Apesar de decorridos mais de 40 dias do início da maior inundação de sua história, a população de Porto Alegre enfrenta dificuldades de se desfazer dos entulhos deixados pela enchente. Segundo reportagem da BBC Brasil, a prefeitura da cidade não teria plano de contingência para lidar com a quantidade de entulho que se acumula após o recuo das águas.
Parte do material recolhido pelo executivo municipal está sendo levado para bota-esperas, locais que estão sendo usados como uma espécie de “lixões temporários”. Moradores das proximidades desses locais estão preocupados com a possibilidade de contaminação por causa do lixo.
Mesmo não sendo tóxico, o material pode acabar contaminando o solo. O parlamentar Jonas Reis (PT) apresentou uma representação ao Ministério Público para cobrar da prefeitura providências para preservar tanto o meio ambiente quanto a saúde da população.
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Paulo Robinson Samuel relatou que após três dias exposto, o entulho pode exalar chorume, o que pode
“Os objetos podem conter urina de roedores, o que pode causar doenças como a toxoplasmose”, afirmou o engenheiro sanitário.
No bairro Humaitá, onde foi instalado um dos bota-espera, um grupo de moradores chegou a fazer um protesto contra a presença do entulho. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), visitou o local e reiterou que mandará remover o lixo para outra localidade.
A prefeitura da capital gaúcha afirmou que até a última segunda-feira, dia 06 de junho, quatro empresas contratadas pela prefeitura trabalharam juntamente com funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) para limpar a cidade. Ao todo, 800 garis e 256 funcionários terceirizados trabalharam em três turnos para dar conta da demanda.
Os serviços incluem coleta de lixo, raspagem de lodo e terra e a varrição das ruas. Mais de 48 mil toneladas de entulho já foram retiradas das ruas, relata a BBC em reportagem.
Sob orientação do executivo municipal, moradores colocaram o que tiraram de casa nas calçadas para a devida remoção dos dejetos. A medida foi tomada para agilizar o processo de recolhimento, informou o diretor-geral da DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker. A quantidade é quase 44 vezes maior do que a cidade produz em apenas um dia.
Dos bota-espera o entulho será levado para o Aterro São Judas Tadeu, em Gravataí. A cidade fica a 29 km de Porto Alegre. Hundertmarker afirma que está previsto o descarte de até 180 mil toneladas de lixo no local, que foi escolhido por causa da proximidade com a capital.
O processo de limpeza da cidade pode ficar ainda mais lento. A Defesa Civil do estado emitiu estado de alerta para todo o Rio Grande do Sul a partir das 11h de hoje. É possível que áreas anteriormente inundadas voltem a alagar, por isso o órgão pede atenção à população.
Caso esteja na rua e for surpreendido pela chuva, busque abrigo e não atravesse alagamentos. Em casa, feche bem portas e janelas e retire eletrônicos das tomadas durante temporais. Se precisar de ajuda, entre em contato diretamente com a Defesa Civil pelo WhatsApp (51) 98401-2527.
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