A recente pesquisa Genial/Quaest colocou o Partido dos Trabalhadores (PT) em estado de alerta para as eleições presidenciais de 2026.
Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda liderar as intenções de voto com 32% em uma disputa simulada contra o ex-governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Pablo Marçal (PRTB), a ascensão inesperada de Pablo Marçal preocupou os estrategistas do PT.
Com 18% das intenções de voto, Marçal se estabeleceu como uma nova liderança à direita, e pode se fortalecer a ponto de fragmentar o eleitorado que se opõe ao PT, anteriormente consolidado em torno de Jair Bolsonaro a lideranças por ele apoiadas.
Essa mudança no cenário político reflete um momento de incerteza para o PT. Mesmo que Lula tenha mantido o apoio de uma parcela significativa dos eleitores que o levaram à vitória em 2022, o surgimento de Marçal como figura competitiva revela a insatisfação de uma parte do eleitorado, que antes estava alinhada com Bolsonaro.
Conhecido por sua presença digital e retórica populista, o influenciador ganhou projeção nas eleições municipais de São Paulo, alcançando um desempenho com quase 30% dos votos.
Para o vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), o momento exige que o PT invista na formação de novas lideranças. Segundo ele, o partido não pode depender exclusivamente da figura de Lula, pois a extrema-direita já está desenvolvendo novas estratégias e atraindo eleitores com figuras como Marçal, que tem se mostrado resiliente, mesmo diante de investigações judiciais e controvérsias.
"Os governos Lula 1 e 2 transformaram o Brasil, trazendo avanços significativos. No entanto, o PT precisa se reconectar com o povo e devolver a esperança que fez a diferença no passado. Pablo Marçal, com suas táticas desonestas e vazias, conseguiu chamar atenção ao explorar temas como aumento de renda e empreendedorismo, desejos reais da sociedade, mas sem oferecer soluções concretas. O Brasil superou a miséria, mas o povo quer mais: não basta redistribuir a riqueza, é preciso criar novas oportunidades de renda. A esquerda deve entender os novos anseios do mercado de trabalho, incorporando essas pautas de forma autêntica e prática. Não podemos ignorar o futuro, mas também não podemos aceitar inovações que não melhoram a vida das pessoas. Nosso foco deve ser gerar riqueza, ampliar o empreendedorismo e garantir que o crescimento econômico seja acompanhado pela defesa dos direitos trabalhistas. Esse é o verdadeiro caminho para uma transformação que faça sentido", afirmou Lopes em entrevista exclusiva à Brasil Paralelo.
Por outro lado, o deputado federal Sanderson (PL-RS) destacou que o avanço da direita nas eleições reflete o trabalho sério que líderes conservadores, especialmente Jair Bolsonaro (PL), têm realizado em seus mandatos no Executivo em todo o Brasil. O gaúcho também disse que “o PT está desesperado porque sabe que é incompetente até para fazer o básico”.
"O brasileiro acabou de mostrar nas urnas que é de direita e conservador. Isso é fruto do trabalho sério do governo do presidente Jair Bolsonaro e de prefeitos e governadores aliados, além, é claro, dos parlamentares em todas as esferas. E o povo sabe reconhecer isso. O PT está desesperado porque sabe que é incompetente até para fazer o básico. A população percebeu isso e não quer mais esse modelo de gestão", afirmou Sanderson.
Mantendo o cenário de inelegibilidade de Jair Bolsonaro, uma pesquisa da Quaest indicou que os eleitores do ex-presidente em 2022 estão divididos entre Marçal e Tarcísio de Freitas, com 33% e 32% das intenções de voto, respectivamente. Outro levantamento, que questionou “caso Bolsonaro não seja candidato, quem é o nome mais forte contra Lula?”, reforçou a relevância de Marçal no cenário político. Ele apareceu com 15%, tecnicamente empatado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que registrou 13%, e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que alcançou 12%, destacando seu crescimento como uma das principais lideranças da direita.
Mesmo com diversos processos judiciais em andamento, Marçal mantém uma base de apoio expressiva, especialmente entre os eleitores que se sentem órfãos da liderança de Bolsonaro. Esse fortalecimento também acendeu um alerta para outras figuras da direita, como Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior, que terão que recalibrar suas estratégias se quiserem disputar em 2026.
Apesar de seu crescimento nas pesquisas, uma possível candidatura de Marçal ainda é incerta. Juristas também apontam que algumas atitudes durante sua campanha à prefeitura de São Paulo podem culminar em sua inelegibilidade. Caso essas investigações avancem na Justiça Eleitoral, sua candidatura em 2026 pode ser seriamente comprometida.
Essa pulverização pode, em um cenário futuro, complicar a construção de uma candidatura de consenso na direita. Por outro lado, gera um novo desafio para o PT. Embora o cenário ainda esteja em fase inicial, com as eleições de 2026 longe de acontecerem, a ascensão de Pablo Marçal e a fragmentação do eleitorado da direita representam um novo capítulo na política brasileira, e o PT, atento, já começa a traçar novas estratégias para evitar surpresas.
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