Especula-se que a Seleção Brasileira de Futebol poderá usar uma camisa que não têm as cores da bandeira do Brasil. A segunda camisa oficial, a ser lançada no dia 26 de março de 2026, poderá ser vermelha.
A polêmica gerou um debate que vai além do futebol, envolvendo tradição e política.
Alguns dos principais comentaristas esportivos do Brasil já se manifestaram sobre o caso. Galvão Bueno chamou a alteração de cor da camisa de crime contra a história da Seleção Brasileira de futebol.
“A seleção brasileira e a história do futebol brasileiro são muito sérias e ricas, de muitos momentos difíceis, mas de grandes conquistas.
Eu transmiti 52 jogos do Brasil em 13 Copas do Mundo, então, acho que tenho algum direito de falar isso.”
Galvão esclareceu que a camisa azul da seleção foi usada pela primeira na Copa do Mundo de 1938. Além disso:
Em seu programa de TV, também compartilhou uma lembrança sobre a tradicional camisa amarela da seleção:
“Eu não tive a honra de vestir a camisa do baixinho, a camisa do Romário, aquele gol de cabeça na semifinal com a Suécia. Quando chegamos no hotel, ele falou: "Pássaro, ó lá a foto, ó. Aquela camisa ali, ó. Parceiro, essa aqui é para você, parceiro." E me deu com uma dedicatória e um autógrafo. Eu a tenho guardada com muito orgulho, com muito orgulho”.
Enfatizou também que não entende o que baseia a escolha da cor vermelha para o novo uniforme, já que o regulamento da Confederação Brasileira de Futebol estabelece que a camisa deve ter as cores da bandeira da CBF que são as mesmas da bandeira do Brasil. O comentarista apresentou o inciso três do artigo 13.
“Os uniformes obedecerão às cores existentes na bandeira da CBF e conterão o emblema descrito no inciso deste artigo, podendo variar de acordo com exigências do clima em modelos aprovados pela diretoria, não sendo obrigatório que cada tipo de uniforme contenha todas as cores.`
Por isso, nós temos uma camisa amarela e verde e outra camisa azul e branca. E segue aí o regulamento.”
Ao final, Bueno questionou:
“Apareceu alguém para cometer aquilo que eu digo ser um crime. Saiu a notícia de que a fornecedora de camisas da seleção, de acordo com a CBF para Copa do Mundo de 26, a camisa azul vai deixar de existir e vai ter uma camisa vermelha.” O que tem isso a ver com a história? Isso é uma ofensa sem tamanho à história do futebol brasileiro. Eu tô muitíssimo na bronca.”
Walter Casagrande também falou que acha uma falta de respeito com a história do futebol brasileira:
“É um horror também. Não vejo motivo, não vejo por que mexer na nossa história dessa maneira. Teve a branca, sim, a branca que jogou em 1950. Depois, passou a ser azul. Acho que não se deve fugir das cores da bandeira do Brasil. É isso. Nossa história é essa, e o mundo nos conhece assim. É isso, cara."
O jornalista esportivo Mauro Naves destacou que embora a seleção já tenha usado camisa preta em jogos comemorativos, foi em outro contexto, no caso, em um emblemático jogo contra o racismo. No entanto, na Copa do Mundo, não há a menor necessidade de usar cores que não sejam as da bandeira:
“Não, também não concordo. Fosse um jogo comemorativo. A seleção já jogou com camisa preta por um motivo, era mais do que justo, que era um jogo de movimento contra o racismo. Exatamente. Isso. Mas numa copa não vejo a menor necessidade.
Falcão reforçou o argumento, lembrando a origem da camisa azul:
“Todo mundo fala da amarelinha, da camisa azul. A primeira Copa do Mundo foi de seleção de camisa azul, porque a Suécia jogava, se eu não me engano, com camisa amarela. [O Brasil] não tinha nem camisa.”
Galvão complementou:
“Paulo Machado Carvalho, que era o chefe da delegação brasileira, disse que ele comprou o manto de Nossa Senhora da Aparecida. Isso. A camisa azul para jogar contra a Suécia.”
Galvão questionou a origem da ideia: “Não sei se essa ideia partiu de algum departamento de marketing que deveria pensar melhor na vida para fazer outra coisa ou da CBF, porque não tem cabimento…”
Por outro lado, Diogo Dantas afirmou que a escolha não tem motivação política. Segundo ele, a Nike desenvolveu o uniforme com base em uma estratégia de marketing, e a CBF apenas aprovou o protótipo.
Defensores da proposta defenderam que sugeriram que o vermelho poderia ser usado em uma terceira camisa, permitindo à Seleção escolher o uniforme. No entanto, nenhuma seleção mundial adota um terceiro uniforme oficial, o que teria levado a Nike a alterar a cor da segunda camisa oficial.
Até o momento, a CBF apenas aprovou que a Nike desenvolvesse um protótipo sem as cores oficiais da Seleção. A decisão final será tomada em uma reunião na sede da empresa, durante o Super Mundial de Clubes, provavelmente em junho.
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