Antes, durante e após as eleições federais deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu diversos perfis de influenciadores em diferentes redes sociais. Alguns dos principais casos foram:
De acordo com os ministros do TSE, esses influenciadores defenderam atos antidemocráticos e praticaram desinformação. O apoio à greve dos caminhoneiros, a divulgação do vídeo sobre as fraudes nas urnas e as supostas informações falsas emitidas contra Lula foram consideradas crime eleitoral pelos autores dos processos.
Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado do país, defendeu-se dizendo que não afirmou nada contra o TSE, mas pediu para que o tribunal investigue as supostas evidências apontadas pela investigação do argentino Fernando Cerimedo.
Segundo ele:
“O que aconteceu é igual uma pessoa que liga para a polícia pedindo para que investiguem uma possível movimentação criminosa perto da minha casa e eles respondem dizendo que não vão investigar e vão me prender pelo pedido de segurança”.
O deputado Coronel Tadeu também se manifestou, dizendo:
“Chegamos a esse ponto. Agora você decide o que faz: resiste ou sucumbe. A Alemanha resistiu e venceu. A Venezuela não foi tão forte assim. Não desista dessa luta, pois ela só está começando. Sem poder falar com quase 80 mil seguidores no Twitter, me sinto como o povo cubano, o povo venezuelano e tantos outros povos que foram calados.”
A maior parte dos nomes da lista argumentaram em sua defesa de forma semelhante aos deputados acima.
Na sentença de condenação de grande parte dos nomes da lista, no processo Nº 0601522-38.2022.6.00.0000, os juízes disseram:
“O material apresentado, que confere densidade a fatos públicos e notórios relativos à atuação nas redes de Carlos Bolsonaro e diversos apoiadores do atual Presidente, fornece indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação, que tem como principal alvo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
A forte capacidade de mobilização de alguns dos investigados tem sido explorada para gerar uma espécie de resistência estrutural às decisões do TSE que determinam a remoção de notícias falsas.
Nesse sentido, foi demonstrado que materiais já reputados ilícitos seguem armazenados em canais de Telegram, para serem acessados a qualquer tempo e novamente compartilhados, criando um ciclo de perpetuação de fake news.
Estamos diante de um cenário desafiador. Os esquemas de difusão de notícias fabricadas para influir indevidamente no pleito, identificados a partir das Eleições 2018, ganharam mais complexidade, encontraram formas elaboradas de financiamento e, infelizmente, confirmaram o potencial danoso da exposição massificada e vertiginosa das pessoas a conteúdos falsos”.
Sobre as alegações de fraudes nas urnas, o TSE respondeu às alegações em uma nota emitida no último sábado (05/11). Segundo a instituição:
“Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021)”.
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