:
"Quantos casos precisam acontecer?"
Yasmim participou da manifestação.
Também em agosto, outra aluna teria sofrido tentativa de estupro na Cidade Universitária. O complexo fica na Zona Oeste de São Paulo. Tudo aconteceu na praça do relógio, que fica no meio do território da USP.
A jovem diz que foi abordada por um homem com uma arma falsa. Ela gritou e o agressor fugiu. Depois de dois casos no mesmo mês, os estudantes estão reclamando da falta de segurança no local.
A reitoria da universidade informou que está planejando podar árvores e reformar o sistema de iluminação para melhorar a proteção dos alunos.
A jovem contou à Record TV que uma instituição entrou em contato com ela para ajudar. Uma promotora da Casa da Mulher Brasileira afirmou que irá conseguir a medida protetiva para ela, o que aliviou sua tensão.
“A gente não pode ficar calada diante de nenhum tipo de violência principalmente uma violência aqui na universidade”.
O acusado segue estudando, apesar de ter sido obrigado a sair do prédio. Segundo Yasmim, as assistentes sociais da universidade declararam que ele está arrependido.
“Elas me disseram que ele parecia uma pessoa em defesa que ele se arrependia muito do que tinha feito”.
A mesma emissora tentou entrar em contato com o jovem, mas as ligações caíram na caixa postal.
Questionada pela Folha sobre o ocorrido, a USP disse que acolheu a vítima e respeita a vontade dela por outras medidas. O caso segue em aberto.
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