Notícia
3
min de leitura

PIB cresce no Brasil, mas não reduz a necessidade de corte de gastos. Entenda por quê

O avanço de 0.9% no PIB transforma o Brasil na 10ª economia que mais cresceu no mundo no último trimestre de 2024. No entanto, o cenário não reduz a necessidade de corte de gastos pelo governo.

Economia
Política
Brasil
E-investidor
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 4% no último trimestre. Hoje, soma R$3 trilhões. Empatado com China, Israel e Indonésia em crescimento no trimestre, o Brasil está em 10º lugar entre as 30 economias com o crescimento positivo divulgado hoje, 3 de novembro, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Nas últimas posições estão Moçambique, Rússia e Sérvia. 

Isso não reduz a necessidade de corte de gastos no país. 

Há três dias, a dívida pública brasileira alcançou R$9 trilhões, o maior valor da história. Isso significa que a dívida é de cerca de 78% do PIB, o que aumenta a desconfiança dos investidores sobre investir no país. 

Na mesma semana, o governo apresentou um pacote de corte de gastos com o objetivo de economizar R$375 bilhões até 2030. 

No entanto, o anúncio de medidas como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$5 mil também gerou uma crise de confiança. O resultado foi o dólar alcançar sua máxima histórica e chegar a R$6,11.

Para voltar a conquistar a confiança do mercado, tornando o Brasil atraente para investimentos, é fundamental que o governo cumpra suas obrigações fiscais, o que, no momento, exige que gastos sejam cortados. 

Então, o que significa crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro? 

  • O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país durante um certo período, geralmente um ano. 

Esse índice é calculado da seguinte forma: 

Consumo + investimentos + gastos do governo + soma de exportações - importações. 

Um PIB positivo geralmente indica que a economia está crescendo, pois sugere um aumento na produção de bens e serviços. No entanto, um valor absoluto de PIB positivo não é suficiente para avaliar de forma completa o desempenho econômico. 

Existem outros fatores de análise importantes, como indicadores sociais. 

Por exemplo, um país pode registrar crescimento positivo do PIB, mas ainda assim enfrentar alta inflação, o que pode levar as pessoas a comprarem menos. Isso resultaria em uma percepção negativa da economia.

Analista afirma que se trata de “Pibão para novo voo de galinha”

O jornalista e analista político Carlos Andreazza diz que se trata de um “PIBão para voo de galinha”. 

Destaca que, apesar do crescimento, a taxa de investimento no Brasil, que varia entre 16% e 17%, é muito baixa, ou seja, insuficiente para sustentar um crescimento econômico consistente entre 3% e 4%. Ele atribui essa situação à crise de confiança gerada pelo governo, que, segundo ele, pode piorar quando o Congresso liberar os 7,8 bilhões de reais.

Marcos Lisboa, ex-ministro da Fazenda e presidente do Insper, pontua que estamos desperdiçando a oportunidade de fazer ajustes necessários em um bom momento econômico. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele afirmou que:

“Tinha oportunidade, nesse momento bom, de fazer um ajuste consistente, porque a economia está bem. O que eu esperava é que não tivesse que esperar as dificuldades aparecerem na atividade, no emprego, para fazer ajuste. Tem sido a nossa tradição. Nos momentos bons, a gente expande o gasto e faz programas que, em geral, fracassam, e aí depois tem que fazer o ajuste num momento ruim, de uma maneira socialmente mais cruel. Infelizmente a gente está desperdiçando a oportunidade”.

No entanto, segundo Lisboa, ainda que o corte de gastos conseguisse atingir os números pretendidos, o problema do Brasil é muito mais grave:

“R$30 bilhões num ano, R$40 bilhões no ano seguinte, estamos falando de um desequilíbrio de R$350 bilhões [nas contas do governo federal]”, disse em entrevista à Folha.

O economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, afirma que será um bom pacote. Insuficiente para resolver todos os problemas, mas que vai na direção correta. O especialista ressalta que acha R$30 bilhões pouco para o ano que vem. Destaca também o crescimento da dívida:

“O governo precisa apresentar um pacote relevante, não só com medidas que tenham efeito ao longo do tempo, mas também por curto prazo, porque nós estamos com um déficit significativo e uma dívida que não para de crescer”. 

