A crise entre Israel e Brasil começou a partir de uma declaração do presidente Lula comparando a ação do exército israelense em Gaza ao holocausto.
Essa declaração foi feita na Etiópia, enquanto Lula participava de um evento da União Africana no dia 17 de fevereiro de 2024.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino é algo que só se viu na história quando Hitler decidiu exterminar os judeus.”, disse o presidente brasileiro em seu discurso.
O primeiro-ministro de Israel reagiu à fala: “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender.”
O Estado de Israel também categorizou Lula como persona non grata no país. Isso significa que o presidente do Brasil deixa de ser bem quisto em Israel.
Um estudo realizado pela Ativa Web e divulgado pelo Metrópolis, mostrou que 81% das reações na internet foram contrárias a Lula, 14% se mantiveram neutras e 5% foram a favor da opinião emitida pelo presidente.
Os políticos também se manifestaram a respeito do tema. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que Lula precisa se retratar e que sua fala foi equivocada.
Já os políticos que compõem a oposição foram mais enfáticos, abrindo um pedido de impeachment que conta com 122 assinaturas. Segundo a autora do pedido, deputada Carla Zambelli, a apresentação do pedido foi adiada para que seja possível ter mais tempo para colher assinaturas.
O pedido se baseia na acusação de que o presidente Lula teria cometido crime de responsabilidade por ter feito um ato de hostilidade contra uma nação estrangeira. “Não é um pedido ideológico. É um crime de responsabilidade que nós temos de responder à altura”, afirmou Carla Zambelli.
A base do governo reagiu de forma diferente: uma parte afirma que Lula foi correto em sua crítica, mas acabou exagerando ao trazer uma comparação com o holocausto. Já outra parte defende que a fala de Lula foi totalmente correta e acusam Israel de genocídio.
O senador Jacques Wagner, deputado vice-líder da ala governista no Congresso, afirmou que Lula acertou ao denunciar e criticar os ataques feitos por Israel à Faixa de Gaza, porém errou na comparação feita com o holocausto.
"Não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de famílias perdidos naquele episódio."
Já a vereadora da cidade de Recife, Liana Cirne, foi enfática ao defender a fala do presidente:
“É um genocídio e o mundo precisa denunciar o que está acontecendo na Palestina. A gente não pode ser conivente, pois não é aceitável que tenhamos mais crianças morrendo em Gaza do que no período do regime nazista, em Auschwitz. É muito bom ter um líder como Lula, que tem a coragem de denunciar e pode liderar um movimento global que rechace o que Israel está fazendo”.
Quem também seguiu essa linha foi a primeira-dama Janja, que disse:
"Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus".
Nesta terça-feira, dia 20 de fevereiro, o governo Lula protocolou uma denúncia contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça, em Haia.
Segundo o colunista do UOL, Jamil Chade, a delegação brasileira afirmou que as ocupações em Gaza “não podem ser aceitas ou normalizadas pela comunidade internacional”.
O Governo Brasileiro também endossou uma acusação feita pela África do Sul afirmando que Israel comete genocídio na Palestina.
Escalando ainda mais as tensões, o governo brasileiro pediu que o embaixador brasileiro em Israel voltasse ao Brasil. A previsão é de que ele chegue nesta quinta-feira, 22 de fevereiro. O presidente também estuda a possibilidade de expulsar o embaixador de Israel do Brasil.
Nesta terça-feira, dia 20 de fevereiro, o ministro das Relações Exteriores de Israel disse que Lula continuará sendo persona non grata em Israel até que se desculpe por suas falas comparando as ações do país em Gaza ao Holocausto.
Todas as falas do Estado de Israel estão na linha de repudiar a comparação feita pelo presidente brasileiro, mas, até o momento, nenhuma outra ação foi tomada.
O Secretário de Estado americano se reuniu com o presidente Lula em Brasília nesta quarta-feira, 21 de fevereiro.
Segundo a CNN, Antony Blinken “poupou o presidente Lula de cobranças por uma retratação a Israel”. A reunião foi mais focada em consolidar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, além de reforçar o interesse de ambos os países na paz mundial.
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