As recentes notícias sobre o estado de saúde do papa Francisco têm movimentado o meio católico.
Nascido na capital argentina e filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi eleito pontífice em março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Sua eleição inaugurou uma nova era na Igreja, afinal, Francisco é:
Como papa, Francisco ficou famoso por quebrar paradigmas e protocolos, como o acolhimento e bênção de homossexuais pela Igreja. No entanto, tratou de temas como a proibição do aborto e o cuidado com a vida desde sua concepção.
A vida de Jorge Mario Bergoglio foi marcada pela dedicação e pelo trabalho social. Enquanto superior dos Jesuítas na Argentina, vivenciou a ditadura militar no país, e as experiências vividas durante sua carreira eclesiástica refletiram nos temas tratados no pontificado.
Conheça a vida e o pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires no dia 17 de Dezembro de 1936, filho de Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo que trabalhava como contabilista no ramo ferroviário e de Regina Sivori. É o primeiro de cinco filhos.
Em sua biografia,o papa escreveu:
"Foi uma infância tranquila. Tudo parecia acontecer com extrema naturalidade, as brincadeiras, a escola, os estudos, assim como a educação religiosa. Os ensinamentos da fé vinham com a mesma simplicidade natural: era como uma língua, aprendia-se a falar e aprendia-se a crer".
Jorge Mario acompanhava assiduamente o time do San Lorenzo, um dos mais tradicionais da argentina, e revela em sua autobiografia:
"Assisti a quase todos os jogos disputados em casa do campeonato de 1946, que venceríamos poucos dias antes do meu décimo aniversário, e, passados bem mais de setenta anos, ainda tenho aquela equipe diante dos olhos, como se fosse hoje”.
Desde de cedo apreciou a literatura e a música clássica.
“A música clássica é uma flor que cultivo desde menino, e é também um presente e uma herança de mamãe”.
Jorge Mario Bergoglio ingressou na escola técnica industrial em 1950, onde se formou como técnico químico.
Em 1957, Bergoglio estava enfrentando dúvidas sobre sua vocação, tinha o desejo de ser sacerdote, mas não sabia qual caminho seguir. Neste mesmo ano ficou doente e os médicos descobriram três cistos em seu pulmão.
“No fim de outubro, os médicos me disseram que eu tinha três grandes cistos no pulmão e era necessário intervir cirurgicamente o quanto antes. Em novembro voltei ao hospital e fui operado. Foi um movimento forte. Muito forte. Naquele tempo o procedimento envolvia uma incisão no tórax e a separação das costelas com um afastador Finocchietto, o que por si só já era um trauma. A seguir vinha a cirurgia propriamente, na qual removeram o lobo superior do meu pulmão direito.”
Nessa mesma época outra dúvida apareceu na vida de Bergoglio, ele conheceu uma garota no casamento de seu tio, por quem se interessou graças à beleza e inteligência da moça.
“Ocorreu-me de me interessar pelo brilho intelectual e pela beleza de uma moça que conheci no casamento de um tio. Fiquei surpreso e por um breve instante, sim, mexeu com as minhas ideias”.
Após analisar e refletir sobre sua vocação, Jorge afirmou sua decisão pelo caminho religioso.
Em março de 1958, ele ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. Dois anos depois, concluiu seus estudos em filosofia pela Universidade Católica de Buenos Aires, começando a lecionar essa disciplina em colégios jesuítas na cidade.
Em dezembro de 1969, foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Ramón José Castellano.
Nos anos seguintes, continuou sua formação em Alcalá de Henares, na Espanha, e em abril de 1973, fez seus votos definitivos com os jesuítas.
Ao retornar à Argentina, assumiu a posição de formador, além de atuar como professor na faculdade de teologia e consultor da província da Companhia de Jesus.
Em julho de 1973, foi eleito provincial dos jesuítas da Argentina, função que exerceu durante seis anos. Após esse período, voltou ao meio acadêmico e tornou-se reitor do Colégio de São José, além de servir como pároco em San Miguel.
Em março de 1986, mudou-se para a Alemanha com a intenção de concluir sua tese de doutorado. No entanto, ele não finalizou a tese, pois seus superiores o enviaram de volta para o Colégio do Salvador, em Buenos Aires.
Anos depois o cardeal Antonio Quarracino convidou-o para trabalhar consigo. Assim, em maio de 1992, João Paulo II o nomeou bispo auxiliar da arquidiocese de Buenos Aires.
No dia 27 de Junho recebeu na catedral da cidade a ordenação episcopal pelas mãos do Cardeal Quarracino.
