Sem escolas iluminadas, geladeiras e eletricidade constante, a população vivia como no século XVII. Chegaram os contêineres. Vieram em caminhões, escoltados por técnicos, dentro deles geradores e placas solares. Parecia uma instalação industrial qualquer.
Em poucas semanas, a vila tinha energia. Não por uma ação do governo nem por ação humanitária. Mas porque ali dentro, estava sendo minerado Bitcoin.
O Bitcoin é uma moeda digital que precisa ser "minerada" com a ajuda de computadores potentes. Esses equipamentos exigem enormes quantidades de energia e, por isso, mineradores buscam regiões com energia abundante e barata.
Minerar Bitcoin é como participar de uma corrida mundial de computadores que tentam resolver um problema matemático. Quem resolve primeiro, valida uma nova leva de transações na rede e é recompensado com Bitcoins. Para isso, é preciso usar máquinas potentes, que consomem bastante energia. Esse processo garante que a rede do Bitcoin funcione de forma segura e descentralizada, sem precisar de banco, governo ou empresa para controlar tudo.
A Etiópia, por exemplo, tem sobras de energia hidrelétrica não aproveitada. Isso atraiu mineradores chineses, que estão sendo expulsos de seu próprio país. Lá, encontraram não apenas oportunidade, mas necessidade.
As comunidades locais passaram a ser beneficiadas pela infraestrutura instalada para o Bitcoin: geradores, linhas de transmissão e baterias agora alimentam não só os contêineres, mas também casas, escolas e igrejas.
Empresas como a Gridless, com apoio da Block (empresa de Jack Dorsey, ex-Twitter), já operam no Quênia, Nigéria e Malawi com a mesma lógica: usar a mineração de Bitcoin para financiar acesso à eletricidade onde ele nunca chegou.
A ironia não poderia ser mais gritante. O Bitcoin, frequentemente criticado por seu consumo elétrico, está se tornando vetor de infraestrutura básica em regiões que o Estado não chega.
Como disse o CEO da Gridless: “Se não fosse o Bitcoin, ninguém teria financiado isso aqui.”
Em 2025, o Brasil investiu R$ 8,2 milhões em Bitcoin, mesmo com o mercado em queda. A proposta de usar Bitcoin como reserva do governo chegou a ser cogitada, mas não foi para frente.
Enquanto isso, pouca gente entende o que o Bitcoin de fato representa: uma moeda livre, sem banco central, sem impressora, sem censura e com potencial para solucionar problemas reais.
Assista à aula gratuita da Brasil Paralelo e descubra, com Fernando Ulrich, e entenda por que governos e comunidades do mundo inteiro estão olhando para o Bitcoin como uma alternativa real diante de crises, inflação e falta de infraestrutura.
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