Durante anos, Cláudio Márcio Tomé acreditou na promessa da reforma agrária. Ingressou no MST ainda jovem, movido pela esperança de ver justiça no campo.
Ele e sua família acamparam às margens de estradas, participaram de ocupações, enfrentaram intempéries, tudo por um pedaço de terra que pudesse chamar de seu. Contudo, o que encontrou foi outra coisa.
Enquanto as famílias acampadas eram transferidas para terrenos distantes e precários, as lideranças do movimento se instalavam nas sedes luxuosas das fazendas ocupadas, com piscina e heliponto.
A água, nos acampamentos, era racionada e compartilhada com o gado mantido por arrendamento.
“O que era um projeto de esperança virou um regime de privilégios e autoritarismo”, relatou.
Cláudio começou a questionar. Pedia mudanças, propunha voltar aos princípios fundadores do movimento. Em troca, enfrentou repressão:
“Se continuar se opondo à liderança, a região vai ficar pequena pra você”, afirma que ouviu de um dirigente do MST.
Foi o ponto de ruptura. Cláudio decidiu sair. Formou um novo grupo com outras famílias e tentou seguir de forma independente, sem bandeira partidária, buscando a regularização da terra já ocupada, sem novas invasões.
Mas a terra que lhes restou não dava frutos. O assentamento estava sobre os tocos de uma antiga plantação de eucalipto.
“O dinheiro da madeira, que seria usado para preparar o solo, sumiu”, disse.
Segundo denúncias, o valor desviado pode chegar a R$13 milhões. O resultado é o abandono: famílias sem renda, sem assistência, sem produção, vivendo entre tocos e promessas quebradas.
Hoje, Cláudio fala com um misto de dor e lucidez:
“Não quero que acreditem em mim. Quero que falem com as famílias. Elas estão lá. E elas têm o que contar”.
O relato de Cláudio é um dos vários que estão no próximo lançamento da Brasil Paralelo. Em breve você poderá assistir ao documentário sobre o MST.
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