Os líderes da Oposição na Câmara e no Senado Federal entraram com uma representação no Tribunal de Contas da União. A denúncia é de possíveis irregularidades na administração dos recursos públicos e potenciais conflitos de interesse em um contrato celebrado entre o governo e a OEI.
O contrato tinha o objetivo de preparar o Brasil para a COP 30, evento que será realizado em Belém, no Pará, em novembro de 2025. O valor total do acordo de cooperação internacional é de R$478,3 milhões.
O secretário executivo do Ministério da Educação, Leonardo Barchini, é apontado como figura central no alegado esquema irregular.
Ele ocupou anteriormente o cargo de diretor na OEI no Brasil, de setembro de 2023 a julho de 2024.
Segundo o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), havia um direcionamento facilitado de verbas para a instituição antes e depois de Barchini ter sua função no MEC.
"Suspeitamos fortemente que tenha havido facilitação no direcionamento de verbas à organização antes e após ele assumir sua posição no MEC. É urgente que isso seja apurado".
O vice-líder da oposição, deputado Evair de Melo (PP-ES), destacou o uso de ONGs para desvio de recursos, uma prática que, segundo ele, é frequente em governos de esquerda no Brasil.
Ele criticou a gestão atual, afirmando que bilhões estão sendo direcionados para ONGs e entidades internacionais em detrimento das necessidades básicas do país.
Na representação Zucco afirma que a alocação de verbas com a OEI totalizaram R$17,4 milhões. Durante o período em que Barchini esteve na OEI, de setembro de 2023 a julho de 2024, os valores aumentaram para R$46,8 milhões.
Após sua entrada no MEC, estes valores subiram para R$133,4 milhões entre agosto de 2024 e janeiro de 2025.
Ao todo, contando o contrato da COP30, o governo já alocou R$676 milhões à OEI durante os dois primeiros anos de mandato. No governo anterior, esses gastos foram de apenas R$78,9 milhões ao longo de quatro anos.
Além de apontar os valores, o deputado alega a dificuldade de fiscalizar esses repasses de recursos:
“Não bastasse o absurdo desses dados, que sinalizam caso gravíssimo de má gestão dos recursos públicos, visto que ações de fiscalização e controle de recursos nacionais repassados a organismos internacionais são dificultadas, se não mesmo impossibilitadas, devido a remessa desses recursos para contas bancárias mantidas em instituições financeiras sediadas no exterior, outro fator inédito nas relações entre o governo federal e a OEI faz acender o alerta máximo de quem cuida o patrimônio nacional”.
Foram notadas contribuições voluntárias do governo brasileiro à OEI, somando R$98 milhões, o que não tinha precedentes nos dados do Portal da Transparência.
Esses recursos, segundo a denúncia, foram retirados de programas nacionais, como educação básica e escolas de tempo integral.
O deputado levantou a seguinte questão:
"Estamos diante de um possível escândalo que pode impactar seriamente a República. Recursos que deveriam beneficiar nossos estudantes estão sendo destinados a uma organização estrangeira. Que tipo de prática é essa?"
Um crédito especial de R$35 milhões foi encaminhado à OEI através da Lei 14.894/2024, com o desembolso efetuado pela Subsecretaria de Gestão Administrativa do MEC, já sob a gestão de Barchini.
O deputado também aponta encontros entre membros da OEI com representantes do alto escalão do governo brasileiro, como o próprio Barchini, o presidente Lula e a primeira dama Janja.
Segundo Zucco:
“Tudo indica que esse alinhamento ideológico, os apertos de mãos, os sorrisos afetuosos e a celebração de amizades entre essas pessoas estão custando muito caro para o Brasil, onde o dinheiro está faltando no bolso do cidadão, invertendo a lógica de atendimento dos interesses do povo brasileiro em primeiro e absoluto lugar”.
Ao encerrar a representação, os deputados de oposição pedem:
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