Sally Field é uma das mais célebres atrizes americanas. Aos 60 anos de idade, a estrela que se tornou reconhecida pela atuação em filmes como Lincoln e Forrest Gump revelou que abortou em 1964, aos 17 anos.
Ao confessar, Sally enfatizou que ao finalizar o procedimento a equipe queria que ela saísse do local o quanto antes:
“Sofri um trauma muito grande. No final, me disseram para sair logo dali. Não me queriam ali. Eu era a prova de que eles realizavam procedimentos ilegais”, disse a atriz.
O caso de Sally ocorreu nos anos 1960, mas a possibilidade de legalização do aborto é uma discussão recorrente. O assunto entrou em discussão nas eleições presidenciais americanas de 2024.
Enquanto Kamala Harris defendeu o aborto em todo o país, Trump alegava que a decisão deveria ficar a cargo dos estados.
Entre os eleitores, essa parecia ser também uma preocupação. Segundo o instituto de pesquisa Gallup, 9% dos americanos levariam em conta as opiniões do candidato sobre o aborto na hora de decidir.
A porcentagem só era menor que:
Analistas ouvidos pelo The New York Times avaliavam que Trump poderia perder o voto feminino por esse motivo.
O aborto é tema central de Duas Vidas, o que estamos falando quando falamos de aborto. O original Brasil Paralelo está disponível gratuitamente. Assista:
Quando a Suprema Corte dos EUA derrubou a decisão que permitia o aborto em 2022, Trump chamou o decisão e de “a maior vitória pela vida em uma geração”.
Segundo o The New York Times, ele também teria reivindicado mérito na questão, afirmando que cumpriu uma promessa de campanha ao indicar três constitucionalistas renomados na Suprema Corte dos Estados Unidos.
Os votos deles possibilitaram a reversão da decisão Roe Vs Wade, que legalizou o aborto em todo o país em 1973.
Após a derrubada, 13 estados proibiram completamente o aborto, enquanto outros oito impuseram restrições.
Alguns passaram a autorizar o aborto em gestações de até seis semanas; enquanto outros o mantiveram legal até as 18 semanas de vida do feto.
Estados onde o aborto é legalizado. Imagem: Iconografia Estadão.
Ainda de acordo com o New York Times, tanto ativistas pró-vida quanto pró-direito ao aborto acreditam que a eleição de Trump abre brecha para o endurecimento da lei que permite o aborto.
O grupo pró-aborto, porém, teme:
Segundo o NYT, tais ações não precisariam de aprovação do Congresso, aumentando a preocupação de quem defende a prática.
Por outro lado, entre os pró-vida a expectativa parece ser alta. Grupos ouvidos pelo The New York Times enxergam na eleição do republicano um caminho para o endurecimento das leis contra o aborto no país.
Sob pressão deles, Trump poderia, por exemplo, usar seu poder executivo para implementar medidas que dificultariam ainda mais o acesso ao aborto.
Diante das análises, é certo que o debate sobre o tema se acirre pelos próximos quatro anos.
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