Câmara dos Representantes dos EUA censurou o congressista democrata Al Green, do Texas, por interromper o discurso do presidente Donald Trump em uma sessão conjunta do Congresso.
A votação terminou em 224 a 198, com 10 democratas se unindo aos republicanos, marcando um raro apoio bipartidário à medida.
A censura é uma repreensão formal e foi motivada pelo comportamento de Green na noite de 4 de março, quando ele gritou e apontou sua bengala durante a fala de Trump, sendo escoltado para fora por ordem do presidente da Câmara, Mike Johnson.
A interrupção ocorreu logo nos primeiros minutos do discurso de Trump, em 4 de março de 2025. Quando o presidente afirmou que sua vitória em 5 de novembro de 2024 foi “um mandato não visto em décadas”, Green se levantou, ergueu sua bengala preta e gritou:
“Você não tem mandato para cortar o Medicaid!”
Os republicanos vaiaram e gritaram “USA! USA!”, enquanto Johnson exigiu que Green se sentasse. Após recusar repetidamente, ele foi removido pelo sargento de armas, em um episódio que dominou as manchetes e expôs a polarização no Congresso.
A resolução de censura, proposta pelo republicano Dan Newhouse, de Washington, acusou Green de “violação do decoro” e foi vista como necessária para manter a ordem institucional.
Curiosamente, 10 democratas votaram a favor, rompendo com a liderança do partido, que pedia moderação durante o discurso de Trump.
Os deputados democratas que apoiaram a censura foram:
Segundo analistas, esse grupo de moderados buscou se distanciar de gestos vistos como desrespeitosos. Críticos progressistas alegam que a censura foi uma reação exagerada, defendendo que Green apenas expressou a voz de seus eleitores.
A censura não traz punições práticas, como multas ou perda de mandato, mas mancha o histórico político de Green.
Ele é o primeiro congressista censurado por interromper um discurso presidencial, diferindo de casos como o de Joe Wilson, que em 2009 enfrentou apenas uma resolução de desaprovação por gritar “Você mente!” a Obama. Após a votação, Green permaneceu no plenário enquanto a resolução era lida, e democratas cantaram “We Shall Overcome” em solidariedade.
O episódio sublinha o ambiente hostil no Congresso desde a posse de Trump em janeiro de 2025.
Enquanto republicanos celebram a disciplina, vozes progressistas lamentam a falta de resistência mais ampla ao presidente, sugerindo que o partido democrata segue dividido em sua estratégia.
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