O governo argentino pediu um empréstimo de US$20 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para fortalecer as reservas do Banco Central.
Busca também o apoio adicional do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Em uma entrevista para o jornal LN+, o ministro da Economia, Luis Caputo, disse que o FMI ainda precisa aprovar os valores dos empréstimos.
Ele explicou que o governo quer um desembolso inicial acima do padrão do FMI, ou seja, pede que a primeira parcela seja maior do que o comum para o fundo:
"Em geral, eles fazem 20%, 30%, 40%. Pedimos mais porque, em um acordo tradicional, o que o Fundo faz é conceder desembolsos parciais em troca do cumprimento de metas fiscais e monetárias. Algo que já fizemos, no nosso caso", afirmou Caputo, apontando o superávit como prova do esforço argentino.
O valor que o governo quer receber na primeira leva chega a US$8 bilhões, o equivalente a R$46,1 bilhões.
Caputo explica que conseguir os recursos dessa maneira seria importante para a estabilidade da economia argentina:
"A primeira parcela do desembolso é muito importante para nós porque o Banco Central está muito descapitalizado",.
As reservas do Banco Central argentino estão em um nível crítico, resultado de anos de instabilidade e da recente fuga de dólares.
Em apenas 10 dias as reservas de dólares do país perderam US$1,7 bilhões, equivalente a R$9,8 bilhões.
Esse fenômeno reflete a desconfiança dos argentinos na moeda local, que enfrentou uma pressão intensa no mercado de câmbio.
O peso argentino perdeu terreno rapidamente nas últimas semanas, com oscilações bruscas de preços.
Os cidadãos, acostumados a crises econômicas e desvalorizações recorrentes da moeda, trocaram grandes quantidades de pesos por dólares como forma de proteção.
Isso forçou o Banco Central a intervir para tentar estabilizar a moeda, resultando na rápida redução das reservas.
Esse estresse cambial foi agravado pela fragilidade financeira do país, com reservas líquidas já negativas no final de 2024.
A combinação de uma moeda enfraquecida e a falta de confiança dos argentinos, que veem o dólar como um refúgio seguro, levou a essa perda significativa em um curto período.
Além disso, o ajuste fiscal drástico implementado pelo governo de Javier Milei, embora tenha gerado um superávit em 2024, não conseguiu evitar a volatilidade no câmbio.
"Sempre haverá volatilidade", disse Caputo, reconhecendo que, apesar do controle macroeconômico, o mercado continua instável.
A estratégia de Caputo foca em um desembolso inicial robusto para criar um colchão contra a crise.
É um sinal claro dessa tensão, que se intensificou antes das eleições legislativas de outubro.
O governo enfrenta um cenário delicado, com as eleições legislativas de outubro se aproximando e a necessidade de mostrar resultados econômicos para sustentar a popularidade de Milei.
Esse novo empréstimo soma-se a um acordo anterior com o FMI, assinado em 2018, que injetou US$44 bilhões, cerca de R$160 bilhões na cotação da época.
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