Um dos maiores escritores da história do Brasil faria 185 anos hoje. No dia 21 de junho de 1839 nasceu no Rio de Janeiro o jornalista, contista, romancista, poeta e teatrólogo Joaquim Maria Machado de Assis, que ficou conhecido apenas como Machado de Assis.
Filho de dois escravos libertos, viveu livre numa sociedade escravagista até seus 49 anos. Quando ainda era criança, perdeu sua mãe e acabou sendo criado por Maria Inês, sua madrasta que foi responsável por sua alfabetização.
Leia aqui um artigo com uma breve biografia de Machado de Assis
O escritor enfrentando os severos desafios de um mulato nos tempos do Primeiro e Segundo Reinado, Assis estudou em escola pública. Devido ao contexto social de sua época, não frequentou universidade e acabou por começar a trabalhar em uma padaria quando tinha 16 anos. Foi ali que aprendeu francês, transformando o conhecimento em uma fonte de renda por meio do trabalho como tradutor.
O contato do jovem Machado com os textos começou na mesma época em que trabalhava na padaria. Aos 16 anos ele fez amizade com um grupo de escritores que tinha uma livraria no centro do Rio como ponto de encontro. De acordo com o El País, foi nesse ano que ele publicou seu primeiro poema, “Um Anjo”. A partir desse dia, publicou escritos até 1908, quando faleceu.
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Quando completou 19 anos, começou a trabalhar como revisor de provas em uma editora, transferindo-se um ano depois para o jornal abolicionista Correio Mercantil. O trabalho no periódico o colocou em contato com os textos jornalísticos e literários, que vieram posteriormente a o tornar um dos maiores escritores da língua portuguesa do mundo.
De acordo com uma reportagem do jornal El País, a primeira colaboração do escritor em uma prosa foi na tradução de um texto do francês Alphonse de Lamartine. Ao completar 21 anos, Machado de Assis já era o correspondente do Jornal do Rio dos debates ocorridos no Senado Federal, que na época era no Rio de Janeiro.
Foi ali que o filho de escravos forros aprendeu o jornalismo e forjou sua única e inconfundível narrativa, que mistura simplicidade, profundidade e perspicaz ironia.
Joaquim Maria Machado de Assis foi o fundador da cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1897, sendo proclamado seu primeiro presidente. A instituição cultural foi inaugurada em 20 de julho de 1897 e sediada no Rio de Janeiro, cujo objetivo é o cultivo da língua e da literatura nacional.
Segundo o site da própria academia, Assis escolheu por patrono o romance O Guarani, de autoria de seu amigo José de Alencar, falecido anos antes da fundação da ABL. Machado declarou em seu discurso no ato de fundação da Academia que o desejo dos iniciadores era conservar a unidade literária em meio a meio da federação política.
Ocupada pelo escritor por mais de 10 anos, a cadeira número 23 passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.
Entre seus mais importantesobras estão romances como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e "Helena " e contos como “O Alienista”. Estas três obras são marcadas pela perspicácia no uso de figuras de linguagem.
No romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis dedica todo um capítulo à combinação de anáfora, paralelismo e onomatopeia. Essas três figuras de linguagem contribuem para que o leitor mergulhe no texto a ponto de vivenciá-lo. A anáfora imprime no texto a importância emocional e narrativa da relação entre Brás Cubas e Virgília. Embora seja a figura de linguagem principal, a repetição também pode ser vista como uma forma de paralelismo, onde a estrutura repetitiva cria uma simetria e um balanço no texto.
Também pode ocorrer um toque de onomatopeia emocional, onde a repetição dos nomes imita o ritmo do pensamento obsessivo do narrador.
O romance em questão narra as relações sociais no Segundo reinado, nome dado ao tempo em que Dom Pedro II foi imperador do Brasil. De acordo com o El País, ao contar a história do defunto Brás Cubas, Machado De Assis abandona a fórmula do realismo europeu e introduz o estilo na literatura nacional.
O realismo imprime na obra um pensamento filosófico positivista, uma corrente teórica que crê no progresso contínuo da humanidade. Tal linha de pensamento afirma que apenas o que é comprovável pelo método científico pode ser considerado um conhecimento legítimo.
E quais são os melhores livros de Machado de Assis?
5) Quincas Borba
O livro Quincas Borba conta a história de Rubião, um pobre habitante de Barbacena, no interior de Minas Gerais, que tentou de tudo na vida até que virou professor e amigo do Joaquim Borba dos Santos, o Quincas Borba.
Quincas Borba fica doente e morre, deixando para o amigo Rubião toda a sua herança, com a condição de que o herdeiro cuide de seu cachorro, também chamado Quincas Borba. Rico, Rubião decide parar de trabalhar e se mudar para a metrópole, o Rio de Janeiro.
4) Helena
Machado de Assis cria uma trama que, embora fictícia, retrata, de forma realista, muitas das mazelas e dissabores do cotidiano. O romance conta a história de uma jovem que recebe uma grande herança do suposto pai, o qual ela sabia não ser o verdadeiro, mas aceitou para ascender socialmente.
3) O Alienista
Quem é louco? O médico Simão Bacamarte, dedicado estudioso da mente humana, resolveu explorar a fundo essa pergunta. Para isso, decidiu construir um hospício para tratar os doentes mentais na pequena cidade de Itaguaí — a Casa Verde. Quem entra e quem fica de fora?
Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis dá voz ao primeiro autor defunto da humanidade. Ele conta a história de um personagem tipicamente burguês, sem objetivos e bastante contraditório que resolve escrever sua história depois de morto.
A narrativa é marcada pela desordem cronológica, o excesso de transgressões e reflexões, e a aparente falta de conexão entre os pensamentos do narrador e o que é narrado.
1) Dom Casmurro
O clássico Dom Casmurro, publicado em 1899, conta a história de Bento Santiago e de que modo recebeu o título de “Dom Casmurro”. A partir disso, ele começa a rememorar a sua vida, a partir da infância, desde a promessa feita por sua mãe de levá-lo ao seminário, à paixão por Capitu, amor este que o fez fugir do seminário para casar com ela.
Ao criar a personagem Capitu, a espantosa menina de “olhos oblíquos e dissimulados”, de “olhos de ressaca”, o autor legou um incrível mistério, até hoje indecifrado.
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