O adrenocromo é uma das substâncias mais controversas da internet. O que se sabe cientificamente é que ele surge após a oxidação da adrenalina liberada no corpo humano.
Seus efeitos? Um certo mistério. Alguns relatos iniciais sugeriam que poderia induzir estados mentais alterados, sendo divulgado por Aldous Huxley como uma possível substância de alteração da consciência.
Segundo o pesquisador americano A. Hoffer, no estudo Schizophrenia: An Evolutionary Defense Against Severe Stress, o corpo tem uma enzima chamada glutationa-S-transferase que ajuda a "limpar" ou "desintoxicar" substâncias como o adrenocromo.
Em algumas pessoas, essa enzima pode não funcionar corretamente por causa de defeitos genéticos no gene que a produz, levando a possibilidade do adrenocromo causar alucinações, afirma o estudo.
Para o médico Omar Carrasco, o adrenocromo nunca foi associado a propriedades anti-envelhecimento ou a efeitos alucinógenos. Para ele, não existe a possibilidade da substância auxiliar no combate a esquizofrenia já que o adrenocromo oxida muito rapidamente, não possibilitando uso clínico.
O impacto do adrenocromo ainda não é completamente entendido, já que estudos modernos indicam possíveis usos da substância para diversos fins sem trazer confirmações finais, como a pesquisa Toxicology update: the cardiotoxicity of the oxidative stress metabolites of catecholamines (aminochromes), publicada no Journal of Applied Toxicology dos EUA.
O que fez o adrenocromo se tornar um mito popular foram os testes ilegais e assassinatos promovidos por organizações governamentais secretas no século XX.
Após eventos históricos controversos e ficções envolvendo o adrenocromo na literatura americana, a substância ganhou uma conotação mística e maléfica para muitos.
Para teorias da conspiração como o QAnon e Pizzagate, ao retirar e consumir o adrenocromo das glândulas de uma criança em uma situação de medo extremo, o consumidor teria benefícios físicos, como o rejuvenescimento e alteração da consciência.
Essas teorias afirmam que a droga é fundamental para rituais satânicos e processos de alteração de consciência. No Brasil, Daniel Mastral foi um dos defensores e divulgadores dessa linha de pensamento:
"…tem, sim, satanista, adorador do diabo, que faz sacrifício, sequestra a criança, para tirar adrenocromo”, disse o suposto ex-satanista em áudio enviado a Vicky Vanilla.
Os entusiastas da teoria não apresentam provas químicas ou conclusivas para sua tese. Essas teorias que defendem o uso do adrenocromo por elites ocultistas são narrativas criadas em fóruns anônimos da internet sem apresentar provas.
Para justificar o argumento, declarações estranhas de celebridades são levantadas.
Há 6 anos, Sandra Bullock revelou ao vivo que sua aparência jovial se deve ao uso de sangue do pênis de bebês coreanos em um processo de microagulhamento.
O Dr. Anil Rajani demonstrou que esse processo realmente pode rejuvenescer a pele. Mas, isso seria uma prova do adrenocromo? Como surgiu essa teoria complexa sobre o adrenocromo? Existe algum fundamento nessa teoria? Descubra agora!
No livro As Portas da Percepção, o famoso autor Aldous Huxley associou o adrenocromo a uma das drogas pesquisadas para tentar controlar mentes ou causar delírios realistas nas mentes das vítimas da droga.
As falas de Huxley estavam associadas a práticas terríveis que ganharam força no século XX: as pesquisas de manipulação que destruíram a vida de inúmeras pessoas.
Diversos casos documentados mostram pesquisadores de organizações secretas inserindo drogas secretamente em voluntários e prisioneiros em busca de aprender a controlar mentes e torturar inimigos de forma nunca antes vista.
Algumas das principais pesquisas foram:
Nos anos 1950 e 60, o psiquiatra Dr. Robert Galbraith Heath, da Universidade de Tulane, realizou experimentos polêmicos com prisioneiros da Penitenciária Estadual da Louisiana. Estudos mostram evidências de que ele foi financiado pela CIA, como o livro Wireheading: This Strange Experiment from the 1950s Wired Pleasure Directly Into the Brain.
Atuando principalmente com afro-americanos, Heath explorou formas de manipular diretamente o cérebro humano, mostra o estudo Dr. Robert G. Heath: a controversial figure in the history of deep brain stimulation.
Um dos focos de seus estudos era o uso da bulbocapnina, uma substância que induzia um estado de tontura, deixando os indivíduos em um estado quase vegetativo.
Os prisioneiros tinham pouca escolha ou poder de decisão. Eles eram sujeitos a procedimentos invasivos, como a implantação de eletrodos em áreas profundas do cérebro, sob a justificativa de tratar doenças mentais ou controlar comportamentos.
Outras figuras diretamente ligadas a CIA, como Sidney Gottlieb e o Dr. Donald Ewen Cameron, realizaram seus próprios experimentos com LSD, mostra o livro The Search for the Manchurian Candidate: The CIA and Mind Control.
Pacientes psiquiátricos e voluntários eram submetidos a doses altas e frequentes de LSD, muitas vezes combinadas com técnicas de "reprogramação mental", como terapia de eletrochoque em intensidade exagerada e sessões de repetição de mensagens gravadas.
Esses experimentos tinham como objetivo "desconstruir" a mente do paciente e "reconstruí-la", moldando suas crenças e comportamentos.
Os pacientes frequentemente não eram informados sobre os propósitos do tratamento ou sobre a administração de LSD, resultando em sofrimento mental extremo e, em muitos casos, danos psicológicos duradouros.
