O Relógio do Juízo Final é uma metáfora para representar quão perto a humanidade está do fim.
O relógio tem 20 minutos e quanto mais próximo da meia-noite, maior a chance de uma calamidade global.
Este ano, a humanidade está mais perto do que nunca, apenas 89 segundos para a extinção.
Desde 2023 o relógio estava parado em 90 segundos, o mais próximo do final dos tempos desde sua criação.
Apesar da situação ter piorado é importante destacar que a metáfora não funciona como um relógio normal, os ponteiros podem voltar se o cenário apresentar melhora.
Quando a URSS caiu em 1991, por exemplo, os ponteiros de 10 minutos para a 17 minutos, por causa das expectativas otimistas sobre o futuro. Foi o mais cedo que o relógio já chegou.
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De acordo com o chefe do painel de especialistas do comitê, Daniel Holtz, o motivo para a mudança teria sido a incapacidade de resolver questões consideradas críticas:
"O ponteiro está em seu pior nível porque não vimos progressos em 2024. Há um aumentado risco nuclear, conflitos ativos envolvendo potências nucleares, o ano foi ainda mais quente que 2023 e tecnologias disruptivas como a inteligência artificial seguem se desenvolvendo sem controle".
Como toda nova tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) desperta preocupações sobre os impactos negativos que pode ter na sociedade.
O Comitê destacou que essas ferramentas têm sido incorporadas às forças militares, servindo para o controle de drones e equipamentos de última geração.
Na guerra da Ucrânia, por exemplo, drones que perseguem seus alvos através de IA têm sido utilizados.
Apesar disso, a principal preocupação do comitê com essas ferramentas é de que elas possam ser utilizadas para manipular informações e disseminar mentiras, como ressaltou a especialista em tecnologia do comitê, Herb Lin:
“Muitos se preocupam com a IA tomando conta de armas nucleares, mas nenhum país fala em fazer isso, o risco da falta de controle e da desinformação é muito maior"
Além disso, ela também ressaltou que a nova IA chinesa, DeepSeek, mostra que os EUA não estão sozinhos na corrida pelas ferramentas mais desenvolvidas:
"Eu acho que os chineses demonstraram, assumindo que as alegações [sobre as capacidades do DeepSeek] são válidas, que esta não é uma corrida de um só lado agora, que os EUA não estão sozinhos".
A IA chinesa se tornou um dos aplicativos mais baixados no mundo, abalando gigantes no setor da tecnologia dos EUA.
Em 2026, o último acordo nuclear entre Rússia e EUA, chamado de Novo Start, chega ao fim e não há sinais de que possa haver renovação.
O acordo previa que os dois países mantivessem seus estoques de armamentos nucleares dentro dos limites de 1.550 ogivas e os equipamentos prontos para disparar esses armamentos em 700.
Outro ponto importante do Novo Start é que ele cria mecanismos para verificar se as normas estão sendo cumpridas.
Apesar da expectativa com relação ao fim do acordo, a Rússia anunciou sua saída unilateral do acordo ainda em 2023, em meio à guerra contra a Ucrânia.
Desde o começo do conflito, alguns dos assessores militares de Putin e o próprio presidente têm falado sobre a possibilidade de utilizar bombas nucleares táticas, com menor capacidade destrutiva.
O cenário pareceu melhorar no final do ano passado, quando Putin disse que os recém testados mísseis Oreshnik acabavam com a necessidade de armas nucleares táticas.
Ainda assim, a preocupação sobre propagação de armas nucleares está aumentando por causa de conflitos em diferentes regiões do mundo.
A tensão entre Israel e o Irã, por exemplo, aumentou a apreensão de que o país busque por armas nucleares.
Isso poderia levar a uma reação em cadeia e aumentar a quantidade de países com dispositivos do tipo.
O príncipe saudita disse publicamente que pretende construir sua própria bomba nuclear caso o Irã crie uma.
