O contato com pessoas reais e suas histórias na Venezuela fez com que Bruno Musa e Fábio Lima buscassem conhecer como a maior parte dos venezuelanos de fato vivem.
A jornada os levou a Petare, a maior favela da América Latina.
O dia começou tenso, pois tanto eu como a equipe da BP estávamos com receio de entrar em uma grande favela venezuelana, afinal, o país está na lista dos mais violentos do mundo.
A favela de Petare, para onde estávamos indo, ocupa um espaço três vezes maior que o da Rocinha no Rio de Janeiro e tem mais de 600 mil habitantes.
A nossa ida já começou conturbada quando paramos os carros por causa de um vendedor de verduras que derrubou seus tomates na pista e precisamos parar o carro.
Descemos para ajudar com cuidado, pois o trânsito na Venezuela é bem caótico, parece com as cenas já que vi do tráfego de carros na Índia. Mal tem faixas pintadas nas ruas.
O motorista me contou que desde a pandemia as pessoas pararam de respeitar o trânsito e de parar em sinais, pois ficaram com 2 anos com tudo muito parado, assim criaram esse novo hábito de não respeitar o trânsito e estão passando por uma reeducação.
Então, a situação é:
Esse é o clima.
Logo depois do ocorrido Maya chegou e fomos seguindo seu carro para entrar na favela.
A favela de Petare parecia não ter fim. Não era como uma favela comum do Rio de Janeiro que você tem noção onde começa e onde acaba.
Passamos mais de 30 minutos dirigindo dentro da favela até chegar no ponto que Maya estava nos levando.
Maya me explicou sobre o sistema dos Coletivos, uma força paramilitar custeada pelo governo, que atua de forma semelhante às milícias que existem no Brasil, porém no Brasil elas não são governamentais.
Ela também contou que os Coletivos não tem compromisso nenhum com a justiça, e que as ações deles já causaram muita morte de pessoas inocentes.
Com a intimidação da ação deles, a violência por parte da população diminuiu, mas a sensação de medo não acabou, pois apenas foi substituída por essas ações.
Se um Coletivo te pedir teu celular ou qualquer outro item que esteja em sua posse, você precisa entregar a ele, ou terá consequências.
Logo que saímos do carro em Petare, conhecemos uma moça que havia perdido sua casa em um incêndio recente, e estava morando na rua, com seus filhos espalhados em casa de amigos para se abrigarem.
Ela tinha um semblante muito triste, um olhar de quem já havia perdido todas as esperanças em dias melhores, transmitindo nitidamente uma sensação de que tudo deu errado.
Quando a encontramos ela carregava uma sacola com alimentos de baixíssima qualidade que havia recebido do governo.
Já na parte mais alta da favela, observei uma senhora em uma pequena vendinha, no meio de uma viela lá no topo da favela mesmo. Levamos 30 minutos para alcançar essa área.
Observei que todos os preços na vendinha estavam em dólar, e não em bolívar. O bolívar ainda é a moeda oficial do país, mas em canto nenhum eu vejo os venezuelanos a usarem.
Conversei bastante com a dona da vendinha, ela me contou que desce o morro até os mercados grandes para comprar os produtos e revender com um lucro irrisório para ajudar a população local.
Pois as pessoas lá não tem dinheiro para comprar muitos itens, então descer pra ir até um mercado pra comprar só 1 ou 2 itens não é viável.
Essa é a forma de sustento dela e também uma maneira de ajudar a população à sua volta.
Lá tinha um cachorro enorme por trás da grade do comércio, aparentemente para segurança, mas ele era super dócil e inclusive nós o alisamos.
Maya nos levou para conhecer um professor local, um senhor que se dedica a ensinar as crianças da região em uma escola improvisada e muito humilde.
Ele nos contou que ajudou cerca de 30 garotas a saírem da favela de Petare e irem morar no exterior, e hoje elas levam uma vida confortável e segura. Sem falta de alimento ou trabalho. Levando uma vida muito melhor do que a que teriam se ficassem onde nasceram.
Entrei junto com Maya e a equipe da BP em várias casas extremamente simples, que as pessoas nos convidaram para conhecer sua realidade.
Percebi que muitas famílias estão separadas por irem buscar uma vida melhor em outras nações.
Uma senhora que conversei me contou que saiu da Venezuela para morar em Porto Rico mas acabou voltando, pois não conseguiu trabalho nesse outro país e precisou voltar pois se deixasse sua casa sozinha por muito tempo, outros venezuelanos iriam invadir e ela de fato não teria casa em local nenhum.
Encontrei muitas pessoas com histórias marcantes em pouco tempo de visita a maior favela da América Latina, é uma realidade bem dura.
Pessoas simples, que vivem na pele o dia a dia desse país. E a cada nova história que cruza meu caminho, consigo entender mais de perto a realidade desse povo tão sofrido.
A visita a Petare abriu uma nova curiosidade em minha mente, por onde anda a mídia e os veículos de comunicação da Venezuela?
Ass.: Bruno Musa.
A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa foi até a Venezuela para ver com seus próprios olhos a realidade nua e crua desse país. O economista e empreendedor conheceu a realidade dos venezuelanos tendo conhecido pessoas e ouvido relatos sobre a realidade do dia a dia.
A viagem ajudou a revelar o que é verdade e o que é mentira sobre o que é dito do país. O novo Original Brasil Paralelo é uma produção inédita contada pelo próprio povo venezuelano e com imagens inéditas feitas dentro do país.
A viagem virou o novo documentário da Brasil Paralelo: Infiltrados: Venezuela, que estreia em junho.
Toque no link e conheça essa história.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP