A origem de seus administradores impediu que um grupo empresarial assinasse um acordo de prestação de serviços com o Ministério da Defesa.
O chefe da pasta, ministro José Múcio Monteiro, declarou ontem, 8 de outubro, que o resultado de uma licitação foi suspenso devido à postura do governo sobre o conflito Israel-Palestina.
“Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questão da guerra do Hamas, os grupos políticos... Nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar o segundo colocado, e nós estamos aguardando que essa passe para que a gente possa se defender”, declarou Monteiro durante um evento da Confederação Nacional do Comércio (CNI).
Se a fala do ministro for verdadeira, isso a atitude do governo fere o artigo 20 da Lei nº 9.459/97 que afirma ser crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
A pena é entre um e três anos e multa.
Veja o video:
A fala aconteceu dias após Lula saudar Mahmoud Abbas, presidente palestino, durante seu discurso na Assembleia geral da ONU.
O brasileiro chamou as respostas de Israel ao terrorismo de grupos com Hamas e Hezbollah de “uma punição coletiva contra todo o povo palestino”.
"O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede a libertação de reféns e adia o cessar-fogo”, declarou Lula.
Para o ex-conselheiro de Segurança Nacional Israelense Daniel Schueftan, os brasileiros merecem os “pêsames” pelo presidente que tem.
“Lamento por você que uma piada como ele seja seu líder. O Brasil não fará guerra contra Israel, de qualquer forma não ouvimos o que eles dizem, não os levamos a sério, então quem se importa?”, declarou.
Schueftan é um dos entrevistados de From the River to the Sea, filme da Brasil Paralelo que mostra o lado de judeus e palestinos na guerra do Oriente Médio.
A produção já impactou mais de um milhão de pessoas e está disponível gratuitamente no Youtube.
Schueftan também classificou como “perigosa” a relativização do significado das palavras.
“Genocídio é matar ou tentar matar um povo. Se estivéssemos tentando matar o povo palestino há cem anos e eles crescem dramaticamente em números, seríamos muito ineficazes. Afirmar isso é um insulto à inteligência. É também hostil, é também antissemita e repulsivo”, completou.
Com a fala do Ministro da Defesa, é possível que as tensões diplomáticas entre o Brasil e Israel aumentem nos próximos dias. A situação representa uma quebra de tradição brasileira em se manter neutro em conflitos internacionais.
Resta esperar como o governo israelense irá reagir à fala de Monteiro.
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