A Anvisa deu sinal verde para o Kisunla, o primeiro medicamento no Brasil voltado ao tratamento de Alzheimer em estágio inicial, incluindo comprometimento cognitivo leve. O fármaco utiliza o donanemabe, um anticorpo monoclonal que ataca a proteína beta-amiloide, responsável por formar placas no cérebro que aceleram a doença.
Diferente dos tratamentos tradicionais, como galantamina e memantina, que focam em aliviar sintomas, o Kisunla ataca diretamente as placas beta-amiloides, que se acumulam no cérebro e aceleram a progressão do Alzheimer.
Enquanto a galantamina, administrada por via oral, aumenta a acetilcolina para melhorar a memória em estágios leves a moderados, com benefícios temporários, a memantina regula o glutamato para reduzir a confusão em casos moderados a graves.
O Kisunla já havia sido liberado nos EUA em 2024 e custa cerca de US$ 12.522 (R$ 71.374) por seis meses e US$ 32.000 (R$ 183.192) por um ano. Cada frasco de 20 mL contém 350 mg de donanemabe (17,5 mg por mL), com doses iniciais de 700 mg mensais por três meses, seguidas de 1.400 mg até a redução das placas ou por até 18 meses.
Um estudo clínico de 2023 com 1.736 pacientes em oito países mostrou resultados positivos, ao revelar que o Kisunla pode reduzir modestamente o ritmo do declínio cognitivo nos estágios iniciais da doença.
No entanto, o remédio não é indicado para todos; pacientes com o gene ApoE ε4, em uso de anticoagulantes ou com angiopatia amilóide cerebral (AAC) não devem utilizá-lo, devido a riscos que superam os benefícios.
No entanto, há efeitos colaterais, que podem incluir:
O Dr. Michael Greicius, neurologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, expressou ceticismo sobre a eficácia dos medicamentos antiamiloides, incluindo o Kisunla.
Afirmou ao The New York Times que, se os medicamentos fossem realmente eficazes, deveria haver uma correlação entre a remoção das placas amiloides e a resposta clínica em pacientes individuais, algo que ainda não foi demonstrado.
Por outro lado, a Dra. B. Joy Snider, professora de neurologia na Universidade de Washington, acredita que, mesmo que os benefícios sejam modestos, oferecer esses medicamentos aos pacientes pode ser valioso, pois pode atrasar a progressão da doença em suas vidas cotidianas.
Apesar da esperança que o Kisunla representa, o alto custo e o ceticismo de parte da comunidade médica sobre a eficácia a longo prazo levantam debates. Com 2,7 milhões de pessoas vivendo com Alzheimer no Brasil, a aprovação é um marco, mas ainda sem cura, a doença continua a ser um desafio global. O Kisunla é um passo — caro, mas promissor — na luta contra o esquecimento.
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