O domingo de Páscoa deste ano ficará marcado para milhões de católicos como a última aparição pública do papa Francisco.
Entre os fiéis presentes na Praça São Pedro, estava o brasileiro Mateus Gattolini, que testemunhou de perto a última saudação do pontífice. Ele compartilhou com a reportagem da Brasil Paralelo um relato do momento vivido ao lado dos peregrinos paulistas.
“Foi muito especial ontem (...) Revê-lo, depois de tudo, foi algo muito especial, porque você já olha para o papa não com aquele olhar habitual de ‘semana que vem estou aqui de novo', mas com a sensação de que talvez aquela fosse a última vez".
Mateus descreve o clima de incerteza e expectativa após a Missa de Páscoa. Devido ao estado debilitado de saúde, Francisco não celebrou a missa, mas, de modo surpreendente, apareceu no papamóvel para saudar os fiéis.
Segundo o relato, a multidão reagiu com grande emoção:
“Quando surgiu no telão o anúncio de que o papa ia aparecer, foi uma alegria, uma emoção muito grande para todo mundo. [...] A Praça São Pedro explodiu em uma euforia gigantesca".
Durante o trajeto, o papa se aproximou de uma menina de cerca de sete anos, com sinais visíveis de que enfrentava um tratamento contra o câncer.
“Ela era maior, e o papa falou com ela ali. A comoção naquele momento, quando ele cumprimentou a menina, que chegou sorrindo, foi muito grande. [...]Isso ficou muito simbólico para mim: era um dia de Páscoa, a celebração da vitória sobre a morte".
A conexão entre a fragilidade do papa e o sofrimento da menina trouxe reflexões pessoais:
“Pensei também no meu pai, que está com câncer. [...] A vitória já está declarada, independentemente do que acontecer conosco".
Na manhã seguinte, a notícia da morte do papa Francisco surpreendeu os peregrinos. Apesar do impacto, o sentimento predominante, segundo Mateus, foi de gratidão.
“É chocante, difícil de assimilar. Mas quem estava lá sentiu muita gratidão, por ter vivido um momento final tão bonito na Praça São Pedro. [...] Fiquei esperançoso com o futuro da Igreja, o próximo conclave e tudo mais. Acho que esse é um sentimento geral: luto, porque o papa era muito divertido, muito corajoso, ia a lugares que todos tinham medo, fosse o Iraque, uma favela no Rio, periferias na Europa... Ele ia a lugares difíceis, abraçava as pessoas, mesmo doente. Existe esse afeto muito grande, quase como o afeto por um avô. Mas também existe a paz de saber que foi um homem que nasceu, viveu e morreu pela Igreja e que, agora, está junto daquele que ressuscitou e venceu a morte".
Em seu último dia de vida, o santo padre esteve na Praça São Pedro e, além de cumprimentar os fiéis presentes, concedeu a tradicional bênção Urbi et Orbi.
Além disso, Francisco participou de uma reunião com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, na Casa Santa Marta.
Ontem foi ao ar o primeiro episódio do Especial Papado, no qual o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o legado de Francisco.
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