Era a década de 1960, e enquanto a Guerra Fria aquecia as tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética, três mulheres estavam prestes a ter importância histórica na corrida espacial.
Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson não eram apenas matemáticas e engenheiras. Com talento e determinação, elas foram as mentes que abriram espaço profissional para mulheres, quebraram barreiras e contribuíram de forma decisiva para o sucesso das missões da NASA.
Katherine Johnson sempre teve uma conexão especial com os números. Desde jovem, ela se destacou em matemática, e sua inteligência era inegável. Em 1953, juntou -se à National Advisory Committee for Aeronautics (NACA), o antecessor da NASA, onde se tornou uma das primeiras "computadoras humanas".
Em um ambiente onde as mulheres eram vistas como meras assistentes, Katherine rapidamente ganhou respeito por suas habilidades matemáticas. Sua grande oportunidade chegou quando o astronauta John Glenn, prestes a se tornar o primeiro americano a orbitar a Terra, pediu que ela revisasse os cálculos de sua missão:
“Coloque a garota para checar os números. Se ela disser que os números são bons, eu estou pronto para ir”, disse Glenn.
Ao reconhecer a importância do trabalho de Katherine, ele abriu portas para que ela, e consequentemente outras mulheres, pudessem ganhar espaço nas carreiras.
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Dorothy Johnson Vaughan foi uma matemática e líder visionária cuja trajetória na NASA marcou a história aeroespacial.
Primeira mulher negra a chefiar um departamento na agência, ela superou, abriu caminhos para mulheres e minorias em um campo dominado por homens. Sua habilidade em antecipar a revolução digital e capacitar suas colegas a acompanhá-la consolidou seu legado como pioneira.
Nascida em Kansas City, Missouri, Vaughan formou-se em Matemática pela Wilberforce University em 1929.
Em 1943, ingressou na NACA (antecessora da NASA) como "computadora humana" no Langley Research Center, na segregada West Area Computing Unit, onde mulheres negras realizavam cálculos complexos para projetos aeronáuticos. Apesar da discriminação imposta pelas leis "Jim Crow", sua competência a destacou rapidamente.
Cinco anos depois, fez história ao ser promovida a chefe da West Computing, tornando-se a primeira negra em um cargo de liderança na NACA. Como gestora, supervisionou cálculos cruciais e defendeu o reconhecimento de suas colegas, desafiando um sistema que as marginalizava. Sua liderança foi marcada pela excelência e compromisso com a equipe.
Percebendo a chegada dos computadores eletrônicos na década de 1950, Vaughan aprendeu programação, dominando linguagens como FORTRAN. Foi ela que ensinou essas habilidades às "computadoras" da West Computing, garantindo sua transição para a era digital.
Seu trabalho apoiou projetos espaciais, como o programa Mercury, e ajudou a integrar sua equipe em divisões antes exclusivas.
Vaughan aposentou-se em 1971, deixando um legado de inovação e inclusão. Sua história inspirou gerações, e ela foi homenageada postumamente com a Medalha de Ouro do Congresso em 2019. Dorothy Vaughan não apenas transformou a NASA, mas também ajudou a remodelar a computação e das mulheres que desejavam alcançar sucesso profissional.
Dorothy Johnson Vaughan (1910–2008) foi uma matemática excepcional e líder visionária cuja trajetória na NASA redefiniu o papel das mulheres negras na ciência. Como a primeira negra a chefiar um departamento na agência, ela desafiou a segregação racial e nos Estados Unidos da metade do século XX, abrindo caminhos para minorias em um campo dominado por homens brancos. Sua visão estratégica, que antecipou a revolução digital, e seu compromisso com a capacitação de suas colegas consolidaram seu legado como uma pioneira na história aeroespacial e na luta por educação.
Embora não tenha sido a primeira mulher engenheira da história, Mary Jackson foi a primeira mulher negra a alcançar o cargo de engenheira na NASA.
Jackson ingressou na NACA como "computadora humana" no Langley Research Center, em Hampton, trabalhando em cálculos complexos para projetos aeronáuticos. Na década de 1950, as "computadoras", muitas delas mulheres, desempenhavam papéis cruciais, mas frequentemente não reconhecidos, na análise de dados de testes de voo e túneis de vento.
