O governador Tarcísio de Freitas reconheceu ter errado ao comentar sobre uma suposta orientação de membros de uma facção criminosa para votar em Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo. A informação é da jornalista Bela Megale.
Durante uma entrevista coletiva no domingo, 27 de outubro, o governador afirmou que os serviços de inteligência teriam interceptado conversas em que presidiários comentavam o assunto com outras pessoas:
"Houve essa ação de intercepção, de inteligência, mas não vai influenciar nas eleições".
Na tarde de hoje, 29 de outubro, o governador disse a pessoas próximas que a afirmação não foi prudente.
Tarcísio teria dito que seu erro na entrevista foi ter respondido às perguntas dos jornalistas com as informações que tinha em mente, em vez de admitir que não estava completamente ciente do assunto.
A fala do governador na coletiva de imprensa foi criticada inclusive pela campanha de Nunes, aliado do político, que temia por uma virada de Boulos nas urnas.
No entanto, o prefeito saiu vitorioso na disputa.
Caso a afirmação de Freitas se comprovasse verídica, não seria a primeira vez que facções criminosas tentariam interferir nos rumos do país.
Em março de 2023, foi revelado que o PCC planejava sequestrar e assassinar autoridades.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) seria um dos alvos do grupo, de acordo com informações confirmadas pela assessoria do parlamentar.
Em 2019, Moro foi responsável pela transferência de “Marcola”, antigo líder do PCC, para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), após a descoberta de um plano para resgatá-lo.
Segundo a PF, os ataques ocorreriam de forma simultânea, e os principais investigados estariam no Paraná e em São Paulo. Na época, nove pessoas foram presas.
O PCC foi fundado nos anos 1990 dentro de presídios. A história de como tudo começou é contada na trilogia Entre Lobos, produção da Brasil Paralelo sobre a segurança pública no Brasil.
O original BP está disponível apenas para assinantes, mas é possível assistir trechos e análises gratuitamente no Youtube da Brasil Paralelo.
Guilherme Boulos (PSOL), adversário de Nunes no segundo turno, anunciou que moverá uma ação contra Tarcísio por abuso de poder. Ele classificou as declarações como mentirosas e “crime eleitoral”.
Em sua conta no X, ele comparou o ocorrido ao "laudo falso do segundo turno", em referência a um documento divulgado por Pablo Marçal. O relatório alegava que Boulos teria testado positivo para drogas em um exame toxicológico.
Em nota enviada à Brasil Paralelo, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “o Sistema de Inteligência da Polícia Militar interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa determinando a escolha de candidatos à prefeitura nos municípios de Sumaré, Santos e Capital. A Polícia Civil investiga a origem das mensagens”.
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