O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, era um dos nomes mencionados no inquérito da Operação Contragolpe. O pároco trabalha na diocese de Osasco.
Apesar de seu nome ter sido ligado às investigações da Polícia Federal, o religioso não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na noite de ontem, 19 de fevereiro.
O documento será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que precisa aceitar a denúncia para que os denunciados possam se tornar réus.
Uma publicação postada em sua conta no Instagram afirma que não foram encontrados “elementos para denunciar o padre José Eduardo”:
Na legenda da imagem, o padre comemora por não ter se tornado réu no processo, escrevendo Deo gratias, frase que significa “graças a Deus” em latim.
A Polícia Federal (PF) investigou uma suposta tentativa de assassianto contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, que teria sido orquestrada por Bolsonaro e seus aliados para evitar a posse de um novo governo petista.
O processo montado pela PF se baseia em mensagens encontradas em celulares apreendidos de suspeitos de envolvimento na trama e em delações do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
De acordo com o relatório, José Eduardo mantinha relações próximas com suspeitos de envolvimento nos supostos planos de golpe, como Felipe Martins e o advogado Amauri Feres Saab.
Amauri teria sido indicado como o suposto mentor intelectual da “minuta do golpe”, documento que seria usado para romper com as instituições.
Além disso, o religioso teria participado de reuniões com os dois investigados em Brasília, além de ter passado pelo Comitê de campanha de Bolsonaro.
Além disso, o padre também teria escrito e repassado uma mensagem e Whatsapp pedindo fiéis cristãos fizessem uma corrente de orações para o então Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e outros 16 generais de quatro estrelas:
O advogado responsável pela defesa do padre, Miguel Vidigal, alega que o religioso não teve nenhum envolvimento com planos golpistas:
“Ele nunca participou de qualquer reunião e nem colaborou de qualquer documento que visava favorecer uma ruptura institucional no país”.
O advogado afirma que a PF não teria conseguido encontrar nenhuma evidência de ligação do padre com a trama após vasculhar o celular do religioso.
Além disso, a defesa acusa as autoridades de terem vasculhado conversas referentes a direção espiritual, que são protegidas pelo sigilo sacerdotal:
“A Polícia Federal, não tendo encontrado qualquer matéria que pudesse ligá-lo ao quanto investigado, passou a vascular conversas do sacerdote com fiéis e religiosos que fazem direção espiritual com ele, selecionando frases tiradas de contexto, que nada tinham a ver com a investigação, em mensagens que estão protegidas pelo Sigilo Sacerdotal”
Essa postura teria violado a Constituição e o Tratado Internacional Brasil-Santa Sé, que reconhece o direito da Igreja Católica de desempenhar sua missão apostólica e protege seu patrimônio histórico e cultural.
O tratado se tornou o decreto Nº 7.107, assinado por Lula em 11 de fevereiro de 2010, no final de seu segundo mandato.
Ao todo, a Procuradoria-Geral da República denunciou 34 pessoas por envolvimento com o suposto golpe.
Quatro nomes que apareceram na lista de denúncias não estavam no inquérito da operação Contragolpe:
Veja abaixo a lista das pessoas que foram denunciadas:
Além do Padre José Eduardo, outras 10 pessoas mencionadas no inquérito da Polícia Federal não foram denunciadas.
Veja a lista completa abaixo:
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