Seu talento chamou a atenção de Kazimierz Czarnecki, um engenheiro que a incentivou a buscar formação em engenharia.
Em 1958, após completar cursos avançados, Jackson foi promovida a engenheira aeroespacial, tornando-se a primeira mulher negra a alcançar esse nível na agência.
Para realizar os cursos de pós-graduação necessários, oferecidos pela Universidade da Virgínia em uma escola segregada, enfrentou barreiras institucionais.
Embora não existam registros oficiais de um processo judicial, relatos indicam que ela negociou com autoridades locais para obter permissão para frequentar as aulas.
Esse episódio reflete o contexto da época: as leis de segregação "Jim Crow" limitavam o acesso de negros a instituições educacionais e profissionais.
Na NASA, trabalhou em projetos de aerodinâmica, analisando dados de túneis de vento e voos experimentais.
Suas pesquisas contribuíram para avanços em tecnologias aeronáuticas e espaciais durante a Corrida Espacial.
Em 2019, a NASA nomeou sua sede em Washington, D.C., como Mary W. Jackson NASA Headquarters, reconhecendo seu pioneirismo. Ela também recebeu postumamente a Medalha de Ouro do Congresso em 2019, uma das maiores honrarias civis dos EUA.
Ao falecer em 2005, deixou um legado que transcende suas contribuições técnicas. Sua vida simboliza a luta por oportunidades em um período de profunda discriminação, inspirando gerações de cientistas, engenheiros e defensores da justiça social. Sua história continua a ser um lembrete do impacto de indivíduos que desafiam barreiras para transformar instituições e sociedades.
Outra mulher que merece destaque nessa história é Miriam Daniel Mann. Nascida em 1907, Miriam se tornou uma das primeiras "computadoras humanas" na NACA durante a Segunda Guerra Mundial.
Com um diploma em química, ela enfrentou os desafios de ser mãe de três filhos e, ao mesmo tempo, contribuir para o esforço de guerra.
Sua jornada exemplifica a resiliência de mulheres que, mesmo diante de adversidades imensas, abriram caminho para futuras gerações.
Na NACA, as mulheres enfrentavam discriminação e segregação. As funcionárias negras eram obrigadas a usar banheiros e cantinas separadas, e muitas vezes eram tratadas como mão de obra barata.
Apesar disso, a necessidade de habilidades matemáticas durante a guerra levou a um aumento na contratação de mulheres, e a NASA começou a reconhecer o valor dessas "computadoras humanas".
Bill Barry, historiador da NASA, ressalta que enquanto muitas mulheres foram forçadas a deixar seus empregos após a guerra, aquelas que trabalhavam na computação continuaram a ser valorizadas.
Christine Darden, que se juntou à NASA em 1967, também ilustra essa luta por reconhecimento. Mesmo com um mestrado, ela enfrentou desafios para ser tratada em condições equivalentes às dos engenheiros homens.
Sua determinação a levou a questionar a alocação de tarefas, desafiando a ideia de que as mulheres deveriam permanecer em funções de suporte.
Eventualmente, Christine foi alocada em uma equipe que estudava a minimização dos estrondos sonoros de aviões supersônicos, solidificando seu papel como uma líder respeitada na NASA.
A luta dessas mulheres não é apenas uma história de exploração espacial; é uma celebração da força, da inteligência e da determinação de quem, em meio à adversidade, mudou a narrativa da ciência e da engenharia.
Elas abriram portas para futuras gerações de mulheres, provando que o talento e a dedicação não conhecem barreiras. O legado de Katherine, Dorothy, Mary e Miriam ressoa até hoje, lembrando-nos de que a luta por oportunidades e reconhecimento é contínua.
A inspiradora jornada de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan, Mary Jackson, e Miriam Mann ganhou vida no aclamado filme Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures). Este drama emocionante celebra a força, a inteligência e a resiliência dessas mulheres que ajudaram a conquistar o espaço e abriram portas para futuras gerações. Quer conhecer histórias tão inspiradoras quanto as das três pioneiras engenheiras da NASA, sem ter de se preocupar em ficar selecionando títulos?
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