Na noite desta quarta-feira, 13 de novembro, a Praça dos Três Poderes foi alvo de explosões. O caso, ainda sob investigação, trouxe à tona debates intensos sobre segurança, polarização política e o papel das instituições em proteger a democracia brasileira.
Francisco Wanderley Luiz, identificado pela Polícia Civil do Distrito Federal como o autor dos ataques, provocou a primeira explosão ao incendiar seu carro. O veículo, que estava estacionado nas imediações da da Câmara dos Deputados, continha explosivos e fogos de artifício.
Minutos depois, ele tentou acessar o Supremo Tribunal Federal (STF), onde se posicionou em frente à estátua da Justiça e detonou um artefato junto ao corpo, tirando a própria vida. O ato gerou reações fortes entre parlamentares, cujas declarações refletem visões distintas sobre o episódio.
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE), relator do projeto que anistia os condenados referentes aos atos de 8 de janeiro de 2023, também se manifestou. o parlamentar descreveu o ocorrido como um "fato isolado" e pediu que a cobertura mediática fosse "imparcial", reforçando que o ato não teria conexão com movimentos de direita ou os eventos de 8 de janeiro.
"O triste e lamentável episódio que ocorreu hoje na praça dos três poderes deixa muito evidente que é um fato isolado de uma pessoa que claramente sofria transtornos de ordem mental", afirmou Valadares.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) lamentou o que ele chamou de “tresloucada ação isolada" e apontou a polarização política como um problema que "precisa ser resolvido".
“Ontem, em tresloucada ação isolada, um fanático morreu em frente ao STF. Os explosivos que levava consigo explodiram, mas pessoas inocentes e transeuntes poderiam ter morrido também. A polarização política doentia é um problema que o Brasil precisa resolver, sob risco até mesmo de eventos de convulsão social”, destacou o ex-vice-presidente da República.
Para o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), conhecido apoiador de Bolsonaro, o caso não deve ser tratado como um ataque direcionado às instituições. "Não foi um ataque ao STF ou à Câmara dos Deputados. Um homem decidiu tirar a própria vida na praça dos três poderes usando um artefato explosivo. Um ato de desespero de alguém com claro distúrbio mental", declarou, descartando qualquer conotação política para o evento.
Em oposição, congressistas governistas veem o ocorrido sob uma perspectiva política e associam o caso a um clima de radicalização. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) afirmou que o episódio é reflexo de "ódio e violência" instigados por movimentos extremistas e alertou para a "retórica de terror" que, segundo ela, foi alimentada nos últimos anos.
“A extrema direita, instiga ódio e violência e contribui para a radicalização, terror e medo. O Bolsonarismo alimenta essa retórica, que leva a episódios como o ataque à Praça dos Três Poderes. O homem que morreu na explosão é um catarinense e ex-candidato a vereador do PL de Bolsonaro”, declarou Melchionna.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) foi mais incisivo, associando o evento ao "bolsonarismo" e afirmando que é necessário "não deixar que o ovo da serpente choque".
“É surreal, mas é verdade. O bolsonarismo produziu o primeiro homem-bomba brasileiro. Sem anistia e sem deixar que o ovo da serpente choque, é preciso que o sujeito que abriu as portas do inferno pague por seus crimes. Vocês sabem a quem me refiro”, destacou Silva.
O senador Paulo Paim (PT-RS) expressou preocupação com a repetição de eventos violentos nas imediações dos Três Poderes e defendeu uma "revisão urgente" das medidas de segurança. Paim lembrou da tentativa de explosão no aeroporto de Brasília e da invasão de janeiro como precedentes, argumentando que "a defesa da democracia exige vigilância e medidas de segurança reforçadas".
O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) declarou que o ato é "preocupante" e representa uma "ameaça à democracia", destacando que a "soberania nacional" deve ser defendida contra atos de violência.
No decorrer das investigações, a Polícia Federal e a Polícia Civil buscam desvendar os motivos e a possível premeditação dos ataques, enquanto as opiniões divididas entre os parlamentares revelam o dilema sobre a interpretação dos fatos e a preocupação com a preservação das instituições democráticas.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais gente tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos vocês.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. Clique aqui.
LINK BLACK FRIDAY
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP