Com informações do The New York Times.
No coração de Roma, uma exposição sobre Caravaggio está prestes a transportar os amantes da arte através dos séculos.
A Galeria Nacional de Arte Antiga no Palazzo Barberini abre suas portas para "Caravaggio 2025", uma mostra que promete ser não apenas um evento cultural, mas uma verdadeira viagem no tempo.
Imagine caminhar pelos corredores do palácio, seus passos ecoando nas mesmas salas onde, há mais de 400 anos, as obras de Caravaggio causavam espanto e admiração.
Agora, em 2025, essas mesmas pinturas voltam a se reunir, contando uma história de genialidade, tumulto e revolução artística.
A exposição, que já vendeu mais de 60.000 ingressos antes mesmo de sua abertura, reúne 24 obras-primas de Caravaggio.
Entre elas, três pinturas retornam ao Palazzo Barberini após séculos de ausência:
É como se o próprio tempo tivesse dado uma pausa para permitir este reencontro.
Mas o que torna esta exposição especial não é apenas a reunião destas obras icônicas.
A exposição promete traçar a jornada de um homem que inovou a arte com sua visão única e sua vida tumultuada.
Michelangelo Merisi, nascido em 1571 em Milão e que viria a ser conhecido como Caravaggio, chegou a Roma cerca de 430 anos atrás.
Era um artista desconhecido, tão pobre que só podia usar a si mesmo como modelo.
Quem poderia prever que este jovem se tornaria um dos pintores mais célebres e controversos de todos os tempos?
Em poucos anos, Caravaggio passou de um artista lutando para sobreviver a um nome celebrado por banqueiros e cardeais.
Suas pinturas religiosas não retratavam santos etéreos, mas pessoas comuns, muitas vezes retiradas das ruas de Roma, como observado na obra São João Batista no deserto.
Caravaggio inovou a arte de seu tempo com a técnica chiaroscuro, criando cenas dramáticas onde figuras emergiam da escuridão, iluminadas por uma luz intensa e focada.
Esta técnica não apenas transformou a pintura, mas também refletia a própria vida do artista, uma existência marcada por contrastes extremos.
Enquanto sua arte o levava à fama, sua vida pessoal era um turbilhão de conflitos.
Conhecido por seu temperamento explosivo, Caravaggio frequentemente se envolvia em brigas. O ápice desta vida tumultuada veio quando, em maio de 1606, matou um homem em uma briga de rua, forçando-o a fugir de Roma.
Ele viveu os últimos anos de sua vida envolvido em conflitos e fugindo de um lugar para outro. Morreu em 1610, durante uma viagem a Roma, em Porto Ercole.
A exposição Caravaggio 2025 não é apenas uma celebração da arte, mas uma exploração da vida de um homem que desafiou convenções.
Cada pintura conta uma história, de inovação artística, de conflito pessoal, de uma busca incessante pela verdade na arte.
Algumas das obras que estarão expostas ao público serão:
No Google Arts and Culture é possível encontrar a seguinte descrição:
“Neste São João Batista, Caravaggio trocou o idealismo pelo que muitas vezes se tornou em sua época um realismo controverso. Ele literalmente despojou o Batista de quase todos os atributos tradicionais (halo, cordeiro e bandeirola com a inscrição Ecce Agnus Dei ou Eis o Cordeiro de Deus), deixando a intensidade taciturna de seu estado emocional como tema da pintura. A solene reflexão de São João é reforçada por uma marca registrada de Caravaggio: o contraste dramático de sombras profundas e opacas, que brincam pelo corpo e envolvem as órbitas dos olhos, com uma luz brilhante que ilumina o Batista de cima e à sua direita”.
Título: São João batista no deserto;
Data de criação: 1604 -1605;
Direitos de Compra: William Rockhill Nelson Trust;
Meio: Óleo sobre tela;
Cultura: italiano.
De acordo com o site Singulart:
“Os Músicos é uma pintura em óleo sobre tela de Caravaggio que retrata uma alegoria da música por meio de uma cena de performance contemporânea. Era característico de Caravaggio retratar um assunto histórico ou atemporal por meio de suas lentes contemporâneas para torná-lo mais evocativo para seus espectadores contemporâneos. Os Músicos é uma das primeiras pinturas que ele concluiu sob o patrocínio do Cardeal Francesco Maria Del Monte em Roma, por volta de 1595. Ela retrata quatro figuras masculinas envoltas em vestes clássicas, três das quais seguram instrumentos musicais e uma está vestida de Cupido enquanto pega uma uva. O significado da pintura é alegórico, sugerindo uma ligação entre a música nutrindo o amor da mesma forma que a comida sustenta a vida. Três das figuras estão voltadas para o espectador e a quarta está de costas para nós enquanto lê um manuscrito de madrigais”.
Título: Os músicos;
Criador: Caravaggio (Michelangelo Merisi);
Data de criação: 1597;
Meio: Óleo sobre tela;
Repositório: Museu Metropolitano de Arte, Nova York, NY.
Segundo o Google Arts and Culture:
“É quase certo que esta pintura foi encomendada em Roma pelo primeiro patrono de Caravaggio, o cardeal Francesco Maria del Monte. Capturada numa pose surpreendentemente natural, a figura de Santa Catarina foi identificada como Fillide Melandroni, uma célebre cortesã da época. Ricamente vestida com vestes dignas de princesa e ajoelhada sobre uma almofada, ela olha para o espectador cercada pelos atributos de seu martírio: a roda quebradiça, a espada com que foi decapitada e a palma do mártir. A iluminação dramática da cena cria um efeito de claro-escuro característico de Caravaggio, cuja abordagem à luz e ao volume - evidente nesta tela - teria um impacto considerável tanto na Itália como em toda a Europa.”
Título: Saint Catherine of Alexandria;
Criador: Caravaggio;
Data de criação: por volta de 1598;
Local: Madri, Espanha;
Meio: Óleo sobre tela.
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