Andrei Passos Rodrigues disse que a Polícia Federal ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre os motivos das explosões de ontem, 14 de novembro.
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, morreu no momento do atentado.
A PF segue investigando e atualmente trabalha com duas possibilidades principais: um ato de terrorismo ou tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na coletiva de imprensa, Passou afirmou que a PF irá investigar a ligação do criminoso com os atos de 8 de janeiro. Ressaltou também que o atentado não se tratou de "fato isolado, mas conectado com outros casos que a PF tem investigado no período recente".
“As conexões entre este episódio e eventos passados são bastante evidentes. Na residência do suspeito, foram encontradas referências a uma pessoa que agiu violentamente no dia 8 de janeiro. Este é apenas um dos elementos que indicam uma ligação direta com os incidentes mencionados. Adicionalmente, há um áudio da ex-esposa do suspeito afirmando que ele estava em Brasília naquela época, 8 de janeiro.”
Francisco fez referência à pichação realizada por Débora Rodrigues, que foi fotografada escrevendo : “Perdeu, Mané” na Estátua da Justiça no dia 8 de janeiro. Passos chegou a se referir à Débora, como terrorista, mas corrigiu a informação:
Na casa que Francisco Wanderley Luiz alugou na Ceilândia, a PF encontrou a seguinte mensagem escrita em um espelho:
"Debora Rodrigues, por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT". A PF pretende investigar se há alguma relação entre o autor das explosões e Débora.
No atentando, Francisco chegou a atirar um explosivo contra essa mesma estátua, localizada em frente ao STF. No entanto, não houve explosão na hora. Pouco tempo depois, ele explodiu outro artefato junto a si mesmo e caiu.
Além disso, o inquérito identificou que o autor do crime, que morava em Santa Catarina, estava em Brasília há dois meses. Antes disso, já tinha visitado a cidade em várias ocasiões anteriores, inclusive, no mês de janeiro de 2023:
"Essa pessoa já esteve outras vezes em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo para dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, mas a investigação apontará".
Questionado sobre indícios da participação nos atos de 8 de janeiro, Passos afirmou que não pode revelar detalhes da investigação, mas mencionou apreensões, inclusive no celular de Francisco.
Ao longo de toda a entrevista, o diretor da PF retomou o depoimento em que familiares de Francisco revelaram a intenção de ataques a autoridades. Enfatizou, entretanto, que a PF está trabalhando para confirmar as as informações:
“O áudio [da ex-esposa do autor do atentado] é muito categórico, e há outras mensagens de redes sociais, inclusive enviadas ao STF ameaçando a Corte como um todo. A fala da senhora é que o alvo dessa pessoa era o ministro Alexandre de Moraes”.
Também afirmou que há um áudio em que a ex-esposa afirma que Wanderlei estava em Brasília em janeiro de 2023.
Ao ser perguntado sobre a segurança das quatro figuras públicas mencionadas nas mensagens do autor, afirmou que elas estão devidamente monitoradas e informadas sobre o ocorrido
Em mensagens anteriores, o autor do ataque convocou a PF a desarmar bombas em locais associados ao jornalista William Bonner, o ex-presidente José Sarney, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso.
A PF disse que há indícios de que o incidente tenha sido planejado por um longo período.
“Pelo nível de sofisticação na elaboração dos artefatos, que tinham detonador e lança-chamas, é possível pensar em premeditação”, afirmou o diretor.
Os materiais explosivos eram bombas caseiras feitas com tubos de PVC. Na casa que havia sido alugada pelo autor também houve uma explosão gravíssima.
O inquérito também vai averiguar se Francisco agiu sozinho ou se contou com os apoiadores.
Ao longo de toda a entrevista, Passos ressaltou a gravidade do evento. Defendeu também que em algumas situações discursos extremistas ecoam nas redes sociais, incentivando esses atos violentos.
Defendeu também os projetos de regulamentação das redes:
"Não é possível mais a gente conviver com esse tipo de ação. Esse caso agora mostra de forma mais clara de termos o acesso à regulação para que as pessoas não fiquem impunes cometendo crimes nas redes sociais. O episódio é trágico, mas tem que trazer ensinamentos e gerar oportunidades".
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou buscas nos locais ligados a Francisco Wanderley Luiz na noite de quarta-feira. A casa que ele havia alugado em Ceilândia, arredores de Brasília, também foi vasculhada pela Além disso, ele teria contado com o apoio de um trailer estacionado perto da Câmara dos Deputados que também foi averiguado por policiais.
A investigação continua em andamento para esclarecer todos os detalhes deste incidente preocupante na capital federal.
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