O atentado do Hamas contra Israel na Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023 marca uma das mais violentas fases da guerra histórica.
Segundo informações do exército iraelense, 251 pessoas foram sequestradas pelo grupo terrorista durante o atentado.
Muitos foram levados já sem vida para se tornarem moeda de troca nas negociações do grupo com o governo israelense.
Aqueles que conseguiram sobreviver contam histórias de abusos psicológico e físicos, em um cativeiro feito em condições críticas.
A artista Moran Stella Yanai foi levada como refém após a incursão no festival de música Re'im, onde 260 foram mortas.
Moran quebrou a perna no dia do atentado, enquanto tentava fugir. Após ser levada para Gaza, ela relata ter sido linchada por um grupo de civis palestinos:
"Tudo o que vi foi 100% de civis me linchando, me espancando. Eu estava com uma perna quebrada e tenho hematomas por todo o corpo."
A refém conta que recebeu tratamento médico para sua perna em um hospital em Gaza e o médico colocou uma tala nela.
No cativeiro, terroristas do Hamas tiraram a tala e a obrigaram a andar por mais de seis lances de escadas durante transferências de esconderijos.
Moran foi uma das reféns que conseguiu retornar a Israel após acordos feitos no ano passado.
Os três reféns liberados no dia 8 de fevereiro chamaram atenção da mídia internacional pela magreza extrema.
Segundo o jornal The Times of Israel, autoridades médicas confirmaram que os três homens sofriam com uma série de problemas mentais e físicos, como:
Os prisioneiros recebiam apenas um quarto de pão pita por dia para se alimentarem. Um deles chegou a perder cerca de 22 quilos no cativeiro.
Um dos reféns relata que ficou acorrentado em um túnel, não conseguia andar ou ao menos se levantar durante boa parte do cativeiro:
"Os terroristas me mantiveram acorrentados dentro de um túnel. O túnel era escuro e sem ar... Eu não podia andar ou ficar de pé. Apenas próximo à minha libertação os terroristas removeram as correntes, e eu aprendi a andar novamente."
O jornal menciona que o relato foi dado ao Canal 12, sem revelar a identidade do homem.
Durante alguns momentos, eles eram autorizados a usar o banheiro apenas duas vezes por dia, em horários determinados pelos terroristas.
Yarden Bibas, um dos homens libertados, conta que dormiu em um colchão mofado na maior parte dos últimos 16 meses.
Ele foi capturado em um lugar diferente de sua esposa, Shiri, e de seus filhos Ariel, de 4 anos, e Kfir, de 9 meses.
Em um primeiro momento, os terroristas disseram que sua família estava viva na capital Tel-Aviv.
Isso mudou em janeiro de 2024, quando membros do Hamas falaram que sua família havia sido morta em um ataque aéreo israelense e obrigaram Yarden a gravar um vídeo implorando que Netanyahu os trouxesse de volta.
Os corpos da família foram devolvidos na semana passada. Segundo legistas israelenses, não há indícios de que eles tenham morrido em um ataque aéreo.
Keith Siegel, um dos reféns, teria contado a seu irmão que passava longos períodos sem autorização para falar em voz alta, quando podia se imaginar conversando com a mulher.
Enquanto era transferido de esconderijos para esconderijos, os terroristas mostravam os escombros em Gaza e falavam que ele tinha sido abandonado por seu governo:
“É isso que seu governo está fazendo conosco. Seu povo não quer você de volta. Eles continuam bombardeando.”
Segundo seus relatos, os quartos em que os reféns ficaram presos eram escuros e sem janelas, para que a posição não fosse descoberta. Os prisioneiros foram mantidos por longos períodos sem qualquer exposição à luz solar.
Além dessas condições degradantes, um relatório da ONU divulgado no ano passado afirma que há evidências de que algumas reféns possam ter sofrido violência sexual.
A informação veio em um comunicado de imprensa feito pelo escritório da responsável pelo relatório, Pramil Patten:
“Com base nas informações obtidas, a equipe da missão encontrou evidências claras e convincentes de que violência sexual — incluindo estupro, tortura sexualizada e tratamento cruel, desumano e degradante — foi cometida contra reféns, e há razões para se acreditar que essa violência pode estar sendo realizada contra os que estão no cativeiro”
No texto, a organização afirma que durante os 17 dias de investigação, Patten se reuniu com autoridades, testemunhas dos ataques, especialistas, parentes dos sequestrados e sobreviventes. O relatório também se baseia na análise de imagens.
“A equipe achou um padrão das vítimas, na maior parte mulheres, encontradas total ou parcialmente nuas, amarradas e baleadas em vários locais. Apesar de circunstancial, esse padrão pode indicar várias formas de violência sexual, incluindo tortura e tratamento cruel, desumano e degradante”.
Desde o início do conflito no final de 2023, grupos de defesa dos direitos humanos e o governo israelense divulgam relatos de que o Hamas pratica violência sexual contra suas vítimas.
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