Os diplomatas argentinos no encontro do G20 estão se recusando a assinar trechos ligados a questões de igualdade de gênero, taxação de fortunas e à metas da agenda 2030 na declaração do grupo.
Em esboços do documento oficial, trechos que mencionam compromissos de combater a violência de gênero online e offline, além de acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres foram marcados com [ARG:reserve].
Na linguagem diplomática, a sinalização em colchetes indica que o país não assinou o documento ou ainda não decidiu sobre a assinatura
A primeira-dama do Brasil criticou a posição da Argentina no Grupo de Trabalho sobre empoderamento feminino:
“Infelizmente, tivemos um país, que foi a Argentina, que por questões, enfim… não assinou a resolução porque o documento começava com o termo 'igualdade de gênero'. Eu não consigo conceber que hoje a gente possa pensar o futuro sem termos igualdade de gênero.”
A Argentina aparece marcada com colchetes em outro parágrafo do texto, onde há uma menção a um projeto de taxação de grandes fortunas.
O trecho não assinado estabelecia um compromisso para que os países signatários buscassem formas de aumentar a tributação a indivíduos com “patrimônio ultra elevado”.
Os argentinos também se recusaram a reforçar o comprometimento do país com a Agenda 2030, um compilado de objetivos da ONU estabelecidos em 2015 pela Assembleia Geral.
O documento do G20 afirma que “há progresso mínimo” nos pontos estabelecidos pela ONU e destaca a necessidade “cooperação internacional para superar esses desafios”.
Em outubro, Milei comunicou aos diplomatas argentinos que se apoiassem qualquer declaração que endossasse a Agenda 2030 ou objetivos da entidade seriam retiradosdo cargo.
A mensagem veio após a demissão da chanceler Diana Mondino, causada pelo apoio a uma resolução contrária ao embargo em Cuba.
Outro tema que a delegação argentina vetou pregava o compromisso pela regulamentação de mídias sociais.
O texto dizia que avanços tecnológicos, como a “digitalização da informação” e a Inteligência Artificial, têm favorecido o avanço da desinformação e discurso de ódio.
O governo brasileiro, por outro lado, tem apoiado e feito pressão para a inclusão desses tópicos na declaração oficial do encontro do G20.
Desde a posse de Lula, o governo brasileiro tem se colocado como um protagonista em propagar pautas progressistas nos órgãos internacionais.
Milei disse que não vai vetar o texto, apesar de não aderir a alguns pontos. Assim a Argentina não impedirá que outros países se comprometam com as medidas, mas não fará o mesmo.
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