Na manhã desta quarta-feira, 12 de janeiro, uma bomba explodiu no Terminal Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo.
Pouco tempo depois, agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) detonaram um segundo artefato.
As bombas estavam dentro de caixas de papelão recheadas de panfletos que ligavam a ação a grupos de extrema-esquerda:
“Abaixo os generais golpistas! Morte aos fascistas! Viva o maoismo! Viva a Guerra Popular! Viva a Revolução democrática!”.
Logo abaixo da frase, o panfleto trazia a suposta “assinatura” de uma organização chamada “Partido Comunista do Brasil (PCB)”.
Há um erro na mensagem, já que a sigla PCB é utilizada pelo Partido Comunista Brasileiro, criado em 1922. A organização se chamava Partido Comunista do Brasil, mas mudou em 1947.
No entanto, o nome passou a ser utilizado por uma dissidência composta por membros mais radicais, que respondem pela sigla PCdoB.
O PCdoB foi o movimento que organizou a insurgência no Araguaia durante o regime militar.
O grupo defende o maoísmo, uma vertente do comunismo criada pelo ditador chinês Mao Tsé Tung que advoga pela revolução camponesa.
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O PCB divulgou uma nota em suas redes sociais, afirmando que não teve envolvimento com as bombas.
O grupo afirma que tomou conhecimento do caso pela mídia e levantou suspeitas de que o ato tenha sido feito por grupos anticomunistas:
“Tais atos em nosso país possuem histórico de serem praticados por grupos de ‘extrema-direita’, como o atentado do Riocentro”.
Em 1981, uma bomba foi detonada no estacionamento do Riocentro às vésperas de um show em homenagem ao Dia do Trabalho.
O inquérito da época não chegou a nenhuma conclusão, porém uma investigação de 1999 indicou que o ato poderia ter sido feito por grupos anticomunistas.
Apesar deste caso, a esquerda radical tem um amplo histórico de atentados terroristas com o uso de bombas no Brasil.
Um exemplo é o assassinato do soldado Mário Kozel Filho, morto aos 18 anos de idade por um carro-bomba do grupo terrorista Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Após ver o veículo colidindo com o muro do Comando Militar do Sudeste, Kozel correu para socorrer uma possível vítima. Assim que chegou o carro explodiu, tirando a vida do jovem.
No momento, a polícia segue investigando as explosões no Terminal Pinheiros com o objetivo de identificar os responsáveis.
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