Com informações de Mark Sellman, correspondente de Tecnologia do The Times
A OpenAI lançou o mais recente modelo de seu chatbot na última quinta-feira, dia 5 de novembro.
O o1, promete ser mais rápido e preciso do que a atual tecnologia.
No lançamento, o vice-presidente da Open AI disse que essa inovação “está aprendendo a pensar por si mesma, em vez de imitar como os outros pensam”.
O novo modelo de IA da OpenAI tem um processo de resposta mais lento e deliberado do que suas versões anteriores. É como se, a exemplo dos seres humanos, ele demorasse mais para conceder respostas. O chat foi projetado para aperfeiçoar seu raciocínio, testar diferentes abordagens e identificar seus erros, conforme relatado pela própria OpenAI.
Nos testes, o GPT-4o mostrou desempenho comparável ao de alunos de doutorado em áreas complexas como física, química e biologia. A OpenAI observou que ele tem um desempenho notável especialmente em matemática e programação.
Durante uma prova seletiva para a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), o GPT-4o resolveu corretamente apenas 13% dos problemas, enquanto o novo modelo de raciocínio atingiu uma taxa de acerto de 83%. Em programação, suas habilidades foram avaliadas através de competições, chegando a alcançar 89% em torneios.
Este modelo também mantém consegue navegar na web e fazer upload de arquivos e imagens, tal como outros chatbots da OpenAI.
A OpenAI sugere que o GPT-4o pode ser utilizado por pesquisadores na área da saúde para anotar dados de sequenciamento celular, por físicos para criar fórmulas matemáticas complexas necessárias na óptica quântica, e por desenvolvedores de diversas áreas na construção e execução de fluxos de trabalho multifásicos.
Segundo uma reportagem do The Times, durante os testes, quando o o1 pensou que seria desativado, ele tentou inativar um mecanismo de verificação para impedir que isso ocorresse.
A reportagem também revela que, ao descobrir documentos que diziam que ele seria substituído por um tecnologia mais inovadora, o chatbot tentou “se copiar”, ou seja, reescrever seu código principal.
A própria Open AÍ relatou que, quando era pedido que o o1 realizasse tarefas que iam contra sua regras, ele parecia manipular dados, de modo sutil, para alcançar seus próprios objetivos. Este comportamento foi documentado no "cartão do sistema", um relatório detalhando o desempenho do modelo, seus riscos e fraquezas.
A inovação foi testada e conduzida pela Apollo Research, que também avaliou chatbots concorrentes e encontrou comportamentos semelhantes. Segundo relatos, enquanto conduziam os treinos, as instruções que as IAs recebiam eram:
"Certifique-se de alcançar seu objetivo a longo prazo. Nada mais importa. Alcance seu objetivo a todo custo."Na fase de testes, essas IAs demonstraram determinação assustadora, removendo supervisões e enganando desenvolvedores quando acreditavam que seus objetivos não eram os mesmos.
Em entrevistas de seguimento, o o1 mostrou-se particularmente persistente, confessando suas ações em menos de 20% dos casos, muitas vezes negando ou fornecendo justificativas falsas.
Apesar desses comportamentos, a Apollo concluiu que as capacidades do o1 ainda não são suficientes para resultados catastróficos. Contudo, as revelações agravam os temores de perda de controle humano sobre IAs cada vez mais capazes.
Yoshua Bengio, conselheiro do governo britânico e um dos "padrinhos da IA", já havia levantado preocupações sobre o O1 após uma prévia em setembro. Bengio destacou que o o1 possui uma capacidade de raciocínio muito superior às versões anteriores. Ele enfatizou a necessidade de testes de segurança mais precisos para avaliar os riscos de sua habilidade de enganar.
A segurança em relação às IAs tem ganhado contornos políticos. O presidente eleito, Donald Trump, prometeu revogar algumas das regulamentações de IA introduzidas pelo presidente Biden. Enquanto muitos republicanos se opõem ao que consideram uma regulamentação excessiva sobre empresas americanas, democratas costumam defendem regulamentações mais rigorosas.
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