Junto com a determinação de inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro no Brasil, a oposição à esquerda latino-americana perdeu outra representante: Maria Corina Machado, na Venezuela.
Maria é engenheira industrial, professora e ex-deputada federal. Há décadas atua em organizações sociais e caritativas católicas de Caracas, tendo ingressado na política em 2011, devido ao seu descontentamento com o regime de Maduro.
Em 2015, no término de seu primeiro mandato, Maria foi proibida de manter qualquer cargo público sob a acusação de ter recebido fundos ilícitos em uma de suas organizações sociais.
Mesmo com a proibição, ela continuou ativa na oposição à ditadura de Maduro, sendo uma das principais líderes de protestos do país. Em um discurso ao senado brasileiro em 2014, Maria declarou:
"O conflito que enfrentamos é entre a falta de respeito aos direitos humanos e às liberdades, entre a ditadura e a democracia, entre a Justiça e os atropelos, entre um regime opressor e um povo que clama por liberdade".
Após o fim do mandato, Maria viajou o mundo falando sobre a realidade da Venezuela, buscando apoio internacional para ajudar seu país.
Pesquisas mostram que Maria é a principal candidata da oposição contra o ditador Nicolás Maduro. Maria já estava em pré-campanha, quando um comunicado oficial do governo foi emitido para barrar sua candidatura.
Hoje (30/06), a Controladoria-Geral da Venezuela emitiu uma nota oficial para declarar Maria inelegível. Segundo o documento, ela possui um impedimento de 15 anos para concorrer a cargos públicos desde 2015, devido a:
“Tenho o dever de informar que à cidadã María Corina Machado Parisca foi imposta a sanção de inabilitação para o exercício de qualquer cargo público, em 13 de julho do ano 2015, por um período de 15 anos”, disse o comunicado.
Maria se manifestou sobre a proibição em seu Twitter, dizendo:
"Uma proibição pelo regime de Maduro é lixo, não significa nada, só mostra que eles estão sendo derrotados. Agora voltaremos com mais força, mais rebeldia e vontade nas primárias".
Henrique Capriles, um dos opositores de Maduro, saiu em defesa da ex-deputada:
”A inabilitação de María Corina é uma ação inconstitucional, infundada e vergonhosa. Rechaçamos de maneira categórica esse novo exemplo de rumo antidemocrático de Maduro e de seu regime”.
Maduro e seus apoiadores ainda não se manifestaram sobre o caso.
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