Esta reportagem pode conter gatilhos.
Se suspeitar de algum caso de abuso sexual infantil, disque 190 (Polícia Militar), 100(Direitos Humanos); 197(Polícia Civis).
No primeiro semestre de 2025, uma investigação chocou até mesmo um grupo de experientes investigadores alemães.
Ao investigar uma das maiores redes internacionais de pedofilia, eles se depararam com o caso de um homem de 36 anos que, além de consumidor de pornografia infantil, oferecia o próprio filho pequeno para que outros pedófilos “brincassem”, o modo como se descrevem os abusos.
O horror do caso fez a equipe ter uma noção da gravidade dos crimes que investigavam.
O homem foi identificado no KidFlix, streaming de pedofilia que teve mais de 1,8 milhões de acessos desde sua criação, em 2021, até ser desmantelado em março de 2025. A plataforma se tornou um dos maiores centros de material contendo abuso sexual infantil do planeta.
O streaming teve seu funcionamento suspenso em março de 2025, após uma cooperação de forças policiais de mais de 35 países, denominada Operação Stream.
A força-tarefa era liderada pela Polícia Criminal Estadual da Baviera (Bayerisches Landeskriminalamt), na Alemanha, com o apoio da Europol e de polícias de países como Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e Portugal.
A Kidflix enganava com um nome parecido com o da gigante Netflix, mas não era apenas um repositório de vídeos: ela permitia downloads e transmissão ao vivo de vídeos em que crianças e adolescentes eram abusados.
E os números da plataforma eram expressivos:
A plataforma operava com um sistema sofisticado e cruel.
Usuários pagavam com criptomoedas, que eram convertidas em tokens para desbloquear vídeos em diferentes qualidades, de baixa a alta resolução.
O mais chocante: criminosos ganhavam tokens ao enviar novos conteúdos, verificar títulos ou categorizar os arquivos, criando um ciclo de incentivo à prática de crimes de produção de abusos sexuais de menores.
“Era um mercado onde o sofrimento de crianças virava moeda de troca”, descreveu um investigador da Europol.
No momento da apreensão, o servidor principal do KidFix tinha 72 mil vídeos armazenados.
A investigação, iniciada em 2022, culminou em duas semanas intensas de ações, entre 10 e 23 de março, revelando a extensão do problema.
Os números da Operação Stream impressionam:
Entre os detidos, havia não apenas consumidores do material, mas também abusadores de direitos de crianças.
O esforço conjunto salvou 39 vítimas de situações de violência. Catarina De Bolle, diretora executiva da Europol enfatizou que esses crimes não são apenas cibernéticos.
“Há crianças reais sofrendo, e como sociedade precisamos protegê-las”.
A exploração sexual infantil online é uma das maiores ameaças aos Direitos Humanos identificadas em todo o mundo. Segundo destacado pelo EU-SOCTA, o relatório que avalia a ameaça grave da criminalidade organizada, publicado pela Europol, em 2025 a exploração infantil na internet foi apontada como uma prioridade urgente, refletindo o aumento alarmante desse tipo de crime.
A Kidfix é um exemplo extremo das portas que a internet abriu para que criminosos tenham acesso às crianças.
Ao se tornar um ponto de encontro entre criminosos, a plataforma rendeu dezenas de milhões.
Apesar do anonimato prometido pela dark web, a maioria dos suspeitos identificados já estava nos registros da Europol, provando que muitos são reincidentes.
“O que acontece online não desaparece. Deixa rastros, e nós os seguimos”, afirmou um porta-voz da agência.
No Brasil, a Polícia Federal, a Polícia Civil e a Polícia Militar integraram a operação e reforçaram a luta contra esses crimes.
Aqui, canais como o Disque 100 (direitos humanos), Disque 180 (violência contra a mulher), Disque 190 (emergências) e Disque 197 (investigações) são ferramentas essenciais para denúncias.
“Qualquer suspeita deve ser reportada. O silêncio só protege os criminosos”, alerta um oficial da PF.
A Operação Stream, foi uam importante batalha vencida contra a pedofilia.
Ainda assim, especialistas alertam que a ameaça não acabou. A tecnologia avança, e com ela os métodos dos infratores. Para cada Kidflix derrubada, outras podem surgir. A resposta, dizem as autoridades, está na vigilância constante, na cooperação global e na coragem de denunciar.
Por trás dos números, há vidas em jogo – e elas merecem ser protegidas.
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