Desde Karl Marx até os dias de hoje, diversas obras buscam afirmar que o capitalismo está entre os maiores problemas da humanidade. A mentalidade anticapitalista ganhou força em diversas partes do mundo, especialmente durante a Guerra Fria, movendo governos socialistas como a antiga União Soviética e a atual China.
Observando a crescente antipatia ao capitalismo durante o século XX, o economista Israel Kirzner, aluno de Ludwig Von Mises, elaborou algumas das principais razões pelas quais o capitalismo é comumente odiado.
Luan Sperandio, analista político do Instituto Livre Mercado, elencou 7 das principais razões apontadas por Kirzner:
Ao considerar que uma parte sempre levará vantagem sobre a outra, pavimenta-se a base teórica para acusações de exploração dos vendedores por parte dos compradores.
A partir disso, criam-se demandas por intervenções legais em trocas em que uma das partes recebe benefícios exagerados segundo uma régua arbitrária determinada pelo legislador.
A crença de que o comércio entre duas partes se resume a um jogo de soma zero, em que um indivíduo precisa empobrecer para outro enriquecer, é um dos fundamentos para a condenação dos lucros em geral. Por conseguinte, desaprova-se todo o sistema de mercado devido a sua motivação ser o lucro.
Segundo Kirzner, a ética por trás dos lucros é justificada por se tratar da remuneração ao empreendedor quando este descobre uma oportunidade inexplorada e é bem sucedido ao satisfazer voluntariamente os consumidores daquele produto ou serviço.
Culpar o garçom pela obesidade foi um termo utilizado por Stigler no sentido de quem critica a propaganda e os esforços de venda em geral. A partir daí, surgem iniciativas como proibir saleiros na mesa de restaurantes, proibir o refil de refrigerantes e tributar produtos com mais açúcar.
Para Stigler, muitos críticos do capitalismo condenam o capitalismo por oferecer bens e serviços que eles não gostam. Bens “perigosos” ou de “má qualidade” são exemplos das críticas.
Para Kirzner, isso acontece porque nem sempre os consumidores estão propensos a sacrificar o que seria necessário para desfrutar de um nível mais elevado de qualidade e segurança (como, por exemplo, optar por adquirir uma moto para se deslocar em vez de um veículo mais seguro, porém mais caro).
Para Kirzner, problemas inerentes à vida são apontados como “evidências do fracasso do mercado” de forma injusta.
Alguns aspectos criticados no capitalismo, como a “alienação dos trabalhadores” ou a ansiedade e insegurança sentidas pelos participantes do mercado, são custos inevitáveis da divisão do trabalho ou de um sistema social no qual a liberdade de entrada para os competidores é a principal força motriz, afirma o economista.
Hayek dizia que um dos maiores problemas contemporâneos era o entendimento social de que qualquer coisa que não fosse “conscientemente dirigida por completo” e tida como descentralizada era uma “prova de irracionalidade”. Assim, seria necessária uma “imediata substituição por um mecanismo elaborado deliberadamente”.
Segundo Hayek, isso se dá pela incapacidade de entender como as ações independentes de muitos homens podem produzir totalidades coerentes, estruturas de relacionamentos persistentes que servem a importantes propósitos humanos, sem terem sido projetadas para tal finalidade.
Muitos críticos do capitalismo acreditam que, uma vez que o mercado permite a indivíduos agirem com ganância ou egoísmo, a economia inevitavelmente tende a ser "sórdida, brutal e selvagem”, diz Kirzner.
Para o aluno de Mises, a sociedade e o mercado solucionam esse problema naturalmente. Luan Sperandio aponta o surgimento do movimento "capitalismo consciente" como um exemplo de solução orgânica.
Segundo ele, muitas empresas incorporaram valores do seu público-alvo (os consumidores) em sua gestão, transmitindo mais valor para seus acionistas.
Economistas da Escola Austríaca afirmam que muitas das crises apontadas como problemas do capitalismo são resultado da intervenção do Estado na economia.
Alguns dos principais exemplos são:
Harold Demsetz cunhou essa expressão ao se referir que “aqueles que adotam o ponto de vista do Nirvana tentam descobrir discrepâncias entre o ideal e o real e, se tais discrepâncias são encontradas, deduzem que o real é ineficiente”.
Em outras palavras, muitos críticos do capitalismo julgam sua eficiência ou moralidade em comparação a alguma norma ideal que apresenta pouca relevância para os problemas reais.
Para os economistas da Escola Austríaca, para melhorar um mundo imperfeito, deve-se ocorrer proposições em relação a esse próprio mundo imperfeito.
Segundo Kirzner, critica-se o capitalismo com base em um mundo ideal sem apontar soluções viáveis como alternativas.
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