Centenas de manifestantes desafiam o grupo nas ruas e pedem o fim de seu domínio político sobre o território palestino.
Os protestos vieram um dia após milicianos da Jihad Islâmica Palestina, grupo aliado ao Hamas, ter lançado foguetes contra Israel. A ofensiva levou o governo israelense a evacuar grandes áreas de Beit Lahia.
O caso gerou revolta entre os moradores, que já vivem sob o peso de uma guerra que voltou a se intensificar em 18 de março.
Israel retomou sua campanha militar, culpando o Hamas por rejeitar uma proposta dos EUA para estender o cessar-fogo, enquanto o Hamas acusou Israel de abandonar o acordo firmado em janeiro.
Em Beit Lahia, no norte de Gaza, centenas de pessoas marcharam no maior protesto anti-Hamas desde o início da guerra com Israel, após o atentado de 7 de outubro de 2023.
Os manifestantes mostraram a frustração de um povo devastado pelo conflito exigindo que o grupo, no poder desde 2007, abandone o controle da região.
Vídeos divulgados por ativistas contrários ao grupo mostram principalmente jovens gritando "fora, fora, fora, Hamas fora" enquanto marcham pelas ruas da cidade.
Um morador chamado Mohammed Diab, que perdeu seu irmão e teve sua casa destruída em um ataque aéreo israelense, deu uma entrevista à BBC:
"Nos recusamos a morrer por qualquer pessoa, pela agenda de qualquer partido ou pelos interesses de estados estrangeiros… O Hamas deve se afastar e ouvir a voz dos enlutados, a voz que se ergue de baixo dos escombros - é a voz mais verdadeira."
Os protestos foram dispersados por militantes do Hamas, que saíram nas ruas mascarados com cassetetes e armas de fogo. Há relatos de manifestantes agredidos pelos terroristas.
A repressão não silenciou o protesto completamente. Imagens da cidade capturaram gritos como "abaixo o domínio do Hamas, abaixo o domínio da Irmandade Muçulmana"
Enquanto isso, diversos palestinos estão expressando sua revolta através das redes sociais, criticando o grupo em postagens e comentários.
O Hamas não fez nenhum comentário sobre o protesto, mas em uma declaração na quarta-feira, 26 de março, culpou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pela retomada da guerra.
Apoiadores pró-Hamas minimizaram a importância dos protestos e acusaram os participantes de serem traidores.
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