Foi nessa época que o trabalho de Bergoglio com os pobres ficou conhecido. Pessoas que trabalharam com ele contam que o número de padres ajudando nos bairros mais carentes de Buenos Aires aumentou, chegando a triplicar, graças à sua influência.
Com mais gente falando sobre ele, apareceram acusações de que ele teria ajudado a ditadura militar da Argentina, que acabou em 1983.
Durante os sete anos de ditadura, muitos religiosos foram presos, torturados e mortos. O caso de dois padres jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, fez com que Bergoglio, que era arcebispo na época, fosse muito criticado pelos jornais e grupos de direitos humanos.
Quando esses padres foram presos, Bergoglio era o superior dos jesuítas na Argentina. Ele foi acusado de não ter feito o suficiente para ajudá-los.
Em 2001, o papa João Paulo II escolheu Bergoglio para ser cardeal.
Quatro anos depois, participou de seu primeiro conclave, no qual foi um dos nomes mais fortes recebendo grande parte dos votos. Na ocasião foi eleito o cardeal Joseph Ratzinger.
Durante seu tempo de cardinalato, Bergoglio foi membro dos seguintes seguimentos da Cúria Romana:
Em fevereiro de 2013, Bergoglio voltou a estar em um conclave. Após a renúncia de Bento XVI era necessário eleger um novo papa para a Igreja Católica.
O cardeal Bergoglio chegou duas semanas antes do conclave e na ocasião recusou o automóvel disponibilizado para ele.
Em 13 de março de 2013, no segundo dia de votações, Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266º papa da Igreja Católica e escolheu para si o nome de Francisco. Ao falar sobre a escolha do nome, em seu livro Esperança, escreveu:
“Quando o meu nome foi pronunciado pela septuagésima vez, explodiu um aplauso, enquanto a leitura dos votos continuava, o cardeal Hummes, que tinha estudado no seminário franciscano de Taquari, no Rio Grande do Sul, levantou-se e veio me abraçar: ‘Não se esqueça dos pobres’. Aquela frase me marcou, eu a senti na minha carne. Foi ali que surgiu o nome Francisco”.
Ao ser eleito, o pontífice alcançou algo inédito na história da Igreja Católica. Francisco é o:
Em seu primeiro discurso como papa, ele dirigiu palavras ao povo de roma:
“Parece que meus irmãos cardeais foram procurar um papa quase no fim do mundo. Mas aqui estamos”.
E continuou:
“Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo”.
O início do pontificado do Papa argentino foi marcado por sua viagem ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Além disso, o pontífice realizou 45 viagens internacionais.
Até agora, em seus 11 anos de pontificado, o Papa Francisco escreveu:
Totalizando 125 cartas para tratar de diversos assuntos relacionados à Igreja, o papa Francisco ficou conhecido por quebrar protocolos e falar abertamente sobre temas atuais, como diversidade, aborto e casamento.
Em junho de 2022, em entrevista ao Vatican News, o pontífice reafirmou a posição da Igreja Católica em defesa da vida desde a concepção. Francisco afirmou que o “aborto é uma violação grava do direito à vida dos mais vulneráveis e indefesos”.
Na carta Evangelii Gaudium, enfatizou o cuidado com as pessoas excluídas da sociedade, destacando que elas necessitam de uma postura de cuidado e compaixão, algo que ele considera a missão central cristã.
Em 2024, abordou a questão do acolhimento na Igreja, enfatizando que todos são bem-vindos. Ele escreveu um documento chamado Fiducia Supplicans, sobre a bênção de casais homossexuais, afirmando que a bênção não deve ser negada a ninguém.
No entanto, esclareceu que, embora a Igreja acolha a todos, as uniões homossexuais não podem ser abençoadas, conforme o ensinamento tradicional da Igreja.
Francisco também destacou a importância de instituições católicas se engajarem no apoio a mulheres que enfrentam gestações difíceis. Para ele, defender a vida é uma expressão do amor cristão, que deve incluir apoio tanto às mães quanto às crianças.
Outro ponto abordado no pontificado de Francisco é a transparência na prestação de contas. O papa requisitou a elaboração de relatórios anuais para discutir políticas, procedimentos e práticas adotadas.
Com isso, é possível avaliar a implementação de medidas de tutela e aprimoramento.
No dia 14 de fevereiro, o Papa Francisco foi internado na Policlínica Romana Agostino Gemelli após apresentar um quadro de bronquite.
Dias depois foi diagnosticado com infecção polimicrobiana e, desde então, enfrentou uma crise respiratória aguda, além de ser constatada uma insuficiência renal leve.
O pontífice permanece internado, e seu quadro é considerado "complexo". Ele continua recebendo tratamento e repousando, com o prognóstico ainda reservado.
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