A luta pelo fim da escravidão mobilizou diversos setores da sociedade brasileira na campanha abolicionista.
Pessoas da classe média, aristocratas, escravizados e membros da família real uniram suas forças por essa causa.
Veja a história de quatro brasileiros que marcaram a campanha abolicionista:
Sua mãe, Luiza Mahin, teria sido presa e expulsa do Brasil por envolvimento com uma rebelião de escravos, deixando o jovem Luiz Gama sozinho com seu pai, um português com nome desconhecido.
Aos 10 anos de idade, Gama foi vendido por seu pai para pagar uma dívida de jogo, algo proibido na legislação da época.
Aos 18 anos, estudou a lei brasileira de forma autonoma e conseguiu a liberdade após provar que era filho de um português com uma negra livre.
Após se libertar, começou a atuar como advogado e ativista, ajudando escravos a conseguirem alforria de forma legal. Ao todo, estima-se que Gama tenha libertado cerca de 500 pessoas.
Seu ativismo em prol da liberdade dos escravos levou à primeira ação coletiva pela libertação de cativos no Brasil.
Na ocasião, ele foi designado por um juiz como advogado para defender a causa de 240 pessoas que haviam sido libertas através do testamento de seu senhor.
A vontade do falecido não estava sendo respeitada pelos herdeiros. Ao tomar conhecimento do caso, Gama se prontificou a ajudar a que o testamento fosse cumprido. O caso foi parcialmente aceito e os cativos foram libertados anos depois.
O abolicionista morreu no dia 24 de agosto de 2882, quatro anos antes da Lei Áurea acabar com a escravidão.
Filho do vigário João Carlos Monteiro com a quitandeira negra Justina Maria do Espírito Santo, o abolicionista vivia entre uma casa na cidade de Campos e na fazenda Lagoa de Cima, ambas de seu pai.
Desde muito jovem, acompanhou a rotina de trabalhos árduos e punições dos escravos em uma propriedade vizinha.
Aos 14 anos passou a viver fixamente em Corte, onde se tornou aprendiz na farmácia da Santa Casa da Misericórdia.
Alguns anos depois, Patrocínio se mudou para o Rio de Janeiro e se matriculou na Faculdade de Medicina.
No entanto, foi no jornalismo que Patrocínio encontrou sua verdadeira vocação. Com uma escrita incisiva e uma oratória convincente, ele rapidamente se destacou no cenário intelectual carioca.
Seus artigos, publicados em jornais importantes, abordavam questões cruciais da sociedade brasileira, com ênfase na abolição da escravatura.
Além disso, participava ativamente de organizações republicanas, sendo um ávido crítico do Império.
Como fundador da Confederação Abolicionista, ele coordenou esforços nacionais para pressionar o governo imperial a pôr fim à escravidão.
Suas estratégias incluíam desde a publicação de editoriais inflamados até a organização de comícios públicos.
Após a assinatura da Lei Áurea, o abolicionista fez gestos públicos de agradecimento à princesa Isabel, levando a opinião pública a associá-lo à monarquia.
Foi acusado de fundar e liderar a Guarda Negra, um grupo de escravos libertos que lutavam para garantir seus direitos e agiram contra eventos republicanos como demonstração de apoio à princesa Isabel.
Em 1889, Patrocínio publicou um artigo onde refutava as acusações e se colocava como um antigo defensor do republicanismo.
Após a Proclamação da República, não poupou críticas ao autoritarismo dos governos militares.
Por esse motivo foi acusado de conspirar contra o governo e condenado ao desterro na cidade de Cucui, Amazonas.
Depois de um tempo, conseguiu regressar ao Rio de Janeiro e voltou a publicar seus textos depois do primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, perdoar algumas das condenações do governo de Floriano Peixoto.
José do Patrocínio morreu em janeiro de 1905, depois de enfrentar tuberculose severa.
Filho de um advogado autodidata, Antônio Pereira Rebouças, e da escrava alforriada Carolina Pinto, André Rebouças nasceu no recôncavo baiano em 1838.
Ainda criança se mudou para o Rio de Janeiro, quando seu pai conseguiu influência política suficiente para integrar a corte imperial.
Em 1854, ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro, se formando como segundo tenente.
Cinco anos depois, bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Militar da Praia Vermelha, obtendo o grau de engenheiro militar.
Como engenheiro, trabalhou em parceria com seu irmão, Antônio Rebouças Filho, em importantes obras de infraestrutura ao redor do país.
Também exerceu um importante papel dentro do movimento abolicionista.
Na década de 1880, participou da fundação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e condenou a prática em artigos escritos na Gazeta da Tarde, importante jornal da época.
Por circular dentro da Corte Imperial desde muito jovem, Rebouças tinha acesso a membros da família real, influenciando Dom Pedro II e a princesa Isabel.
André Rebouças chegou a ajudar a família imperial a abrigar escravos fugidos nas residências imperiais em Petrópolis.
Junto com José do Patrocínio escreveu o Manifesto da Confederação Abolicionista e rascunho as bases da Lei Áurea em 1888.
Para além da abolição, André Rebouças elaborou um projeto educacional para capacitar os libertos e garantir que conseguissem trabalho. Foi também defensor da reforma agrária.
André Rebouças acompanhou a família real em seu exílio após a Proclamação da República, pois não via a possibilidade de seus projetos serem implementados em um regime criado com o apoio das elites cafeicultoras.
Nascido em uma família influente de Pernambuco, Joaquim passou a infância com sua madrinha no engenho de Massangana.
Nesse período, seus genitores foram morar no Rio de Janeiro para exercer o cargo de senador do império.
Quando criança, Nabuco viu um escravo implorando para que fosse comprado por sua família para fugir das rígidas punições aplicadas pelo engenho ao lado.
O episódio marcou a vida do escritor, que se tornou um fervoroso defensor da abolição da escravatura.
Anos depois, mudou-se para São Paulo, onde fez os três primeiros anos da faculdade de direito, terminando o curso em Recife em 1870.
Serviu como embaixador em Londres e em Washington entre os anos de 1876 a 1879, voltando para se candidatar ao cargo de deputado federal
Em 1883 publicou a obra O Abolicionismo, enquanto estava em viagem à Europa. Como parlamentar, foi uma das principais vozes da campanha abolicionista na Câmara.
Monarquista convicto, Nabuco abandonou a vida pública após a Proclamação da República em 1889.
No período de afastamento se dedicou aos estudos e à sua obra literária, frequentando a redação da Revista Brasileira.
Lá se aproximou de escritores proeminentes, como Machado de Assis, José Veríssimo e Lúcio de Mendonça, resultando na criação da Academia Brasileira de Letras, em 1897.
Voltou a atuar junto à diplomacia brasileira em a partir de 1900, após ser convencido pelo presidente Campos Sales.
Extremamente debilitado, Joaquim Nabuco faleceu em 1910 enquanto atuava como embaixador nos Estados Unidos.
Seu corpo foi transportado para Recife, onde foi enterrado, a bordo de um cruzador americano.
A história do Brasil e dos heróis esquecidos que ajudaram a construir o país foram resgatadas na produção original Brasil: a última cruzada.
Contando com relatos de professores e especialistas, a série tem ajudado milhões de brasileiros a se reconectarem com o sentimento de patriotismo.
A luta pela libertação dos escravos é narrada no capítulo 5 intitulado O último reinado.
Assista completo no vídeo abaixo e não perca os demais episódios da série disponíveis no Youtube.
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