Hoje, os Estados Unidos transformaram cidades como Nova York e Chicago em um mar de verde. A razão é a celebração do St. Patrick's Day, uma festa que honra São Patrício, padroeiro da Irlanda, falecido neste dia em 461 d.C.
"Eu era como uma pedra em um pântano profundo, mas o Senhor me resgatou e me colocou no topo da muralha."
Originada com imigrantes irlandeses, a data celebra um homem que, de escravo a santo, levou o cristianismo a uma terra pagã. Além disso, deixou um legado que atravessa séculos.
São Patrício nasceu Maewyn Succat por volta de 385 d.C. na Britânia romana, hoje Reino Unido, em uma família cristã de classe média. Aos 16 anos, piratas irlandeses o sequestraram e o venderam como escravo na Irlanda.
Em sua obra Confessio, um texto em latim que sobrevive como testemunho direto, relatou:
"Fui levado cativo para a Irlanda com muitos milhares". Por seis anos, trabalhou como pastor de ovelhas sob condições brutais, até que uma visão divina o guiou à fuga. Após caminhar 320 km até a costa, voltou à Britânia, onde se ordenou padre e ouviu um chamado para retornar à ilha de seu cativeiro.
De volta à Irlanda em 432 d.C., Patrício tornou-se missionário em uma terra dominada por druidas e reis pagãos. Converteu milhares ao cristianismo, fundou mais de 300 igrejas e enfrentou a hostilidade de líderes tribais, segundo a Encyclopaedia Britannica. Um de seus feitos mais famosos foi usar o trevo de três folhas para ensinar a Trindade, um símbolo que hoje define a festa.
Ele também escreveu a "Lorica", uma oração de proteção contra as forças malignas, recitada até hoje por devotos. Sua coragem o colocou em risco, mas ele persistiu até cristianizar grande parte da ilha.
Patrício morreu em 17 de março de 461 d.C. em Downpatrick, após décadas de missão. A Igreja o reconheceu como padroeiro da Irlanda, embora nunca tenha sido formalmente canonizado. Seu título vem da devoção popular.
Ele é lembrado por unir a fé cristã à identidade celta, substituindo rituais pagãos por uma nova tradição espiritual. Nos EUA, imigrantes irlandeses fleeing da Grande Fome (1845-1852) transformaram sua data em celebração cultural, com o primeiro desfile em Nova York, em 1762, registrado pela National Geographic. Hoje, é um feriado de união e memória.
A lenda diz que Patrício baniu todas as cobras da Irlanda, mas cientistas da National Geographic afirmam que a ilha nunca teve serpentes após a última Era do Gelo.
O mito simboliza sua vitória sobre o paganismo, com "cobras" representando sacerdotes druidas. Outra curiosidade: ele foi esquecido por séculos após sua morte, só sendo redescoberto no século VII, quando monges irlandeses resgataram sua história.
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