Dentre as principais vítimas da guerra entre Israel e o Hamas estão as crianças palestinas, especialmente vulneráveis.
Dados da ONG Save the Children estimam que mais de 21 mil crianças estejam desaparecidas na região da Faixa de Gaza.
Aproximadamente 17 mil estão desacompanhadas ou separadas de suas famílias, enquanto outras 4 mil podem estar presas sob escombros.
A Brasil Paralelo entrevistou quatro crianças em um campo de refugiados na Faixa de Gaza, expondo a dor que a guerra levou para suas vidas.
Rahaf Quazaat conta que antes do início do conflito, no dia 7 de outubro de 2023, levava uma vida normal, frequentando a escola e crescendo junto de sua família:
“Nós costumávamos ir à escola, a vida era bonita. No primeiro dia da guerra estávamos prontos para ir à escola quando os membros do Hamas lançaram foguetes.”
Naquele dia, sua mãe não a deixou ir para a escola, sabendo que aquele era o começo de uma guerra.
Logo, a vida de Rahaf foi impactada por uma grande tragédia. Seu pai foi atingido por soldados israelenses e perdeu a vida.
“Meu pai e meu tio saíram para ver, achavam que os tanques tinham recuado, os judeus atiraram no meu pai e ele foi martirizado naquele momento. Meu tio voltou e disse que meu pai havia sido martirizado.”
Heba Obaed acabou separada de sua irmã mais velha e seus sobrinhos, que ficaram presos na região sul enquanto a menina ficou em Gaza:
“Minha sobrinha e meu sobrinho ficaram com a minha família. Eles foram cercados e eu fiquei em Gaza, agora eles estão no sul. Meu pai e metade das minhas irmãs foram…”
A criança não conseguiu completar a fala e seus olhos se encheram de lágrimas.
Razan Arafat, de 12 anos, quase morreu depois que uma bomba explodiu e a deixou soterrada por escombros.
A criança, que perdeu sua perna direita no incidente, conta que tudo começou como uma tarde normal em família:
“Estava sentada no chão com minha família no cômodo quando chegou a hora da chamada para a oração da tarde. Minhas irmãs e eu estávamos na casa do nosso tio e queríamos sair depressa, mas de repente me vi debaixo da areia e havia pedras sobre mim.”
Com o rosto marcado por estilhaços de bomba, Syla Akhush foi outra criança entrevistada. A menina conta que teve sua casa atingida durante a guerra e seu rosto deformado pela explosão:
“Estávamos indo da escola para casa e ouvimos um estrondo. Então, fui até a minha mãe. E minha mãe, minhas irmãs e eu ficamos desabrigadas. Então, eu fui atingida, e os estilhaços me deixaram deformada.”
Quando a garota foi perguntada sobre o que gostaria de fazer quando for mais velha, a resposta foi:
“Eu gostaria de viajar, receber tratamento e voltar tudo como era antes. E que a guerra termine para poder ver a família e as pessoas de novo.”
Para entender uma questão complexa e importante como a guerra entre Israel e o Hamas, a Brasil Paralelo foi ao Oriente Médio, onde entrevistou intelectuais, militares e sobreviventes da guerra.
Mais de 3,7 milhões de pessoas já assistiram ao filme até hoje, 24 de outro e mais de 100 mil pessoas assistiram à estreia do documentário original no dia 7 de outubro.
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