Uma das pessoas afetadas pelos experimentos violentos dos EUA foi Ted Kasinski, matemático brilhante que depois do experimento se tornou um terrorista e ativista ambientalista.
Quais foram as descobertas dos estudos de controle do século XX? Elas são incertas, já que a maioria dos documentos do projeto foi destruída.
O MK-ULTRA tornou-se um dos maiores escândalos da CIA, não apenas pelos experimentos em si, mas pela maneira como o programa foi conduzido e encoberto. A exposição do programa na década de 1970 gerou indignação pública no governo dos EUA, embora os principais responsáveis não tenham enfrentado punições diretas.
O programa MK-ULTRA foi revelado durante investigações conduzidas pelo Comitê Church, um painel do Senado liderado pelo senador Frank Church. Este comitê foi encarregado de investigar abusos de poder por parte de agências de inteligência, incluindo a CIA, FBI e NSA.
Muitos documentos relacionados ao MK-ULTRA foram destruídos pelo então diretor da CIA, Richard Helms, em 1973, pouco antes das investigações. Isso dificultou ainda mais a responsabilização direta dos envolvidos.
Frank Olson, um cientista da CIA, recebeu LSD sem seu consentimento em 1953. Após o incidente, ele experimentou uma grave crise mental e acabou caindo ou sendo jogado pela janela de um hotel em Nova York.
Sua morte foi inicialmente classificada como suicídio, mas décadas depois, novas investigações e documentos sugeriram que ele poderia ter sido assassinado para impedir que revelasse informações sobre o programa.
Apesar das evidências de abusos, nenhuma pessoa de alto escalão da CIA foi diretamente punida pelo MK-ULTRA. O programa foi encerrado, mas muitos dos indivíduos responsáveis pelos experimentos continuaram suas carreiras na agência ou em outras áreas do governo.
Nas circunstâncias da Guerra Fria, espionagem e iniciativas secretas, rapidamente teorias como a do adrenocromo ganharam espaço entre os americanos.
Em 1962, Anthony Burgess publicou o livro Laranja Mecânica, escrevendo em uma das descrições do seu mundo distópico:
"...você poderia misturá-lo com vellocet ou synthemesc ou drencrom ou um ou dois outros veshches que lhe dariam um show de horrores silencioso…”.
Essa talvez seja a primeira referência ao adrenocromo pelo nome em uma obra de ficção, com tema específico sobre violência e programas MK-ULTRA.
A história ganharia grande projeção popular ao ser adaptada para os cinemas por Stanley Kubrick.
Nos anos 1970, outro marco importante para o mito do adrenocromo ocorreu com Hunter S. Thompson em "Medo e Delírio em Las Vegas".
Ele descreveu o adrenocromo como uma droga psicodélica poderosa, supostamente extraída das glândulas suprarrenais de humanos.
A obra de ficção de Thompson reforçou a aura sinistra do adrenocromo, conectando-o a subculturas de abuso de drogas e teorias conspiratórias.
Com a chegada da internet nos anos 90 e 2000, o adrenocromo voltou a ganhar destaque em fóruns e redes sociais, particularmente em comunidades dedicadas a teorias da conspiração.
A ideia de uma elite global que utiliza adrenocromo como uma droga de rejuvenescimento ou como parte de rituais ocultos tornou-se um pilar central de teorias como QAnon.
QAnon é uma teoria da conspiração que surgiu em 2017, centrada em postagens anônimas de um suposto agente interno do governo chamado "Q". Ele alegava ter acesso a segredos de Estado.
A teoria afirma que uma cabala global de elites está envolvida em tráfico de crianças para extrair adrenocromo e praticar pedofilia e rituais satânicos. Para o criador anônimo do QAnon, Donald Trump estava liderando uma batalha secreta para desmantelar essa rede.
Trump disse em rede pública que não conhece a teoria.
As teorias que defendem o uso do adrenocromo por elites ocultistas não apresentaram provas de suas teses, apenas narrativas que ganharam força na internet sem apresentar provas.
Enquanto o adrenocromo e muitas outras substâncias do corpo humano não são plenamente conhecidas, não há provas de efeitos psicotrópicos ou benefícios físicos. Não existem vídeos ou provas documentais da narrativa, nem mesmo evidências químicas ou biológicas.
Os efeitos atribuídos ao adrenocromo são, em grande parte, baseados em ficção, popularizados por obras literárias e cinematográficas como "Medo e Delírio em Las Vegas" e "Laranja Mecânica".
No entanto, as circunstâncias históricas da teoria fictícia são reais: as atividades ilegais secretas desempenhadas no século XX impactaram o mundo até hoje.
Uma das principais agências envolvidas nessa história e que ainda estão operando a CIA.
Inicialmente focada na coleta de inteligência, a agência logo expandiu suas operações para incluir ações encobertas, muitas vezes cruzando a linha entre o aceitável e o ilegal.
No auge da Guerra Fria, a CIA esteve envolvida em uma série de operações clandestinas que moldaram políticas globais, envolvendo-se em golpes de estado em países como Irã (Operação Ajax), Guatemala e Nicarágua, como mostrado no Original BP Nicarágua: Liberdade Exilada.
Com o tempo, as operações da CIA continuaram a se expandir, englobando atividades como espionagem cibernética, drone strikes e apoio a grupos rebeldes em conflitos globais.
A falta de transparência e supervisão frequentemente levou a abusos de poder, violações de direitos humanos e intervenções ilegais em assuntos internos de outras nações, como o projeto MK Ultra.
O Original BP Investigação Paralela trouxe detalhes inéditos de como a CIA pode estar envolvida no assassinato de John F. Kennedy, conquistando poder e influência global.
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