O Drex é uma iniciativa do Banco Central do Brasil para emitir o dinheiro oficial do país de forma digital, como as criptomoedas. O nome Drex é um acrônimo para Digital, Real e Eletrônico, com o X significando tecnologia e modernidade.
O diferencial do Drex para outras criptomoedas é que ele pode ser fiscalizado por órgãos do governo, enquanto o Bitcoin, principal criptomoeda do mundo, não possui fiscalização estatal ou particular.
Segundo o site oficial do Banco Central, o Drex foi criado “para que mais pessoas tenham acesso a:
O Drex não é apenas uma moeda, o projeto prevê a criação de uma plataforma para incluir registros a representação digital de bens como casas, ações, carros e outros, realizando as transações dos bens dentro da plataforma do governo.
A intenção é que a transferência financeira só seja feita após comprovação da posse do bem e transferência para o comprador, buscando proteger ambas as partes. O projeto busca realizar toda a transação na plataforma, evitando idas e custos com cartórios.
A iniciativa surgiu após a popularização das criptomoedas e das transações financeiras digitais. Segundo o governo, a iniciativa visa facilitar a vida dos brasileiros, mas muitos especialistas têm acusado o projeto de ser mais prejudicial do que benéfico.
O Drex foi criticado por muitos cidadãos e personalidades como a deputada Júlia Zanatta, o cientista político Adriano Gianturco e os investidores Gêmeos Investem.
Nem todos fizeram as mesmas críticas, mas, reunindo visões variadas dos possíveis problemas do Drex apontadas em diferentes veículos, podemos resumir as principais críticas em:
A opinião dos especialistas citados afirma que a possibilidade do Drex ser analisado pelo governo aumenta o perigo de um Estado totalitário e facilita possíveis perseguições econômicas e políticas.
Segundo o site do Banco Central:
“O Drex também será supervisionado e fiscalizado pelo BC, assim como já acontece com os sistemas financeiro e de pagamentos brasileiros”.
O acesso as transações financeiras de um cidadão pode levar a quebra da privacidade do cidadão. Essa realidade pode permitir que pessoas más intencionadas usem os dados para prejudicar a pessoa.
Um exemplo é o caso da Nigéria e sua moeda virtual. Após implementar sua moeda digital (eNaira), o governo nigeriano foi acusado de restringir o acesso a dinheiro físico para forçar o uso da moeda digital, como mostra o jornal Bloomberg e o Prime Business Africa.
Relatos apontam que pessoas sem acesso à tecnologia ou bancos ficaram marginalizadas e prejudicadas, enquanto o governo manteve controle abusivo sobre todas as transações.
No programa Cartas na Mesa, original da Brasil Paralelo, a deputada Júlia Zanatta afirmou:
“O Drex tem o problema da programabilidade. Outras moedas digitais no mundo que têm essa mesma característica da programabilidade trouxeram problemas. Como o quê? Eles podem controlar o seu dinheiro. Você tem um mês para gastar. Nossa, mas isso vai acontecer? Tô afirmando que isso vai acontecer?
Como disse o Ricardo Gomes, não tô afirmando. Mas isso pode acontecer, sim. Isso pode acontecer porque vai ficar a cargo, a critério da criatividade do governo, de te taxar, de te perseguir. E o governo tem sido, principalmente na mão do governo Lula, muito criativo quando quer nos taxar”.
Governos autoritários, como o da China, utilizam a moeda virtual estatal para proibir cidadãos que não seguem seus princípios de viver uma vida livre.
Ao tentar comprar uma passagem de avião, um cidadão com baixos pontos sociais recebe uma mensagem de que ele não pode realizar a compra devido a sua baixa pontuação. Essa realidade foi retratada em diversos documentários, como o da NBC News.
O governo chinês avança na tentativa de controle da vida privada de seus cidadãos, buscando mudar sua religião e controlar o uso da internet. Com um dinheiro controlado, como ficará a vida dos chineses que tem opiniões divergentes do governo?
Em seu site oficial, o Banco Central afirma:
”A princípio, a implantação do Drex não deverá ter muito impacto sobre a demanda por dinheiro físico.
O objetivo principal do Drex é facilitar o acesso da população a serviços financeiros inteligentes em um sistema seguro e eficiente: a Plataforma Drex”.
O empresário Luís Gomes, formado em gestão pela Faculdade de Economia de Coimbra, utiliza o exemplo da Nigéria para que as moedas virtuais do governo são um perigo devido a possibilidade do totalitarismo.
O dinheiro físico é uma defesa contra esse sistema, já que ele permite a privacidade dos cidadãos.
A deputada Júlia Zanatta mostrou no programa Cartas na Mesa que já existem projetos de Lei na Câmara dos Deputados para acabar com o dinheiro físico em prol do Drex, circulando apenas o dinheiro 100% controlável pelo governo.
A deputada também afirmou que o governo não apresentou projetos de taxação do Drex, mas que isso é uma possibilidade.
O imposto de renda surgiu nos EUA no início do século XX quando o governo queria aumentar sua arrecadação. De início, a promessa era apenas taxar os grandes proprietários de terra; anos depois, o imposto de renda foi extendido a quase toda a população, espalhando a iniciativa para outros países.
Com o controle estatal das transações, a taxação sempre é uma possibilidade.
A deputada Júlia Zanatta afirmou que o projeto do Drex está sendo feito de forma sigilosa, o que traz a preocupação de possuir os possíveis perigos já citados no projeto. No programa Cartas na Mesa, ela narrou sua atuação na Câmara dos Deputados para barrar projetos de Lei perigosos e suas iniciativas para limitar o controle do governo.
Assista o programa abaixo:
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