Serviços e Indústria cresceram, enquanto o agro teve um pequeno recuo. 

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que registrou um aumento de 4,1%, seguido pela indústria, com um crescimento de 3,6%. Em contrapartida, a agropecuária recuou 0,8%.

Até o momento, os dados analisados não incluem a taxa de consumo das famílias, que cresceu 1,5%. O consumo do governo também apresentou um aumento, registrando 0,8%. Além disso, houve um crescimento de 1% na taxa de importação e um incremento de 2,1% nos investimentos.

Vale destacar que o cálculo do PIB também deverá considerar um recuo de 0,6% na taxa de exportação. Esses fatores combinados irão fornecer uma visão mais completa sobre o desempenho econômico do país.

Por que o corte de gastos continua necessário? 

O Brasil adota uma regra que limita o crescimento das despesas do governo. O quanto o governo pode gastar está atrelado a quanto ele arrecada, por meio de impostos, contribuições, taxas, royalties, renda patrimonial etc…

O governo tem como objetivo alcançar um resultado primário equilibrado, em que as receitas sejam iguais às despesas mais a inflação.  

Em 2024, a meta é zerar a relação receita menos despesas, com um intervalo de tolerância de 0,25% do PIB. Isso significa que o governo poderá gastar até R$28 bilhões além da receita. A previsão é de um déficit próximo desse limite, em R$27,7 bilhões.

Desequilíbrio fiscal

O problema é quando as despesas irão ultrapassar as projeções. E análises recentes indicam um cenário assim, com déficits crescentes nos próximos anos. 

Para 2025, era esperado superávit, ou seja, que as receitas do governo superassem as despesas, descontada a inflação. 

Para o próximo ano, já é esperado um desequilíbrio negativo de 0,72% do PIB em 2025. Ou seja, o governo vai gastar mais do que arrecada. 

Estas previsões indicam que a meta de alcançar o déficit zero não será atingida durante a atual gestão, diferente do que foi projetado quando o Arcabouço Fiscal foi criado. 

Impacto dos Gastos

O aumento das despesas públicas pode levar a uma inflação descontrolada. Caso a produtividade e a capacidade de pagamento do governo não acompanhem o crescimento econômico, o que ocorre é aumento dos preços em geral.  

O PIB potencial, considerado sustentável, está estimado em 2,5% pelo FMI. O crescimento real, entretanto, pode exceder 3%. E, como enfatizou Carlos Andreazza em sua análise, a atual taxa de investimento de 17% não é suficiente para sustentar esse crescimento. 

Despesas Obrigatórias

Para conseguir equilibrar a situação fiscal, o governo tem o grande desafio de equalizar as despesas obrigatórias, como salários de servidores e benefícios previdenciários, que crescem continuamente. Há ainda uma série de investimentos feitos e compromissos assumidos sem lastro claro no orçamento. 

Recentemente, as despesas com o pagamento da Previdência superaram as previsões em R$7 bilhões, impulsionadas por um aumento nas aposentadorias e licenças médicas.

O governo busca limitar o crescimento dessas despesas obrigatórias para manter o controle fiscal, incluindo propostas de contenção do salário mínimo e do abono, que afetam a Previdência.

A proposta de isenção fiscal de até R$5 mil resultaria em um aumento de despesa de R$36 bilhões, entretanto, não indica a fonte do recurso de modo claro. Sobre o imposto, Marcos Lisboa aponta que, no Brasil, é comum “[se façam] promessas numa direção que parece correta. Só que quando se analisam os detalhes, as medidas com frequência são tiro no pé, inócuas ou dão efeitos contrários ao pretendido.”

Afirma ainda se tratar de uma “medida grande, que gera muito mais impactos fiscais no futuro.”

A ministra Simone Tebet já se comprometeu a analisá-la no prazo de três semanas.  

