A Coreia do Norte lançou 23 mísseis balísticos e disparou 100 projéteis de artilharia contra uma área de fronteira marítima com a Coreia do Sul. Os disparos aconteceram nesta quarta (02/11). Um deles chegou a cruzar a fronteira com o Sul. Algo assim não acontecia desde a divisão dos países, em 1948.
Caças da Coreia do Sul revidaram e dispararam três mísseis ar-terra sobre a linha de demarcação marítima da fronteira.
A Coreia do Sul acusou os norte-coreanos de "invasão territorial":
"A provocação da Coreia do Norte constitui, de fato, uma invasão territorial com um míssil que cruzou a linha da fronteira norte pela primeira vez desde a divisão da Península Coreana", afirmou nota do gabinete do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol.
Na manhã desta quinta (03/11), a Coreia do Norte realizou outro disparo. Três mísseis balísticos foram lançados na direção do Japão.
Diversas regiões ativaram alertas para que seus moradores procurassem abrigo. Ulleungdo, ilha sul-coreana, Miyagi, Yamagata e Niigata, cidades japonesas, emitiram o alerta.
Após constatar que o míssil caiu no mar, o governo japonês desativou o alerta. O Exército da Coreia do Sul monitorou o lançamento e afirmou que o disparo falhou.
Os disparos fazem parte de um exercício militar coordenado do exército norte-coreano. Apesar do caráter de treino, os disparos aumentam a tensão entre os dois países.
Pak Jon Chon, funcionário de alto escalão do regime de Kim Jong-un, assegurou:
"Se os EUA e a Coreia do Sul pretendem usar as forças armadas contra a República Popular Democrática da Coreia (RDPC) sem medo, os meios especiais das forças armadas da RPDC mobilizarão sua missão estratégica sem demora. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul enfrentarão uma situação terrível e pagarão o preço mais horrível da história."
O Exército de Seul admitiu a gravidade da ameaça à sua soberania, ao qualificar o lançamento dos mísseis como "altamente incomum e intolerável".
O conflito entre as Coreias parece escalar a um novo patamar de tensão.
O presidente sul-coreano convocou uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional para discutir o incidente e ordenou uma "resposta rápida e severa" a essas "provocações".
De acordo com o analista Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong, esses disparos do Norte são a "manifestação armada mais agressiva e ameaçadora contra o Sul desde 2010".
Em março de 2010, um submarino norte-coreano torpedeou um navio sul-coreano, matando 46 tripulantes, 16 dos quais cumpriam o serviço militar obrigatório. Em novembro daquele mesmo ano, Pyongyang bombardeou uma ilha fronteiriça sul-coreana, matando dois jovens marinheiros.
Os disparos ocorrem em resposta à postura defensiva da Coreia do Sul e dos Estados Unidos. No dia 31 de outubro, caças de ambos exércitos promoveram exercícios de vigilância da fronteira com a Coreia do Norte.
Os exercícios foram apelidados de "Tempestade Vigilante". Diante da nova agressão, Estados Unidos e Coreia do Sul concordaram em prolongar o exercício.
Os aliados vêm alertando nos últimos meses que a série recente de disparos de mísseis da Coreia do Norte pode resultar no sétimo teste com armas nucleares da história do país. O último teste nuclear foi feito em 2017.
O governo da Coreia do Sul ainda lembrou que o país está de luto pela morte das 150 pessoas durante as festividades de Halloween, ressaltando que o momento expôs o “desrespeito à humanidade pelo regime norte-coreano”.
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