Uma pesquisa do instituto Pew Research mostra que durante as últimas três décadas, ano após ano, menos americanos se identificavam com alguma fé, especialmente o cristianismo.
Enquanto o grupo dos "sem religião" crescia consistentemente. Agora, dados recentes sugerem uma possível reviravolta, ou ao menos uma pausa nessa tendência.
A pesquisa indica que, nos últimos cinco anos, a proporção de americanos sem afiliação religiosa se estabilizou.
O professor associado de ciência política e análise de dados Ryan Burge, afirmou em entrevista ao jornal Vox que não há evidências de que o número tenha crescido nos últimos 5 anos:
"Do ponto de vista puramente estatístico, não sei se podemos afirmar com certeza se há uma parcela maior de 'nones' nos Estados Unidos hoje do que havia em 2019."
Esta estagnação pode estar ligada à Geração Z. Nascida entre 1997 e 2012, essa geração parece estar abandonando a religião em um ritmo mais lento que as anteriores.
Uma análise da revista The Economist baseada nos dados do Instituto Pew Research indicou que os "Zoomers" são a única geração americana que atualmente não está diminuindo sua filiação religiosa.
Não há uma explicação única para essa aparente mudança de curso, mas algumas hipóteses são exploradas:
A Geração Z relata níveis elevados de solidão e isolamento, dois terços a três quartos dos jovens, segundo pesquisa.
Nesse contexto, a religião pode oferecer um espaço de comunidade, amizade e consolo.
Relatos de jovens que voltaram a frequentar igrejas mencionam a busca por se sentirem "menos perdidos" ou por encontrarem um lugar onde.
“As pessoas na igreja não te rejeitam”, afirmou Julia LaGrand, uma jovem de 20 anos entrevistada na First Church, em Cambridge, pela The Economist.
Ainda assim, a tendência não é igual para todos na Geração Z. Dados do instituto AEI's Survey Center on American Life indicam que homens da Geração Z estão se tornando mais religiosos que as mulheres.
Ao mesmo tempo, o público feminino estaria deixando igrejas organizadas, especialmente as mais conservadoras.
Os principais motivos seriam as discordâncias sobre normas para os sexos, tratamento de pessoas LGBTQ+ e alinhamentos políticos.
Segundo pesquisa feita pela Universidade de Harvard, 44% das mulheres entre 18 e 29 anos se identificam com a plataforma do Partido Democrata nos EUA, a sigla defende pautas consideradas progressistas.
A alta proporção de mulheres Gen Z que se identificam como LGBTQ+, cerca de 28% segundo o instituto Gallup, pode intensificar essa dinâmica.
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