Afirma Consequências de Não Alcançar a Meta Fiscal

O não cumprimento das metas fiscais pode minar a confiança dos investidores na capacidade do Brasil de honrar suas dívidas. Isso pode resultar em juros mais altos e inflação crescente, à medida que o governo enfrenta dificuldades para financiar suas despesas. A dívida pública, projetada para crescer de 86,7% do PIB em 2024 para 90,9% em 2026, supera a média de outras economias emergentes e sublinha a necessidade de rigor fiscal.

O aumento da inflação, previsto em 4,4% para 2024 e 3,6% para 2025, reduz o poder de compra, especialmente entre aqueles com menores salários. Além dos impactos econômicos, o descumprimento das regras fiscais pode levar a penalidades administrativas.

Essas dinâmicas ressaltam a complexidade da gestão econômica, onde mesmo em um cenário de crescimento, o controle de gastos é essencial para garantir a estabilidade a longo prazo.

0

DE DESCONTO

Ofertas exclusivas da Black Antecipada

Tenha acesso ao streaming da Brasil Paralelo

Básico

de
R$
19
/mês
12x
R$
14.25
/mês
Originais e Séries BP, Aplicativo e plataforma e Programação BP completa
Assine agora
*Assinatura anual com renovação automática.
Garantia incondicional de 7 dias
HD
Qualidade de vídeo
Nenhum
Downloads offline
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação
MELHOR PLANO

Premium

de
R$
65
/mês
12x
R$
48.75
/mês
Originais e Séries BP, Aplicativo e plataforma e Catálogo de filmes selecionados
Assine agora
*Assinatura anual com renovação automática.
Garantia incondicional de 7 dias
Originais 4K
Qualidade de vídeo
10 Títulos
Downloads offline
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação

Intermediário

de
R$
39
/mês
12x
R$
39.00
/mês
Originais e Séries BP, Cursos e formações BP eCatálogo de filmes sele
ASSINE AGORA
*Assinatura anual com renovação automática.
Garantia incondicional de 7 dias
Full HD
Qualidade de vídeo
2 Títulos
Downloads offline
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação

Plano Básico

Assinatura Vitalícia
Valor sem desconto:
12x de
R$ 190,00
Valor à vista:
R$ 2.280,00

Cupom aplicado 37% OFF

Valor com desconto:
12x de
R$ 119,00
Valor à vista:
R$ 1.428,00
Assine uma única vez >
Garantia incondicional de 7 dias.
de
R$
19
/mês
Originais e Séries BP, Aplicativo e plataforma e Programação BP completa
*Assinatura anual com renovação automática.
Resumo do plano:
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação
Downloads simultâneos:
Não disponível neste plano.
Qualidade do vídeo:
HD

Plano Premium

Assinatura Vitalícia
Valor sem desconto:
12x de
R$ 590,00
Valor à vista:
R$ 7.080,00

Cupom aplicado 62% OFF

MAIOR DESCONTO

Valor com desconto:
12x de
R$ 219,00
Valor à vista:
R$ 2.628,00
Assine uma única vez >
Garantia incondicional de 7 dias.
de
R$
19
/mês
Originais e Séries BP, Aplicativo e plataforma e Programação BP completa
*Assinatura anual com renovação automática.
MAIS COMPLETO
Resumo do plano:
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação
Downloads simultâneos:
10 títulos para assistir offline.
Qualidade do vídeo:
Originais em 4K

Plano Intermediário

Assinatura Vitalícia
Valor sem desconto:
12x de
R$ 390,00
Valor à vista:
R$ 4.680,00

Cupom aplicado 54% OFF

Valor com desconto:
12x de
R$ 179,00
Valor à vista:
R$ 2.148,00
Assine uma única vez >
Garantia incondicional de 7 dias.
de
R$
19
/mês
Originais e Séries BP, Aplicativo e plataforma e Programação BP completa
*Assinatura anual com renovação automática.
Resumo do plano:
Originais e Séries BP
Catálogo de filmes selecionados
Catálogo infantil seguro
+ de 300 entrevistas completas
Cursos do Núcleo de Formação
Downloads simultâneos:
2 títulos para assistir offline.
Qualidade do vídeo:
Full HD

Torne-se Membro da Brasil Paralelo

Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP