Quando uma série de pessoas qualificadas decide deixar um país ou uma região em busca de mellhores condições de vida, ocorre um fenômeno chamado de fuga de capital humano. Outro nome atrubuído a esse processo é fuga de cérebros.
As nações mais afetadas por estes eventos normalmente estão em estágio de desenvolvimento ou podem ser considerados subdesenvolvidos.
O país passa por um fenômeno de fuga de cérebros interna, causado pelas diferenças nas condições de desenvolvimento em cada região.
Com isso, uma grande quantidade de pessoas qualificadas deixa seus estados natais para buscar por melhores chances no mercado ou completar a educação nas grandes cidades do país.
O Brasil também tem sido uma grande vítima desse processo em nível internacional.
Em 2020, o país ocupou o 80º lugar na lista dos 132 países com a maior capacidade de atrair, treinar e manter talentos profissionais.
As movimentações políticas e macroeconômicas também têm um forte impacto no fluxo de pessoas deixando o país.
O professor Cavalcanti Boucinhas Filho, que dá aula de administração de empresas na FGV, afirma que "a crise política certamente contribuiu" para o aumento da diáspora brasileira.
O número de brasileiros que moram fora atualmente chega a 4.5 milhões. Apenas durate a década entre 2012 e 2022, um total de 2.6 milhões deixaram o país.
O período foi marcado pela recessão econômica e por um grande aumento na taxa de desemprego.
Além disso, a crise política causada pela descoberta de grandes escândalos de corrupção levou grande parte da população a perder a esperança na classe polític e no futuro do país.
Os brasileiros seguem acreditando que conseguiriam acesso a melhores oportunidades de vida em outro país.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha afirma que 76% dos jovens brasileiros têm vontade de se mudar para sempre. Quando analisada a população entre 15 e 19 anos o númeor alcança 85%.
Essa é a parcela da população que mais tende a empreender, segundo um levantamento do Sebrae, 30,5% dos novos negócios foram abertos por jovens entre 25 e 34 anos.
Os jovens de 18 a 24 são a segunda faixa etária que mais empreende, sendo resposável por 20,3% dos novos negócios.
O advogado e especialista em migração para os EUA, André Linhares, afirmou em entrevista para o jornal O Globo que o perfil do brasileiro que vai para o país mudou desde a década de 1990.
Pessoas com maior nível de escolaridade e mais estabilidade financeira tendem a buscar melhor qualidade de vida:
“Normalmente, é um brasileiro com família, que parte de um descontentamento em relação ao futuro e procura uma vida melhor para os filhos.”
O relatório do governo federal sobre as comunidades brasileiras no exteriror revelou que a maior parte dos brasileiros que moram fora estão nos Estados Unidos. O país abriga aproximadamente 1,9 milhão.
A União Europeia aparece em segundo lugar, com aproximadamente 1,2 milhão de brasileiros. O país que mais recebe essa população é Portugal, com 360 mil morando legalmente.
Segundo a Fragomen, empresa que analisa as tendências de imigração, as requisições de residência feitas por brasileiros para Portugal aumentaram 200% em relação ao mesmo período de 2021.
Apesar disso, o país que registrou o maior aumento em pedidos para visto de trabalho e estudo durante o ano de 2022 foi a China, que regstrou uma alta de 321%.
Mesmo com o aumento, a porcentagem de brasileiros que decidem se mudar para a Ásia é de apenas 4,83%.
Naquele ano, o país registrou um crescimento de 5,2% do PIB, enquanto o Brasil aumentou apenas 2,9%.
Quando se olha para números absolutos a diferença se torna ainda mais gritante, já que o PIB chinês é quase nove vezes maior do que o brasileiro.
No mundo inteiro, pessoas que estudam fora tem uma tendência a não retornarem para seus países de origem.
Aproximadamente um quinto dos estudantes que seguem a graduação em outro país não voltam. O cenário piora quando se trata de doutorandos, PHDs e pesquisadores.
Em 2022, entre 2.000 e 3.000 pesquisadores brasileiros estavam realizando seus trabalhos acadêmicos em universidades fora do país.
Esse fenômeno pode ter graves consequências no longo prazo, impactando na capacidade de desenvolvimento científico e inovação produzidos no Brasil.
Isso se dá por diversos fatores, dentre eles a subvalorização e falta de investimento para pesquisas em áreas valorizadas internacionalmente.
Problemas no sistema de educação superior, como barreiras burocráticas e falta de infraestrutura também são fortes incentivos para que produtores de conhecimento deixem o país.
Para entender o real estado das universidades brasileiras, a Brasil Paralelo levou suas câmeras para dentro dessas instituições.
O documentário original Unitopia estreia no dia 17 de setembro.
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