A Igreja Católica terá seu primeiro santo da geração millenium, nascida entre 1980 e 1995. Carlo Acutis será aclamado santo após uma jovem costarriquenha que estava em coma irreversível acordar e se recuperar plenamente. Acredita-se que foi um milagre alcançado pela intercessão de Acutis junto a Deus.
A universitária havia sofrido um acidente de bicicleta em 2022 e entrou em estado vegetativo. A reversão do quadro era considerada impossível pela medicina.
Os detalhes do segundo milagre ainda não foram completamente divulgados pela Igreja e a data da celebração ainda não foi definida. É provável que o dia escolhido seja no próximo ano, celebrações do ano jubilar, uma grande festa que os católicos celebram há cada 25 anos.
O jovem já é considerado beato por um milagre atribuído à cura de um menino brasileiro. A honraria é uma etapa intermediária no processo de proclamação de santidade, pois, para que a Igreja Católica reconheça alguém como santo, é necessário que dois milagres sejam atribuídos a essa pessoa.
Acutis nasceu na Inglaterra em 1991, mas vivia com a família em Assis. A cidade italiana é a mesma em que viveu Francisco de Assis. O santo de devoção do jovem era de família rica, mas afeito à viver na simplicidade. Francisco abandonou as riquezas de seu pai para viver com os pobres, em especial os portadores de lepra, excluídos da sociedade.
Desde pequeno, demonstrava o mesmo apreço às coisas simples do santo que vivera em sua cidade. Também possuía enorme amor a Jesus na Eucaristia, crença católica na qual a hóstia se torna verdadeiramente o corpo de Cristo após ser consagrada.
Amigos relatam que além de ser avesso ao supérfluo, o garoto possuía excepcional talento para tecnologia da informação, tendo habilidades excepcionais com a ferramenta. É por isso considerado padroeiro da internet.
Foi diagnosticado com leucemia aos 15 anos de idade e morreu cerca de um mês depois, deixando mensagens de esperança para os que conviveram com ele. Sua mãe, Antônia Salzani, contou em entrevista que ao receber o diagnóstico Carlo Acutis afirmou não temer a morte, mas o pecado. Segundo Salzani o filho afirmou que aquele que tem medo não tem fé.
“Devemos nos perguntar: por que tenho medo? Tenho confiança em Deus e no Evangelho ou não? Não temos que temer a morte, somente o pecado”, relatou a mãe do jovem que em breve será considerado santo.
O garoto estudou em um colégio jesuíta, congregação que na época das Grandes Navegações se dedicava a espalhar o evangelho cristão ao redor do mundo. A exemplo dos fundadores da instituição onde estudou, ele se dedicava a falar do amor de Deus para a sua geração.
“O testemunho de Carlo Acutis mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-o nos irmãos, especialmente nos últimos” afirmou o papa Francisco ao se referir ao jovem.
As pessoas que em vida demonstraram virtudes e uma fé profunda, refletindo os sofrimentos e a fé de Jesus Cristo, são veneradas pelos católicos como santos. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC 828), os santos são modelos de santidade e intercessores para aqueles que buscam seguir os ensinamentos de Cristo. Os católicos acreditam na vida eterna e que aqueles que já estão na presença permanente de Deus podem interceder por suas causas (CIC 956).
De acordo com a Tradição Católica, a pessoa canonizada não realiza milagres por si mesma. Em vez disso, os fiéis pedem a intercessão do santo, acreditando que, estando na presença de Deus, suas orações são mais eficazes e chegam mais rapidamente aos ouvidos divinos (CIC 2683). O Código de Direito Canônico também aborda a veneração dos santos e a importância de sua intercessão na vida dos fiéis (Cân. 1186).
Os católicos reconhecem uma pessoa como santa somente após a comprovação de milagres atribuídos à sua intercessão, ou seja, a um pedido especial feito a Deus por alguém que já vive na Sua presença eterna. Este processo é meticuloso e pode se estender por muitos anos, pois é necessário demonstrar que o fenômeno ocorrido não pode ser explicado pela ciência. Conforme o Catecismo da Igreja Católica (CIC 828), é necessária a comprovação de dois milagres para que uma pessoa seja canonizada.
Inicialmente, realiza-se uma investigação minuciosa sobre a vida do candidato à santidade para verificar se ele viveu de acordo com as virtudes cristãs. Se for comprovado que a pessoa viveu uma vida de virtude heróica, ela recebe o título de "Venerável" (CIC 828). Posteriormente, se um milagre for atribuído à sua intercessão, a pessoa pode ser beatificada e receber o título de "Beato" (CIC 828). Finalmente, um segundo milagre é necessário para que ela seja canonizada e reconhecida como Santo (CIC 828).
O Código de Direito Canônico também regulamenta o processo de canonização, estipulando que a investigação deve ser conduzida com rigor e que os milagres atribuídos à intercessão do candidato à santidade devem ser devidamente comprovados (Cân. 1403 §1).
É o caso de Carlo Acutis, declarado beato após a cura de um menino brasileiro com uma doença degenerativa incurável. O menino pediu a intercessão de Carlo para parar de vomitar, e sua doença regrediu. Antes disso só podia ser alimentado por sonda, pois seu estômago não suportava alimentos sólidos. Agora com a comprovação do milagre ocorrido na Costa Rica em 2022, o Vaticano concluiu que o jovem millennium realmente pode passar a ser considerado Santo.
Carlo Acutis faleceu em 12 de outubro, o mesmo dia em que os católicos brasileiros celebram Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil desde 1930. Além disso, o primeiro milagre atribuído ao jovem aconteceu no Brasil, o fez com que muitos jovens católicos brasileiros se identificassem com o garoto, vendo nele um exemplo de alguém que mesmo na era da internet conseguiu imitar Jesus Cristo e alcançar a santidade.
A canonização de Carlo Acutis representa a concretização de um desejo expresso pelo Papa São João Paulo II, um dos mais influentes líderes católicos para a geração do jovem. Em sua Carta Apostólica "Dilecti Amici" de 1985, o pontífice enfatiza a necessidade de santos que estejam integrados na cultura contemporânea, afirmando:
"Precisamos de santos que frequentem o cinema, santos que tenham uma espiritualidade inserida em nosso tempo, santos que bebam Coca-Cola, santos que comam cachorro-quente e usem jeans", afirmou Karol Wojtyla em 1985
Coincidência ou não, Carlo Acutis morreu pouco mais de um ano depois do pontífice. 19 anos depois, a Igreja Católica terá o seu primeiro santo de calça jeans.
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