O relógio foi criado para monitorar os riscos de uma guerra nuclear, mas desde 2007 os cientistas têm contabilizado outras questões, como o aquecimento global.
Segundo os cientistas do Boletim, uma das principais preocupações para o futuro da humanidade seria o aumento das temperaturas da Terra.
Daniel Holtz, comentou que houveram avanços na implementação de fontes de energia não poluentes, mas não seria o suficiente:
“Ainda é uma daquelas coisas em que não está acontecendo rápido o suficiente e a urgência simplesmente não está presente, enquanto a ameaça está aumentando. O último ano foi o mais quente já registrado.”
Holtz também criticou Donald Trump por ter deixado o Acordo de Paris, que estabelecia metas para a liberação de carbono.
Os cientistas disseram que os demais líderes mundiais deveriam agir imediatamente para lidar com a questão.
O tema tem ganhado destaque e aparecido recorrentemente nos mais variados espaços ao longo dos últimos anos.
Em 2023, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o mundo não está fazendo progressos para acabar com o aquecimento global.
O professor de física climática na Universidade de Leeds, Piers Forster, afirma que a fala de Guterres é “sensacionalista”.
“Penso que parte do que está a dizer agora começa a se afastar das provas científicas subjacentes e, em última análise, isso começa a perder credibilidade ao longo do tempo. Isso acaba por dessensibilizar-nos a todos".
O aquecimento global é uma das principais pautas dos movimentos ambientalistas ao redor do mundo.
A Brasil Paralelo investigou como os movimentos ambientalistas atuam no Brasil. O resultado foi o filme exclusivo Cortina de Fumaça, que traz relatos de especialistas, ex-ministros e pessoas que têm contato direto com a questão.
Assista à produção completa abaixo:
Inserir link: https://www.youtube.com/watch?v=hPTlsV2lmBw
O relógio foi criado pela artista Martyl Langsdorf para ilustrar a capa do Boletim de Cientistas Atômicos, em 1947.
Seu marido Alexander Langsdorf Jr. participou do Projeto Manhattan, que criou as bombas nucleares no final da Segunda Guerra Mundial.
Após as detonações das bombas de Hiroshima e Nagasaki, Langsdorf ajudou a fundar o Boletim dos Cientistas Atômicos, para conscientizar as pessoas sobre os perigos da energia nuclear.
Nas primeiras publicações o relógio sempre indicava que faltavam sete minutos para a meia-noite.
O ponteiro mudou de lugar pela primeira vez em 1949, após o primeiro teste nuclear da URSS ter sucesso, marcando o início da corrida armamentista. Na ocasião o mundo chegou a 3 minutos para o fim dos tempos.
Em 1953 foi criada a bomba de hidrogênio, maior e mais poderosa do que as ogivas nucleares desenvolvidas anteriormente.
O relógio chegou a dois minutos para a meia-noite, o momento mais próximo do fim do mundo até 2018.
A partir desse momento, o relógio passaria a ser entendido como um termômetro para a intensidade das tensões na Guerra Fria, chegando mais perto da meia noite quando as tensões se acalmaram e se afastando quando elas diminuiam.
Quando o regime socialista da URSS caiu, em 1991, o relógio chegou ao momento mais distante da meia noite em toda sua história, 17 minutos para o fim do mundo. A minutagem diminuiu gradativamente desde então.
Em 2007 outras questões para além da guerra nuclear passaram a ser consideradas pelo Boletim, como é o caso do aquecimento global, ameaças biológicas e cibernéticas.
Dez anos depois, o Comitê responsável pela análise colocou o mundo a dois minutos e meio da meia-noite por causa da eleição de Trump.
A diretora do Boletim disse que os principais motivos para a mudança foram “a linguagem negligente e imprudente” do presidente e o que chamou de “crescente desrespeito pela expertise científica”.
Desde então, o Boletim tem colocado o ponteiro cada vez mais próximo da meia-noite, chegando até os 89 segundos marcados hoje.
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